sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A recompensa por viver.

 O dia tão lindo que se fez hoje não foi propício para recordações. Foi propício para viver, admirar, absorver a maior quantidade de energia possível do sol. Não que eu não tenha ficado sob esse sol brilhante e esse céu azul tão lindo durante várias horas do dia, mas hoje resolvi me entorpecer de recordações.

Queria deixar que o tempo falasse por mim coisas que talvez tenham ficado para trás e que eu já nem lembre mais, porém a vontade de reviver tais memórias foi maior do que isso.

Então, acabei pegando-me lendo velhos textos, tentando extornar toda nostalgia.
Textos ou linhas soltas sempre trazem lembranças em suas palavras. Não temo ter deixado de aproveitar intensamente cada momento que estes textos me trouxeram à tona, pois sim, eu aproveitei, eu vivi, estive lá, são as histórias que tenho pra contar. O que temo é esquecer, trancar memórias que ficaram para trás, que hoje já não alteram o presente, mas fizeram parte da minha trajetória.
Temo esquecer, como percebi que acabei esquecendo de alguns momentos enquanto relia coisas que vivi.

Em contra partida, coisas que nunca tomei nota nunca saíram de minha memória. Sempre lembrei, até revivi algumas vezes, tudo sem notas, tudo arquivado nas lembranças, sem nenhum rabisco físico para recordar. Tudo o que foi bom demais de se ter vivido. Tudo guardado lá. Sem a necessidade de haver lembretes físicos.

Talvez tenha medo de me apegar muito à lembranças ou medo de evidenciar demais o futuro... e me esquecer do presente que estou vivendo. Que cada dia é amplamente único e, sendo este, jamais voltará a acontecer novamente. Porém revivi as memórias, mas procurei estar sob o sol para não me esquecer do dia que estou vivendo, para não me esquecer que encontro-me no presente.

Acabei contradizendo a regra que permeia em dias desse tipo, ensolarados, dias para se viver exultantemente junto com a natureza, acabei contradizendo que dias desse tipo não existem para memórias serem recordadas. Ou talvez eu não tenha contradito de maneira inteira, eu apenas uni ao dia ensolarado as memórias que eu já não tinha como ignorar; precisava revivê-las.

Na companhia da natureza, meus velhos textos fizeram-se canção, fizeram-se poesia. Permiti-me sorrir e olhar para o azul do céu subentendendo que aquelas memórias não estavam ali para me deixarem nostálgicas demais, pelo contrário, elas só queriam me lembrar que fazem parte de minha constituição e que estão ali para me comprovar que ter histórias pra contar é uma grande recompensa da palavra viver.

Aproveite ao máximo cada momento... E mesmo que algo seja ruim, o importante é ter história pra contar!

Beijo, C.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...