sábado, 26 de abril de 2014

E seguimos


Eu estive por aí este tempo todo vivendo, jogando pique-esconde com a vida.
E sei que o tempo não passou apenas para mim.

Andei vivendo ao mesmo tempo em que vou recordando. Já não somos mais aquelas crianças. O passado começa a existir dentro de nós. Sim, estou mesmo enlouquecida com a ideia de que em poucas semanas vou completar duas décadas de vida. Por outro lado, toda essa loucura se desfaz em emoção: Estive, durante esses quase vinte anos, vivendo. Acho que quando digo a palavra "vivendo" quero dizer que estive sempre lutando para concretizar os meus objetivos, e aproveitando para viver situações inusitadas. Estive me engrandecendo, se assim possa ser dito.

O passado é um passeio, uma vertente. Amadurecimento é uma constante.
Confesso que, algumas vezes, talvez necessárias, arranjei desculpas no pique-esconde que, constantemente, me coloco a jogar com a vida, porém acredito que até mesmo essas desculpas tenham uma ligação com as outras partes do meu presente, futuro, e foram elas que me levaram a viver tantas situações desejadas por mim.

Estivemos por aí, vivendo. E nos momentos em que não estivemos por aí, vivendo, estivemos aqui, relatando e refletindo sobre tudo aquilo que vivemos. E certos estamos que essa corrente chamada "tempo" continua a passar rapidamente, enquanto nós vamos indo, vivendo, estando por aí esse tempo inteiro desvendando o que precisa ser desvendado ao mesmo passo que inventamos o que precisa ser inventado.

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Beijo, C.

domingo, 20 de abril de 2014

Sozinhos somos uma legião


Costumo reparar nos meus semelhantes: Entenda isso por: Quando estou a vivenciar uma situação sozinha, procuro reparar pessoas que se encontram vivendo o mesmo. Ir ao mercado, correr, praticar um cooper, ler, ficar na praça - aproveitar o sol. Por vezes atividades que faço comigo e eu mesma.

Quando caminho ou corro muita gente está a fazer o mesmo. Nós, que vamos na nossa própria companhia ou na companhia do Ipod/Mp4 (se você estiver tão tecnologicamente defasado neste sentido tal como eu), nos identificamos. "Estou caminhando sozinha. Veja! Ela(e) também está!". Sozinhos formamos uma legião.

Quantas vezes sentei na praça, com desculpa de aproveitar o sol - particularmente no inverno -, mas o que eu precisava mesmo era matar tempo para um compromisso. Mas estar sozinho nunca é estar só de verdade. Sempre olhei para os lados e vi pessoas na mesma situação que eu: matando tempo para um compromisso ou que estavam ali na espera de alguém.

Como se sabe, seres humanos foram feitos para socializarem-se, e não serei eu a pessoa a discordar disso. Afinal de contas, tendo uma companhia podemos jogar papo fora, mudar de ideia, adquirir um novo ponto de vista, obter novos conhecimentos. Mas ficar na companhia de si mesmo também trás vantagens. Outro dia vi uma reportagem que falava que crianças que não brincam sozinhas nunca serão adultos leitores. Ler é a atividade mais "solitária" que conheço e isso por si só já ensina bastante coisa. É incontestável os benefícios de uma leitura, porém esta foi feita para pessoas que não se incomodam em estar à sós consigo mesmas.

Passarmos momentos sozinhos, na companhia somente do nosso eu, faz com que pensemos e reflitamos sobre vários assuntos que, muitas vezes, no meio do tumulto não somos capazes de elaborar com clareza. É claro, devemos ficar na nossa própria companhia por um tempo saudável, e não fazer disso um isolamento social. Deve haver um equilíbrio entre nossos momentos "solitários" e nossos momentos de convivência em grupo, comunidade. Mas enquanto sós em certas atividades, saibamos que sozinhos formamos uma legião.

Beijo, C.
Ótima semana!
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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Trechos do livro "Tão Ontem"


"Imagine se, em vez de espalhar germes por meio de espirros, todas essas pessoas estivessem dizendo umas às outras: "Caramba, essa nova bala de menta é muito boa! Quer uma?"
Em cerca de um ano, um bilhão de pessoas estariam consumindo uma nova bala de menta, sem um centavo gasto em publicidade. É algo que faz a gente parar para pensar."

"(...) O que torna o ser humano um desafio maior é o espectador. Nós somos humanos e passamos a vida inteira aprendendo a interpretar os rostos dos outros. Somos capazes de detectar um sinal de raiva no rosto de outra pessoa a cem metros através da neblina."

"No nosso pequeno mundo, qualquer um está a apenas seis apertos de mão do amor de sua vida ou da celebridade que mais odeia."

"(...) Era bom descobrir que, às vezes, as informações inúteis guardadas no meu cérebro tinham alguma importância; que meu mundo da fantasia correspondia, ao menos de vez em quando, ao meu mundo de verdade; que todo o tempo que eu havia passado interpretando os sinais ao meu redor não tinha sido um desperdício completo."

- Frases retiradas do livro "Tão Ontem".

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How I met your mother - 4x22 - Right place, right time.


"Os grandes momentos da vida podem não ser necessariamente as coisas que você faz, mas também as coisas que acontecem com você. Não estou dizendo que não devem tomar uma atitude; para alguma coisa na vida você deve tomar atitude.

Mas nunca se esqueça, a qualquer dia, você poderá colocar o pé fora de casa e sua vida inteira poderá mudar para sempre.

O universo tem um plano. E este plano está sempre acontecendo. Uma borboleta bate suas asas e então começa a chover. É um pensamento amedrontador, mas também maravilhoso. Todas as peças da máquina funcionando constantemente, trabalhando para que você fique exatamente onde deveria, exatamente onde deveria estar.

Há várias pequenas coisas que fazem as grandes acontecerem."

- Ted Mosby (Episódio 22 da 4ª Temporada de How I met your mother).


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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Lance im-perfeito


"Você não tem o meu protótipo", atrevi-me a dizer naquele fim de tarde. E fui além em meus pensamentos, "somos tão diferentes, seu cabelo não combina com o meu, e eu nem tenho vontade de te apresentar para as minhas amigas - as atuais. Você é tão "unlike" me. Não te vejo em um romance comigo, nem você sendo o Ross da minha Rachel."

Mas foram toda as junções dessas características errôneas que me fizeram entregar uma ficha, fazer uma aposta enquanto me arrisco a viver o presente e a pensar que tudo vai bem, que todos esses momentos eram para acontecer, inclusive aquela tarde em que resolvi te olhar e te enxergar. Resolvi me redimir, eu nunca fui uma garota tão adorável quanto você sempre achou. Cometi erros como qualquer outro humano e a vida nem sempre me mostrou sua melhor forma, muito embora eu viva a lutar por dias melhores.

A verdade é que depois de ter tido experiências boas e outras nem tanto assim, a gente aprende por quem realmente vamos ter consideração lá na frente.

Você vestiu-se em seu tom noite, disse que adorava o tom dia da minha vida. Queria que fôssemos um par. Eu continuei a reparar no seu cabelo imperfeito, e você continuava a dizer o quanto amava a beleza do meu tom dia e o formato "miojo" dos meus cabelos.

Com a despedida de mais um pôr-do-sol outonal, eu sorri comigo mesma enquanto me contradizia com as escolhas que havia feito. Te amar eu não conseguiria, mas permiti ser amada por ti e eu sei que isso foi o melhor que pude fazer para, enfim, redimir-me dos meus julgamentos banais.

Beijo, C.
--> Este texto faz parte da coletânea "Doce Estranho Amor".
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terça-feira, 1 de abril de 2014

Lira dos 20 anos?


Não sei bem se é por que estou prestes a completar duas décadas de vida, mas como se já não enxergasse a vida de uma perspectiva diferente, agora os momentos pelos quais passo parecem mais importantes e mais acentuados. Se sei explicar isso?

Não sei se a adolescência termina aos 20. (Conheço tanta gente com 25 anos e ainda é moleque/moleca). Não tenho certeza de como procede ao resto das garotas de 20 anos. Talvez seja uma questão de interpretação de acontecimentos, o que aproveitamos deles, o que queremos aproveitar - principalmente das perdas que vivemos e de como as encaramos.

Mais de três anos me separam da última vez que vi meu pai em vida. Um tempo que passou tão rápido... Ainda recordo a última frase que disse a ele. De lá pra cá, depois da girada em 360º, sábio como o tempo é, fez muita coisa mudar e eu passei a viver situações que só havia visto em filmes e presenciado através da leitura livros. Gosto de pensar naquela, por vezes irônica, frase: "A vida imita a arte".

Muito embora o giro inesperado, descobri que os meus sonhos não seriam alterados e que, de uma maneira sábia, eu seria ainda mais impulsionada a realizá-los pelo fato acontecido. Sempre que me sentia desanimar, lembrava da perda do meu pai como um lembrete de que a vida é rápida e a gente, infelizmente, não pode prever seu fim. Desde lá até hoje vivi em prol de meus sonhos e projetos. Tropeços nunca foram páreo - e olha que eles foram vários.

Essa super mudança gerou várias outras mudanças. Talvez a gente não se dê por conta, mas cada detalhe gera uma reação em cadeia. Quase aos 20 anos, faltando menos de 3 meses para completá-los, posso dizer que fui me adaptando às circunstâncias e reaprendendo sobre a vida dia após dia. Quando perdi meu pai, senti que a maturidade em minha vida deu o ar de suas graças mais cedo. Aos 16 anos eu já tinha uma consciência maior sobre o mundo, pessoas, situações e consequências, algo estranho para as pessoas que tinham a mesma idade que eu. Na época minha psicóloga dizia que eu estava vendo o mundo por uma lente diferente das demais pessoas que conviviam comigo (naqueles anos: o colégio), mas que, conforme os dias passassem, aprenderia a lidar com a minha nova configuração.

Sinto que esses, diga-se de passagem, "fantasmas" ficaram para trás. Beiro duas décadas de vida colecionando maturidades, essas, porém, surgidas de novas perdas - afinal de contas, ignorá-las seria deixar de conhecer um pouco mais sobre quem eu sou e o que quero de verdade.

Vivemos de momentos. Somos capazes de avaliar, com o passar dos dias, o que ainda serve e precisa ser zelado daquilo que pode ser jogado fora e, suddenly, pode ser substituído por algo que mais nos apeteça.

Não sei o que é a Lira dos Vinte Anos. Sim, é um livro e escrito por Álvares de Azevedo. Mas eu nunca o li, não sei que tema aborda... Mas, quem sabe, seja uma obra que enfoque as dúvidas e a maturidade da chegada dos 20 anos, afinal de contas, parece que a adolescência começa a passar o seu lugar para a juventude.

---------> Em breve será lançado o meu primeiro livro "Por Onde Andei" pela editora Penalux. Aguardem!!!

Beijo, C.
Feliz ABRIL!
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