quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sentimento de Outubro II.


Ok, venho me policiando sobre esse negócio de empacar e supertificiar - essa palavra existe? - em relação a meses, dias, números, enfim.
Eu confesso: dias e números já não me atraem. Desencanei. Mas, cá entre nós, outubro?
Desculpa, mas não desisto dele, em insistir que sempre que o primeiro dia do décimo mês do ano chega a vida - a minha - fica estranha.

Outubro nunca me convenceu, nunca me envolveu. Não conseguimos fazer as pazes, lamento. Talvez ano que vem.
Esses dias - na metade desse mês - eu relia o texto que escrevi em outubro do ano passado. Acho verdadeiro que mudemos tanto, que as transformações de pensamento ocorram diariamente, mas por incrível que pareça sinto por Outubro de 2012 o mesmo sentimento de Outubro de 2011. Em um ano não foi alterada uma fagulha do que sentia por tal mês no ano passado.

E também, por incrível que pareça, esse sentimento não é só meu. Claro, não que alguém tenha vindo me dizer que não goste de outubro, que não vê a hora de outubro acabar, feito assim eu, mas já vi alguns comentários aleatórios por aí.
Lamento por eu pensar assim, sério. Trinta e um dias é um tempão! Trinta e um dias significa que a Terra girou mais trinta e uma vezes, que estamos trinta e um dias mais velhos. É o tempo da vida de um inseto, um embrião para tornar-se feto, um dia em Saturno...

É isso. Agora as últimas horas do mês de Outubro se aproximam e Novembro vai ser melhor. Eu sei, e confesse, você também sabe disso.

Beijo, C.
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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Pensar é transgredir - Lya Luft.


Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos – para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.

Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: “Parar pra pensar, nem pensar!”

O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.

Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.

Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores; e com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.

Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.

Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreendermos que o prato das inevitáveis perdas pode passar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidade de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.

Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: “escrever a respeito das coisas é fácil”, já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.

Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.

Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.

Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.

E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

(Escrito por Lya Luft, publicado no livro Pensar é transgredir)

Beijo, C.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Dicas para se apaixonar ainda mais por NYC.

Oi gente!

Eu me lembro das primeiras informações que obtive sobre NY e que fizeram com que eu quisesse ainda mais conhecer a cidade. O primeiro livro que encontrei informações sobre esse mágico lugar foi em um guia inteiramente em inglês com pontos turísticos e um mapa inteirinho da Ilha de Manhattan. Percebi que Nova York é um lugar prático, que perder-se lá é bem pouco provável.

Conforme o tempo foi passando desde o dia em que fui apresentada a este guia em inglês, comecei a procurar informações na internet. Descobri vários sites, perfis de twitter e páginas de facebook sobre a cidade. 

Segue abaixo alguns sites, livros que indico para pessoas que desejam conhecer NYC assim como eu:



Guia de viagens:

Página no Facebook: New York City Feelings - Na minha opinião a melhor página de fotos da cidade! São simplesmente perfeitas!!


Espero que tenham curtido as dicas! Se tiverem ideias, não hesitem em me mandar. 

Beijo, C.


domingo, 28 de outubro de 2012

Veja, o céu tem um plano para você.


Inspirada na tradução da música do House Mafia, "Don't you worry child", acredito ter encontrado um novo rumo para os meus dias e para a minha vida.
Sabe quando a gente toma uma decisão? Bom, a gente diz: "É isso, é esse o meu caminho, é exatamente isso que eu quero!"

A certeza da decisão que você tomou vem aos poucos, enquanto você digere o impacto e começa a se aprofundar, saber mais e, consequentemente, querer ainda mais aquilo que optou.

Agora que o meu objetivo está ganhando proporções maiores, estou me certificando de tudo o que preciso fazer para alcançá-lo. Visto isso, a ideia também passou a ficar em meus pensamentos diários. E vejo toda a circunstância cercar-se de uma frase que uma vez li: "Não desista de algo que você não pode passar um dia sem pensar."

Feita a escolha, a vontade de seguir pelo objetivo e a minha conscientização e conhecimento sobre, agora estou no passo de avisar as pessoas que amo sobre isso. A parte mais delicada, eu diria.

Sabe, eu acredito que em algum momento da vida de todo mundo essa música do House Mafia passe a ter muito sentido. "Não tema, o céu tem um plano para você também." E eu estou nesse momento.

Beijo, C.
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sábado, 27 de outubro de 2012

27 de Outubro.


Parece que hoje vai chover, pois sentindo um calor tão forte logo nas primeiras horas da manhã a gente sabe como segue o depois.

Talvez também tenha sido esse o fator responsável pela minha noite mal dormida essa madrugada. Isso ou ansiedade.
Entrevistas de emprego sempre causam ansiedade, sejam elas para um cargo à longo prazo ou curto, como foi o meu caso.

Também tive uns sonhos bem esquisitos essa madrugada. Nem faço muita questão de interpretá-los, pois mais uma vez tudo se traduz na saudade do que aconteceu e do que poderia ter sido. É, de qualquer forma precisamos colocar pontos finais em algumas histórias para que possamos começar uma nova linha em letra maiúscula.

Muita gente não sabe como fazer isso, ou talvez a coragem para fazê-lo é a inexistente. Quer dizer, convenhamos, amar alguém é sempre muito bom, deixar ir embora é o complicado, doloroso. Impassível.

Ah, mas para aqueles que o fazem, a dor também passa. E chegamos à um belo - sim, belo, ensolarado - dia e descobrimos que sobrevivemos. Percebemos: Foi melhor assim.

Noites melhores dormidas me aguardam, não agora, nem semana que vem. Um dia. Enquanto jovem dormirei pouco. Aliás, isso já começou esse ano e realmente talvez signifique que estou me esforçando para atingir objetivos. O sono virá, o descanço também. Mas não agora, agora tenho energia de sobra.

 Beijo, C.
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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Viver.


De repente, de encontro ao desencontro, percebi que velhos sonhos, os meus escritos em papéis e pendurados na parede, vieram ao meu encontro.
Numa dessas madrugadas em que a gente volta para casa meio atordoado, olha para o ponteiro do relógio que continua a fazer com que as horas voem, mas que a gente não se sinta mais velho. Na verdade pensei comigo: Poxa, eu realmente sou nova como me dizem!

Então o universo começou a conspirar. O sono me ajudou a processar as informações, mas o conclusão que cheguei durante a madrugada me acompanhou ao amanhecer. Ou melhor, talvez todas as informações já estavam no meu cérebro, mas só agora elas vieram para a minha consciência. Estou as interpretando, ou melhor, estou dando vida aos meus sonhos, desejos.

Sempre senti que me direcionava aos meus sonhos, acreditando sempre que em algum ponto haveria a culminância de tudo. E realmente estive certa.
Sempre senti também que alguns sonhos me alcançarão com o tempo, que posso desejá-los e fazer por eles tudo o que estiver ao meu alcance, mas que apesar de meu esforço, preciso deixar que eles aconteçam quando tiverem de acontecer.

Mas alguns sonhos, estes escritos em papéis colados na minha parede, por esses correrei como um desafio, sabendo que a única coisa que me sobraria se não arriscá-los seria o arrependimento.
Por isso, pelas constatações que fiz, eu gosto de dizer que temos de saber o que queremos e ai sim, de coração aberto, correr atrás daquilo que sonhamos.

E eu concluo: Talvez a pergunta mais questionável da nossa existência seja essa: O que fazer da vida?
A maioria das pessoas ainda não sabem, mas todo mundo tem o seu tempo certo pra descobrir.
Talvez o primeiro passo para desvendar o que fazer da vida seja esse: admitir a dúvida.
Com certeza é o passo mais difícil, mas somente assim daremos rumo certo aos nossos dias. E assim como eu, dar vida aos sonhos.


Beijo, C.
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Kerli - The Lucky Ones

 

Depois da postagem da música de Kerli sobre a música Zero Gravity, estou de volta e apresentando o mais novo trabalho da cantora, que será lançado dia 29 de Outubro, o single The Lucky Ones (Os Sortudos, em português).

A história da letra do single foi contada por Kerli em um hangout do Google+ que você pode conferir aqui (em inglês). Em resumo, a letra de um episódio ocorrido com Vespertine, amigo de Kerli, que descobriu que estava com um tumor cancerígeno nos testículos e conseguiu removê-lo e ficar bem. A cantora diz que foi a letra mais significativa que ela escreveu.


Confira um trecho da letra traduzida:

"Nós somos os sortudos
e não importa o que aconteça
nós somos os sortudos
Ooh, yeah
...
Quando seu mundo estiver desabando
Eu posso fazê-lo melhor
Quando o perdido precisa ser encontrado
Procurarei para sempre
 

Basta manter-me perto
Não há tempestade que não possamos resistir
Não importa se for forte ou fraca
Vou enfrentar para sempre"



A música oficial e o remix já vazaram na internet, entretando, apenas o remix está disponível no Youtube. Confira um trecho da versão oficial, que será lançada dia 29 e o Remix:



Kerli - The Lucky Ones (Trecho)






Kerli - The Lucky Ones (Remix)




quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Duas em uma.

 Talvez eu quisesse, necessitasse ver o mar.
Não posso vê-lo agora, então aproveito qualquer brecha de paisagem, ou encanto do sol para ter uma inspiração, encontrar algumas respostas, ou talvez chegar a novas perguntas.

Nessas interações comigo mesma, sou duas dentro de uma só. Ás vezes a versão mais velha de mim dá conselhos à mais nova, ás vezes a versão mais nova de mim é que assume o papel de titular e aconselha a mais velha.

Tanto nas duas versões, segue a pergunta: "-Como estamos?".
Então qualquer uma das versões que esteja no papel de responder, faz suas declarações. Ás vezes feliz, ás vezes triste, ás vezes no meio termo. Sempre questionante, sempre tendo respostas, mas não as prontas, pois o interessante é a reflexão, levando-me sempre a ter mais perguntas - sobre mim, e o mundo.

Ás vezes demoramos mais tempo em algumas situações, tentando interpretá-las, outras vezes tentamos entender o que nos passou despercebido. E como complemento, acabamos juntas - tanto a minha versão mais velha quanto a mais nova - percebendo que mudamos, que tanto nossa idade mais nova se tornou menos séria quanto nossa idade mais velha se tornou mais madura.Uma regride, e a outra progride.

Somos duas, em uma. Certas de garantir objetivos em comum, mas com nosso sentido ambivalente, visando chegar no mesmo objetivo, mas nos cercando de duas diretrizes diferentes.

Eu precisaria me cercar do mar, nesses dias que agora se tornaram mais longos, mais quentes e ensolarados. Mas ambas nos inteiramos em saber que até mesmo o pôr-do-sol à beira do mar deverá ser abandonado. Ao menos por enquanto, depois a gente volta. Não só a gente, mas o mar também.

Beijo, C.
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terça-feira, 23 de outubro de 2012

A história dos sentimentos - Lya Luft.



"A base desta historinha, que adaptei, me mandou Martha Herzberg, terapeuta fantástica e amada amiga. Segundo ela, o autor é anônimo, mas desconfio que foi dela essa deliciosa ideia.

Os Sentimentos Humanos certo dia se reuniram para brincar. Depois que o Tédio bocejou três vezes porque a Indecisão não chegava a conclusão nenhuma e a Desconfiança estava tomando conta, a Loucura propôs que brincassem de esconde-esconde. A Curiosidade quis saber todos os detalhes do jogo, e a Intriga começou a cochichar com os outros que certamente alguém ali iria trapacear.

O Entusiasmo saltou de contentamento e convenceu a Dúvida e a Apatia, ainda sentadas num canto, a entrarem no jogo. A Verdade achou que isso de esconder não estava com nada, a Arrogância fez cara de desdém pois a idéia não tinha sido dela, e o Medo preferiu não se arriscar: “Ah, gente, vamos deixar tudo como está”, e como sempre perdeu a oportunidade de ser feliz.

A primeira a se esconder foi a Preguiça, deixando-se cair no chão atrás de uma pedra, ali mesmo onde estava. O Otimismo escondeu-se no arco-iris, e a Inveja se ocultou junto com a Hipocrisia, que sorrindo fingidamente atrás de uma árvore estava odiando tudo aquilo.

A Generosidade quase não conseguia se esconder porque era grande e ainda queria abrigar meio mundo, a Culpa ficou paralisada pois já estava mais do que escondida em si mesma, a Sensualidade se estendeu ao sol num lugar bonito e secreto para saborear o que a vida lhe oferecia, porque não era nem boba nem fingida; o Egoísmo achou um lugar perfeito onde não cabia ninguém mais.

A Mentira disse para a Inocência que ia se esconder no fundo do oceano, onde a inocente acabou afogada, a Paixão meteu-se na cratera de um vulcão ativo, e o Esquecimento já nem sabia o que estavam fazendo ali.
Depois de contar até 99 a Loucura começou a procurar. Achou um, achou outro, mas ao remexer nem arbusto espesso ouviu um gemido: era o Amor, com os olhos furados pelos espinhos.

A Loucura o tomou pelo braço e seguiu com ele, espalhando beleza pelo mundo. Desde então o Amor é cego e a Loucura o acompanha.

Juntos fazem a vida valer a pena – mas isso não é coisa para os medrosos nem para os apáticos, que perdem a felicidade no matagal dos preconceitos, onde rosnam os deuses melancólicos da acomodação."

Texto escrito por Lya Luft, retirado do livro Pensar é transgredir.

Beijo, C.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Segunda-feira.

 Dizem que a segunda-feira é um recomeço - que todas elas são, sem excessões, esteja o dia chovendo ou fazendo uma temperatura de 30ºC.

Confesso que não apenas acredito que elas sejam um recomeço, mas também um incentivo. Uma nova porta aberta: "- É nessa semana que eu mudo a minha vida."
Ok, não acontece bem desse jeito, a gente sabe. Dizemos que vamos mudar, o que já é uma grande confissão, mas o processo é lento. Beeem lento.

A pausa do final de semana é o que ostenta aqueles que buscam sempre se aprimorar e tornar em algo melhor a vida que levam. Pensamos o que fizemos de bom na semana que passou e que devemos dar continuidade e o que de ruim fizemos e que deve ser melhorado.

Ás vezes as indagações são mais complexas na sexta feira - depende dos acontecimentos que ocorreram em todo o percurso da semana - ou então as indagações da segunda-feira podem ser mais complexas - depende dos acontecimentos que ocorreram durante as 48 horas do final de semana.

De qualquer forma, na segunda-feira recomeçamos, esteja o sol ou o temporal conosco. Recomeçam os afazeres, nossas obrigações no trabalho e na faculdade. Alguns de nós seguem buscando um novo rumo. Outros de nós acabaram de encontrá-lo. Para aqueles que continuam procurando, o primeiro dia útil da semana é a esperança; para aqueles que já o encontraram, a segunda-feira é a inspiração.

Beijo, C.
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domingo, 21 de outubro de 2012

Quando termina a novela - Martha Medeiros.



 "Pegar a estrada é o primeiro pensamento de quem encerra uma etapa da vida


A atriz havia passado os últimos meses na pele de uma personagem atormentada, vulcânica, daquelas que não tem um dia de sossego. Era de se supor que ela estivesse dando o sangue pra interpretar uma mulher tão diferente dela mesma, ela que na vida real parecia ser bem tranquila.

Foi então, na festa de encerramento, quando o elenco se reuniu para assistir ao último capítulo juntos, que o repórter se aproximou da estrela e perguntou: Para onde você irá viajar quando terminar a novela?.

Ele não perguntou “se” ela iria viajar. Perguntou direto “para onde”, sem a menor dúvida de que essa era a única opção após tanto empenho – nem passou pela cabeça do jornalista que ela poderia emendar um personagem no outro. E de fato, ela não emendaria. Respondeu que pretendia passar um mês em alguma praia deslumbrante e secreta, sem especificar em que lugar exatamente.

Quando termina a novela, a primeira providência é preparar a mala e se mandar.

O mesmo se dá nas novelas particulares, fora da tela. O que não falta é dramalhão no nosso cotidiano. A pessoa se doa, se escabela, chafurda em lamentações, quase enlouquece, até que o desgaste se confirma (seja o de uma relação, de um drama familiar, de um projeto profissional) e chega-se ao último capítulo, pois sempre há um fim.

E entre o fim e um novo começo, há que se recuperar a energia, abandonar o “personagem” e marcar um encontro consigo próprio, de preferência bem longe do cenário onde foram vividas as agruras. Pegar a estrada é o primeiro pensamento de quem encerra uma etapa da vida.

Viajar tem essa função terapêutica – também. Pretende-se que seja um divisor de águas, um momento de desconexão com o passado e de preparo para um futuro que promete ser mais promissor. E como tudo que foi intenso exaure nossas forças, espera-se que uma viagem (para um local paradisíaco, de preferência), acelere o reestabelecimento.

Claro, pode ser também para um lugar lúgubre, abandonado, sem energia elétrica. Há quem não queira ver ninguém, não queira ser interrompido em sua introspecção, e se embrenha num lugarejo fora do mapa, na esquina de Deus nos Acuda com o Fim do Mundo.

Mas geralmente procura-se o belo e o alegre – desde que se conte com um bom pé-de-meia. Separou? Itália. Encerrou um tratamento quimioterápico com sucesso? Porto de Galinhas. Pediu demissão depois de 23 anos na mesma empresa? Um cruzeiro pelo Caribe. Passou no vestibular? Garopaba. É preciso comemorar. Terminou a novela.

Algumas pessoas carrancudas não sabem o que se ganha com uma viagem. Chamam de fuga, e uma fuga bem cara. Gasta-se uma nota preta para trazer de volta apenas fotografias. Qual o retorno de se comprar um bem imaterial? Não é melhor investir num carro, renovar o guarda-roupa, trocar de computador?

Quando acaba a novela, nem carro, nem guarda-roupa, nem iniciar outra novela na sequência. Hora de sair de cena para recuperar o fôlego até que a próxima inicie – porque sempre haverá outra."

Beijo, C.

sábado, 20 de outubro de 2012

Seja como tiver de ser.


Aconteça com amor, felicidade o rancor.
Seja com afeto, abraço apertado, conquista ou amizade.
Seja lindo, feio, triste ou magnífico.

Seja dócil, feliz, amor, amável ou odiável.
Seja perpétuo ou dure apenas alguns instantes.
Seja caloroso ou gélico, pavoroso, insensato ou simplesmente incrível.

Seja perfeito, imperfeito, defeituoso ou maravilhoso.
Aconteça de forma inesperada, engraçada, séria ou inteligente.

Seja uma lembrança boa ou ruim
Aconteça com a duração da velocidade da luz ou vagarosamente feito o andar de uma tartaruga.

Que aconteça da forma que mais convencer e favorecer às memórias, ao tempo e à eternidade. Perfeito nada nunca acontece, mas momentos marcantes sim nos envolvem e ficam registrados em nossas lembranças até o último segundo.

Que seja e aconteça do jeito que a vida reservou para nós, não importa como, o importante é que seja e aconteça.

Beijo, C.
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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Para os que acordam cedo.


Despertei hoje uma hora antes do horário de sempre. No relógio, 5:35 AM. "Ótimo", pensei, " Tenho mais uma hora para dormir!". Virei para o lado, fechei os olhos e voltei para o meu descanso.

Um hora depois, lá estava o despertador me chamando, depois o rádio-relógio tocando qualquer música desconhecida.
Os primeiros minutos em que estamos acordados pós sono profundo são os mais paralisantes. Eu penso "Ah, é mesmo verdade que eu tenho que levantar? Só mais dois minutos!!!". A preguiça parece ser maior do que a energia que acabei de reservar em meu corpo durante o sono.

Então vencida pelos minutos que continuaram passando - voando, melhor dizendo -, levantei. Fiz o ritual de todas as manhãs. Tudo isso ainda meio dormindo, meio com preguiça, meio desligada. Até que abri a porta e descobri o verdadeiro motivo de estar acordada tão cedo e de acabar gostando de estar acordada tão cedo. O sol, o céu puramente azul - sem nuvem alguma - isso é o motivo! Um dia assim foi feito para ser apreciado desde as primeiras horas em que começou.

Certa vez li uma frase que dizia que há dias em que temos a sensação de que o dia está apenas esperando a gente acordar para começar. A frase não era exatamente assim e também não lembro o autor, mas você entendeu o que eu quis dizer, não é mesmo? Quando eu vi o sol logo cedo nessa manhã de quinta-feira, eu tive a sensação de que o dia estava apenas me esperando para começar.

Sim, a maioria das pessoas odeia acordar cedo, qual é, eu também odeio de vez em quando. Dormir é tão bom! Mas a nossa vida perde em encanto quando deixamos de viver um dia tão lindo e naturalmente deslumbrante como o de hoje para ficarmos dormindo.

Beijo, C.
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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

E ainda se preocupam com o fim do livro de papel - Leonardo Brasiliense.

 "Tudo o que eu disser aqui pode ser invalidado pelos fatos a curto prazo. Isso é história, não apenas possibilidade. A gente especula até que de modo criterioso, mas a realidade tem essa abertura ao inusitado, ao inimaginável e a partir de dados atuais, porque novos dados surgem e os panoramas mudam rapidamente. Qualquer problema de hoje pode não ter a menor importância amanhã.

Antes de falar sobre livro digital vou contar um fato: antigamente, os amplificadores de guitarra eram todos valvulados (lembram ou já ouviram falar dos televisores valvulados?). Pesados e caros, mas necessários e sem alternativas. Um dia um cara inventou o transistor e outro inventou de usar o transistor como base para o processamento do som num amplificador de guitarra. Eles ficaram mais baratos e mais leves. Mais adiante, já na era digital, outro cara inventou o simulador digital de amplificadores de guitarra. Agora o guitarrista pode ter vários modelos de amplificadores (clássicos ou novos) num único software, o que, além de tudo, facilitou o processo de gravação. Os amplificadores valvulados acabaram? Não. Eles continuam sendo objeto de desejo de todo guitarrista, embora continuem pesados e caros.

Por comodidade ou razões econômicas, muita gente usa os simuladores digitais, mas é consenso que nada substitui a sensação mecânica que se produz na interação da madeira do instrumento com a vibração das cordas e com o som "quente" produzido pelas válvulas e com os alto-falantes.

Parece que estou gastando muitos caracteres (e o editor da revista me impôs um limite para eles) falando de outro assunto. Mas acho que você me entendeu. Bem, e se entendeu direito, já sabe: esse consenso acerca do som "quente" das válvulas tanto pode durar para sempre quanto morrer em uma geração. Bingo.

Imagino que na passagem da pedra lascada ao papiro alguns questionamentos tenham sido parecidos com os atuais: ficou mais fácil "imprimir", guardar e transportar o texto, mas seu armazenamento passou a ser mais frágil, e os olhos tiveram que se acomodar a ler em novas texturas. O papel ficou, e hoje é inimaginável alguém escrevendo e lendo em pedras (claro que tem louco tarado fetichista para tudo, vá se saber.)

Para mim, o que se sobrepõe a qualquer polêmica é que as coisas não mudam por si, mas porque mudam as necessidades das pessoas. A questão do livro digital é apenas um subconjunto de outro bem maior: as pessoas estão transferindo tudo para o digital, o trabalho, o entretenimento, o contato com os amigos.... Então, transferir para esse meio a leitura passou a ser uma necessidade.

O que me preocupa mesmo é que as pessoas passem cada vez mais tempo em frente a uma tela de computador ou outro tipo de monitor do que voltadas para o mundo real (já assistiram ao WALL-E?). Nesse aspecto o livro digital até que nem é preocupante, porque não muda nada; ficar horas e horas lendo livros em papel também é uma forma de dar as costas para o mundo real (não estou questionando os méritos, os benefícios e a riqueza da leitura, apenas lembrando um fato); o problema é quando a telinha substitui o brincar na praça, o comer pipoca no cinema, o tomar chimarrão com o amigo.

Ainda tem gente preocupada com o fim do livro em papel?
E, como muito se diz: as necessidade de imaginar, de contar e ouvir histórias é anterior à mídia pela qual se satisfaz (falada, empedrada, empapelada, digitalizada). Anterior no tempo e também em termos lógicos.

Para sempre ou por enquanto."

Leonardo Brasiliense é guitarrista e escritor gaúcho. Maiores infos. : http://www.leonardobrasiliense.com.br/

Beijo, C.
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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Noite em claro.


Eu lutava com os ponteiros do relógio para que fizessem com que  a noite acabasse logo.
Nunca desejei tanto que outro dia chegasse, que o sol voltasse a brincar de pique-esconde comigo, levando embora o desejo constante daquele último abraço. Ou teria sido aquele último beijo?

Eu lutava com a constância do tempo, que sempre me dizia que as coisas aconteceriam em sua devida ordem natural.
Eu desejava, brigava, enfurecia. E o tempo continuava a tamborilar pelos meus anseios.
"Horas! Passem", meu apelo. Então um sonho em formato de desejo veio me encontrar, o vento soprou mais forte pela janela. Era a sequência natural da vida me dizendo: "Pare".

Por mais assustador que o pico da noite poderia ser, abri a janela e dei de encontro com a lua. Tão linda. Estrelas, também, tão brilhantes. Fagulhas de diamantes, pareciam. Lembrei mais uma vez do ressentimento, da história que não é mais minha.
Secretamente me perguntei: "-Terminou?"

Uma lufada de vento veio de encontro ao meu rosto. Era a resposta da minha pergunta inquietante que, de fato, chegou ao seu destinatário.
O que o vento queria dizer, acho que imaginei na minha condição inconsequente de uma noite mal dormida.
O que ouvi foi o ressoar do vento me dizendo: "-Ainda não. Ainda estou aqui."

Passei o dia inspirada. Com frases feitas a todo instante. Tudo isso por culpa de um vento que se fez ouvinte, ou as horas do relógio que haviam se tornado minhas maiores inimigas no rastro de uma noite interrompida.

Fechei a janela. E em algum momento adormeci pensando, ou talvez lembrando de memórias hostis, me perdendo entre o real e o imaginário.

Por fim suspirei: "Talvez eu devesse ter mais insônias".

Beijo, C.
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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Depois do feriado.


Depois do feriado engatado com o final de semana, a gente volta.
Três dias passaram voando e agora o relógio quase para!

De volta para o conhecido, depois de várias novidades. Talvez esse seja o encalço da vida: Somos brindados com novidades de tempos em tempos, durante longos ou curtos períodos, e depois voltamos para o nosso conhecido com o intuito de encará-lo de uma forma diferente.

Aliás, viajar é isso: Dar um tempo naquilo que já decoramos como forma de sobrevivência.
São esses intervalos, rumo à novidade, que nos fazem adquirir perspectivas de vida diferentes. Talvez eu faça neste texto aqui um engate com a coluna da Martha Medeiros do post anterior. A viagem que fiz este feriado me levou aos instintos primitivos: Vivi dias ricos materialmente, e de encontro à isso, a luxúria e o glamour, voltei aos sentimentos e vontades que realmente são importantes.

Me cerquei da humildade. Bem na verdade acho que rememorei o conceito de ser humilde. Ás vezes para relembrar alguns conceitos e o verdadeiro propósito deles, é preciso que nos aventuremos fora do nosso próprio mundo.

E essas constatações tem a ver com qual parte da coluna sobre o alarme de incêndio de Martha Medeiros? O instinto, esse de sobrevivência, tem muito mais a ver com coisas de pouco valor. Então ás vezes os seus bens materiais são realmente valiosos, o carro do ano, as jóias mais raras, porém o que há de mais valioso, aquilo que você realmente salvaria, seriam os bens mais singelos, humildes, quase sem custo material algum, porém com grande apelo afetivo.

É isso. Uma conta milionária, ou trilionária, ajuda, o dinheiro pode comprar lazer, os lugares mais confortáveis, aquele super carro, aquela casa afrodisíaca, mas os instintos mais louváveis e mais íntegros serão os mais primatas, aqueles que carregam humildade e afetividade.

Beijo, C.
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Em caso de incêndio - Martha Medeiros.



"O alarme do prédio disparou às quatro da manhã. Não sou de entrar em pânico, mas era preciso ver o que estava acontecendo. Não estava acontecendo nada, como eu imaginava. Disparou de exaltado. 

Mas e se fosse pra valer? 

Não há quem não tenha se perguntado, um dia, o que salvaria em caso de incêndio. O fogo começa num determinado andar e se alastra, novos focos começam a se precipitar, os bombeiros são acionados, mas é prudente não aguardá-los sentada. Corra. O que você leva com você? 

O site www.theburninghouse.com propõe esse exercício a fim de revelar se somos práticos, sentimentais ou apegados a objetos de valor. As pessoas que participam do site listam seus itens indispensáveis e postam a foto desses “não-posso-viver-sem” que não deixariam para trás de jeito nenhum. É um convite para fazermos o mesmo. 

A maioria dos que entraram na brincadeira tem entre 20 e 30 anos, e é curioso como são românticos. Entre os artigos mais citados estão fotos dos pais e caixas contendo cartas e bilhetes que remetem ao passado – mesmo nessa idade, eles já têm um. 

Ainda entre os objetos que não deixariam queimar, estão os livros preferidos, relógios de pulso, o passaporte, máquinas fotográficas, óculos escuros, jogos de canetas, a camiseta de estimação e, naturalmente, notebooks, iPhones e demais eletrônicos portáteis. 

Excetuando a aparelhagem tecnológica, os outros objetos me surpreenderam pelo espírito nostálgico. Relógio de pulso? Livros? Canetas? Máquinas fotográficas? Muitos deles não desgrudariam da sua rolleyflex comprada numa feira de antiguidades. 

Quase não aparece algo caro ou prático: na iminência de perder objetos definidores de sua identidade, o vínculo com o passado demonstra ser imprescindível para que eles consigam ir em frente – a maioria desses jovens revelou-se tão sentimental quanto seus avós. 

Para quem já está longe dos 20 anos, no entanto, creio que há outras prioridades. De minha parte, seres vivos estariam no topo da lista: todos salvos? Bom, havendo ainda tempo para reunir um kit de sobrevivência básico, eu trocaria os óculos escuros pelos óculos de grau, pegaria a chave do carro, identidade, o celular, cartões de crédito e um casaco, o primeiro que visse. Seria bem prática e deixaria para lamentar pelos meus perfumes depois. 

Espelho, espelho meu, quão insensível serei eu? 

Não citei as dezenas de álbuns de fotografia (sou um pterodátilo, ainda amplio fotos) porque não teria mãos suficientes para carregá-los, mas é a única coisa que me faria falta no quesito material. Livros, discos, joias, roupas, tudo isso se readquire com o tempo. Afora os álbuns, não consigo destacar um único objeto indispensável da casa: toda ela é o meu universo, é onde escrevo a história da minha vida, seria perda total. 

Por isso, a presteza em salvar objetos práticos que me fossem indispensáveis não pelo apego ao passado, mas que me ajudassem a construir tudo de novo. Não tenho mais tempo para nostalgia. Minha juventude ainda está em acreditar no futuro."

Escrito por Martha Medeiros, publicado no Jornal Zero Hora em 14/10/12.

Beijo, C.

domingo, 14 de outubro de 2012

Novidade!

Boa noite leitores do blog!
Depois de alguns dias sem postar aqui devido ao feriado, estou de volta! E com uma novidade:
Agora, além de estar no portal de notícias Ola Serra Gaúcha, o Doce Estranho Mundo está presente na revista-site Meu Bairro de Porto Alegre.

Segue o link da apresentação e do texto de estreia:

Apresentação.

Texto: Infância.

Por hoje é isso, mas amanhã tem muitooo mais!!

E para curtir as últimas horas do feriado:


Beijo, C.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Bipolar, o tempo.


A preguiça toma conta. Talvez seja a consequência dos dois banhos de chuva e a quase hipotermia que tive hoje.
O primeiro banho até que foi bom. No meu pensamento se repetiu só uma frase talvez consolável: "Quem tá na chuva é para se molhar". Até que ajudou. Não estava frio. Parecia dia de verão.
Em casa, a troca de roupa.

Mas o segundo banho já não me agradou. Tudo bem que mesmo assim o tempo não estava frio, mas dois banhos de chuva em um mesmo dia? Simplesmente... Não.
E outra que não pude mudar de roupa, já que estava indo para o trabalho. Ou seja: Passei a tarde com o tênis encharcado e a calça úmida.

Para finalizar o comportamento bipolar de São Pedro, um frio estremecedor me alcançou enquanto eu voltava para casa com roupa para um dia de temperatura agradável - tal como estava pela manhã. Uma quase hipotermia.

Decidi optar por satisfazer o meu sono. Decidi deixar a preguiça dominar. E agora quase neva lá fora. Dá pra entender toda essa troca de temperatura?? Melhor mesmo ligar o lençol térmico, pegar um bom livro, fazer aquele chá... Melhor mesmo esquecer esse tempo bipolar.

Beijo, C.
www.facebook.com/doceestranhomundodecarol

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A eterna conexão de corações II.


É uma sintonia global. Estamos conectados.
Eu escrevendo e você ai lendo.
A física quântica prega a teoria que estamos trocando energia e fazendo conexões a todo momento. Eu e você aqui no Sul do Brasil trocando mensagens inconscientes com alguém que está no Oriente, consegue imaginar?

Eu acredito que exista uma conexão, uma rede invisível - mais poderosa e mais primata que a Internet - capaz de conectar o mundo inteiro.
Ou você acredita que tudo o que lhe cerca é fruto de casualidades?
O propósito dessa conexão é nos levar para longe ou para perto, depende do ponto de vista de cada um, mas é ela que nos leva ao caminho em que nossos sonhos se concretizarão. Ela aproxima extremos, conecta amores. Conecta corações.
 Nessa rede invisível sempre há em cada linha um coração que pulsa com mais freqüência e outro que não sabe como declarar ou expor o amor que está sentindo por uma pessoa.
Em cada linha há sempre um coração que tenta trocar o amor que sente por alguém pelo ódio, mas mal ele pode compreender que entre ódio e amor há uma linha tão tênue que os dois sentimentos acabam fazendo parte de um mesmo contexto.

Em cada linha há um coração forrado de saudades e outro forrado de esquecimento. Há também um coração confuso, um coração que cala de dor e outro que transcende de felicidade.
 Existe nessa conexão um coração que chora, que implora e que diz "por favor, volta!". Existem também corações que ignoram aquilo que um dia amaram.

Em cada linha há corações que estão transbordando de amor e há também corações transbordando de rancor.

A eterna fusão e confusão e perdição de corações. Alguns calorosos, outros gelados.
 São tantas linhas invisíveis nessa conexão que liga as pessoas e ambas suas mentes e corações, que esta rede, em algum momento, acaba fazendo com que todos os corações se unam em uma única e grande ligação.
Estamos todos conectados. Esteja eu aqui, e você do outro lado do mundo.

Beijo, C.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Redenção.


Ás 7 horas em ponto o relógio despertou.
Segundas-feiras deixaram de ser pesadas, não faz mais tanto frio lá fora. Posso encarar o dia com menos peso. O desafio mais extenso já cumpri.

Aliás, essa sensação de dever cumprido é um alívio grande e interessante. Redenção.
Acho que nunca pensei que desafiaria tanto o limite do meu corpo, pelo menos não da forma que andei desafiando: 5 noites de estudo por semana e trabalhar todas as manhãs e tardes. Fora todo o resto né, pois como qualquer humana, sustentar a vida social é algo primordial. Claro, continuei com os meus momentos de introspecção, tirando proveito do meu silêncio, do silêncio exterior e dos meus livros de bolso.

Me propus ao desafio de conciliar tudo o que sempre achei sagrado fazer, e junto à isso uni as cinco noites de estudo. A última sexta-feira foi a minha glória: Tomei o banho mais demorado, alonguei o corpo e adormeci feito anjo enquanto olhava para o relógio e pensava no quanto teria mais tempo para mim até o final do verão.

Se você já viajou para qualquer lugar durante uma semana, e durante esses 7 dias teve que acordar ás 5:30 AM para conhecer e fazer os passeios do roteiro que comprou, e foi dormir todos os dias depois da meia noite, ou então ás 4 AM - caso tenha engatado uma festa no lugar mais badalado do lugar que resolveu conhecer -, você sabe o estrago que se sente quando volta para casa. O corpo e a mente se tornam tão lentos. Estão sobrecarregados de informações, novidades, entusiasmo que você viveu da energia que seu corpo gastou. Uma semana depois você está gripado, claro.

Eu me senti desse jeito nos últimos dois meses. Depois de uma semana super corrida, os sábados eram a minha redenção, só que dai no sábado eu tinha de reativar a minha vida social, fazendo com que o meu descanso só acontecesse no domingo - tão perto da segunda!

Foi desse jeito. Venci aquilo que me propus a fazer. Sobrevivi, alívio, redenção. A experiência foi boa. Outra igual? Talvez, talvez daqui há muito tempo. Não posso dizer nunca, mas posso dizer que não mais esse ano.
 A partir de agora quero mais horas para mim: Aquele banho de banheira que adiei, aquela caminhada sem sacolas na mão, aquela massagem com pedras quentes, aquele livro que estou louca para saber o final. Viver a minha redenção.

Beijo, C.
www.facebook.com/doceestranhomundodecarol

domingo, 7 de outubro de 2012

Narrar-se - Martha Medeiros.




"Quem escreve está sempre se delatando, seja de forma direta ou camuflada

Sou fã de psicanálise, de livros de psicanálise, de filmes sobre psicanálise e não pretendo desgrudar o olho da nova série do GNT, Sessão de Terapia, dirigida por Selton Mello. Algum voyeurismo nisso? Total. Quem não gostaria de ter acesso ao raio-x emocional dos outros? Somos todos bem resolvidos na hora de falar sobre nós mesmos num bar, num almoço em família, até escrevendo crônicas. Mas, em colóquio secreto e confidencial com um terapeuta, nossas fraquezas é que protagonizam a conversa.

Por 50 minutos, despejamos nossas dúvidas, traumas, desejos, sem temer passar por egocêntricos. É a hora de abrir-se profundamente para uma pessoa que não está ali para condenar ou absolver, e sim para estimular que você escute atentamente a si mesmo e assim consiga exorcizar seus fantasmas e viver de forma mais desestressada. Alguns pacientes desaparecem do consultório logo após o início das sessões , pois não estão preparados para esse enfrentamento.

Outros levam anos até receber alta. E há os que nem quando recebem vão embora, tal é o prazer de se autoconhecer, um processo que não termina nunca. Desconfio que será o meu caso. Minha psicanalista um dia terá que correr comigo e colocar um rottweiler na recepção para impedir que eu volte. Já estou bolando umas neuroses bem cabeludas para o caso de ela tentar me dispensar.

Analisar-se é aprender a narrar a si mesmo. Parece fácil, mas muitas pessoas não conseguem falar de si, não sabem dizer o que sentem. Para mim não é tão difícil, já que escrever ajuda muito no exercício de expor-se. Quem escreve está sempre se delatando, seja de forma direta ou camuflada. E como temos inquietações parecidas, os leitores se identificam: “Parece que você lê meus pensamentos”. Não raro, eles levam textos de seus autores preferidos para as consultas com o analista, a fim de que aqueles escritos ajudem a elaborar sua própria narrativa.

Meus pensamentos também são provocados por diversos outros escritores, e ainda por músicos, jornalistas, cineastas. Esse intercâmbio de palavras e sentimentos ajuda de maneira significativa na nossa própria narração interna. Escutando o outro, lendo o outro, se emocionando com o outro, vamos escrevendo vários capítulos da nossa própria história e tornando-nos cada vez mais íntimos do personagem principal – você sabe quem.

Selton Mello, em entrevista, disse que para algumas pessoas o programa pode parecer chato, pois é todo baseado no diálogo entre terapeuta e paciente, e isso é algo incomum na televisão, que vive de muita ação e gritaria. De minha parte, terá audiência cativa até o último episódio, pois, mesmo não vivenciando os problemas específicos que a série apresenta, todos nós aprendemos com os dramas que acontecem na porta ao lado, é um bem-vindo convite a valorizar o humano que há em cada um. A introspecção não costuma atingir muitos pontos no ibope, mas é a partir dela que se constrói uma vida que merece ser contada."

Escrito por Martha Medeiros, publicado no Jornal Zero Hora em 07/10/12.

Beijo,C.
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