segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Adult... Tecendo


É estranho, mas esse lance de "adultescer" leva um monte das nossas expectativas juvenis embora.

Somos convocados à maturidade, crescimento, às responsabilidades. Não basta a carteira de motorista, agora é preciso bancar o carro; não basta estar trabalhando, agora é preciso começar a pagar as parcelas para um novo e futuro lar, esse que vai nos tornar ainda mais independentes, no qual talvez acabemos constituindo a nossa própria família.

Faz um tempo que não escrevo aqui e despacho os meus pensamentos e reflexões sobre a vida e as demandas dela. A verdade é que me sinto cada vez mais adulta e responsável pelas escolhas que ando fazendo, porém eu diria que isso é relativo... Algumas pessoas com a mesma idade que eu sentem-se ainda "novas". Bom, elas não estão erradas... Vinte anos é o auge para muitas atividades da vida, um tempo que deve ser vivido ao máximo! Mas estar com vinte anos não nega o fato de eu ter que saber passar roupas, limpar a casa, lavar e estender as roupas, arrumar o meu quarto, pagar o aluguel. Certo, ainda não tenho um carro para sustentar - bom, dinheiro ainda não juntei para isso, olha só! Ah, e tem ainda a parte em que eu começo a aprender a cozinhar algo mais variado do que um bife e arroz: descobrir o ponto da massa. Ah, e acertar o molho, por favor.

Vivemos de momentos, não é mesmo? Aos doze anos as meninas estavam com as bonecas, os meninos com o videogame, aos quinze indo às primeiras festas, aos primeiros carnavais "de gente grande", aos dezoito fazendo a carteira de motorista e indo para a faculdade, aprontando com o primeiro namorado. Um parênteses aqui: Os amores, em qualquer idade. Entretanto, não é verdade que essa seja a regra... Eu não namorei aos dezoito anos, comecei a ir para a faculdade com tal idade, porém desisti do curso e decidi voltar a estudar agora com vinte anos, porém em outra cidade. Não fiz carteira aos dezoito, aliás, nem fiz ainda! O namoro surgiu aos vinte - também. Mas vou te contar... com os "dezenove para vinte" surgiu uma porrada de coisas... Não apenas a faculdade, o amor, o conhecimento... Mas o engrandecimento, a noção de que o mundo continua sendo muito maior que o meu quarto (quanta coisa foge ao nosso entendimento pela pequeneza do nosso pensamento!). Enfim, enquanto a vida passa pela janela, a gente ás vezes se permite a observar a nossa vida e a dos outros, os caminhos que foram sendo traçados e o que acabou fazendo com que fossemos parar em tais lugares estando em contato com pessoas tão diferentes - boas e ruins.

O caminho é longo, ou curto, depende da percepção do viagem. As escolhas mudam, o trajeto se edifica. Ás vezes temos a certeza absoluta de algo e, de repente, quando nos damos por conta, mudamos. Por exemplo, até bem pouco tempo atrás eu tinha absoluta certeza de que um dia gostaria de ter filhos - ao menos um -, pois sempre tive a sensação de que não poderia passar pela vida sem viver algo tão natural da mulher, sem viver todo esse processo e envolvimento para, um dia então, eu e o meu então marido passarmos à nossa prole o nosso legado e ensinamentos, porém hoje isso é uma dúvida. E a razão que precede tal dúvida é: será que vai dar tempo? Afinal de contas, são tantos planos, sonhos... Não sei vai haver espaço. Contudo, eu sei que essas são divagações temporárias. Certo, certo mesmo, a gente nunca sabe. No fim acredito que sempre vale a máxima "o que for pra ser, será".

Nossas expectativas juvenis perante a vida serão modificadas ao longo do tempo, conforme nos tornamos mais responsáveis, mas eu continuarei lembrando a mim e aos que me cercam que, mesmo que nossas idealizações sejam quebradas - ou transformadas -, a alegria de viver, a ingenuidade e a admiração pela vida durante a infância devem permanecer ao longo dos nossos dias.
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