segunda-feira, 30 de junho de 2014

O jogo da vida - por Yonatan Shani


"Talvez um dos grandes questionamentos que o homem sempre fez e sempre fará é sobre o sentido da vida e o que, de fato, buscamos. Independentemente da cultura à qual pertencemos, da língua que falamos, de nossa condição social ou da profissão que escolhemos, todos nós estamos sempre nos movendo em busca de algo.

E o que é esse "algo" que buscamos? (...) Não importando o que temos como meta - uma brilhante carreira, relacionamento, dinheiro, saúde - muita gente vive com um vazio que nem sabe o que é ou como preenchê-lo.

Se pensarmos em saúde como um exemplo, podemos dizer que hoje temos mais conhecimento sobre o corpo humano, remédios e tratamentos do que em qualquer outro momento da história. Mas, mesmo com toda a tecnologia e conhecimento sobre este tema, ainda sentimentos que precisamos de mais. Mas quanto mais? Qual é a meta final da área da saúde? Provavelmente, quando ninguém mais ficar doente e quando a medicina for completamente preventiva. Quando não houver mais mortes. Se ninguém mais morrer, estaremos, finalmente, todos felizes, satisfeitos e não buscaremos nada mais? Sem dúvida, ainda buscaremos. Mas como seria possível, então, nós ainda estarmos insatisfeitos, mesmo se o que quiséssemos fosse ilimitado?

(...) Buscamos o infinito em todas as áreas da nossa vida. Algo dentro de nós nunca vai parar ou se satisfazer como nada menos do que o infinito porque nós viemos do infinito. Como diz Sting, "nós somos almas dentro de um mundo material."

Como almas, já tivemos o gosto de ter todo, todo o amor, todo o conhecimento, todo... Só que faltava uma pequena coisinha, faltava a sensação de merecimento, faltava a forma de compartilhar, reciprocar de tal maneira que pudéssemos nos sentir bem recebendo.

Muita gente está em busca do amor, da sua outra metade, só que quando questiono as pessoas sobre isso, a resposta é sempre que estão buscando alguém bem mais rico, saudável e inteligente que eles. A minha pergunta é: como você vai se sentir ao lado de alguém que é muito mais que você em tudo? A resposta é: muito pequeno.

Os kabbalistas sempre nos ensinaram que o universo nos oferece muito mais do que podemos imaginar. Porém, recebemos exatamente o quanto estamos preparados para compartilhar. (...) Nós criamos nossa própria realidade. A realidade manifestada ao nosso redor é fruto do quanto estamos dispostos a nos tornar donos, responsáveis pela nossa realidade.

O ser humano não terminará sua busca constante por "receber" se conseguir o carro, ou todo o dinheiro ou toda a felicidade junto à sua família. Ele só estará preenchido quando conseguir manisfestar seu verdadeiro propósito aqui na terra e vencer nesse jogo chamado "o jogo da vida."

Texto retirado da Revista Avianca, edição JUNHO / 2014 - escrito por Yonatan Shani.

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domingo, 29 de junho de 2014

Chuva para os "solares"


Sete dias sem sol... E eu me pego a questionar-me como a gente segue em frente, quer dizer, como nós seguimos positivos, mesmo sem a presença desse astro luminoso.

Minha mãe, ex-enfermeira de uma ala psiquiátrica, me contou que na época em que atuava, os psiquiatras e psicólogos do setor sempre diziam que o inverno, a falta de luz e os dias sem sol eram os fatores que mais transiam pessoas ao hospital. Menos luz: Mais internações, mais doenças.

Será que também não é assim que ocorre com a gente? Pesquisas já comprovaram que com o sol sintetizamos serotonina - hormônio da felicidade.
A falta de luz causa enegrecimento, como já diz a palavra... Ficamos escuros, tomados pelo pessimismo. Quer dizer, é uma questão de momento: De repente os sonhos e planos vão se encaminhando e está tudo indo bem, mas a falta de luz escurece aqueles que anseiam em colocá-los em prática.

Bom, mas no começo deste texto eu disse que estou me questionando para descobrir como se segue em frente. - Seguir em frente do que? De um amor que apareceu, mas não veio pra ficar; de mil  planos sorridentes e que só dependem de um super ponta pé meu para serem concretizados.

Longos dias de tanta chuva me fazem pensar demais no futuro, por vezes no passado. Acho que isso atrapalha um pouco - ou bastante - o presente: o foco principal.

Mas voltando ao amor, esse foi apenas mais um que veio com o intuito de balançar algo por dentro, talvez até remexer uma parte que já estava selada - essa parte não gostei: afinal de contas, quando esse tipo de coisa acontece, a gente sempre tende a repensar o passado, escolhas que fez. Não seria mais sensato se a vida sempre nos proporcionasse situações em que voltar não fosse preciso?

A verdade é que nós escolhemos, optamos por aquilo que queremos viver. Com certeza tive uma escolha ao estar com essa pessoa, sabendo que possivelmente revisitaria um passado ao qual já não mais pertenço. Mas a dor chegou, ter vivido momentos ao lado dessa pessoa e agora não mais tê-los. E outra uma vez, com a dor, veio um plus de maturidade - algo que ninguém ensina, aprendemos pela própria conta e risco.

À parte o amor que precisa curar-se e, então, virar algo remoto, provavelmente esquecido quando, então, brotarem as linhas do futuro, aprendemos a seguir em frente e lidar com o presente, a lidar com dias tão seguidos de chuva, nos quais literalmente ficamos com uma "nuvem" nos pensamentos, algo que nos impede ver com clareza que algum dia cada cicatriz vai ter seus poréns e significados.

A chuva não cessa, o sol faz falta, vou realocando e recolando as partezinhas que se deslocaram ou descolaram, pois é isso o que a gente faz, vive fazendo: costurando as cicatrizes e, de todo modo, seguindo em frente - com ou sem a presença do sol.

Beijo, C.
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sábado, 21 de junho de 2014

Mudar não é preciso... É essencial!!


"Pra ser quem sempre sonhou, deixe pra trás quem você sempre foi."

Poucas frases tem um sentido tão abrangente no que diz respeito a mudanças: se você tem um sonho, quer conquistar algo grandioso, ou apenas quer se tornar uma pessoa melhor... Invariavelmente precisa deixar quem você atualmente é para trás.

Como um ato inconsciente, nosso cérebro vai se acostumando a rotinas, a pessoas, a lugares, a hábitos. Começamos a ter no "conhecido" uma segurança íntima, um lugar onde não seremos perturbados e nem o novo nos incomodará.
Já parou para pensar em como tudo o que é "diferente" nos causa percalços? A novidade, a alteração.. Uma simples mudança no layout do facebook já nos deixa atônitos: "Por qual motivo as notificações agora estão do lado oposto? Era tão bom como estava antes!", e assim sucessivamente e em uma escala mais grandiosa em nossas vidas.

Já assisti a vários vídeos, vi algumas palestras, frequentei terapia... E em todos esses âmbitos o prenúncio foi o mesmo: Mude. Se um dia escolher o lado direito para caminhar na rua, no outro escolha o esquerdo. Escove os dentes com a mão oposta a qual você costuma escovar. Cada hábito modificado faz com que alterações cerebrais ocorram em uma escala grandiosa.

Pensando nessas frases de "efeito" que citei acima, essa semana resolvi tomar uma atitude mais radical: Eu escrevo diários desde os 12 anos de idade, sempre me senti a vontade em contar a um papel meus dilemas e vez ou outra pegar eles para ler e lembrar de quem eu era e, conforme fui crescendo como a maturidade fora surgindo em minha vida. Eis que me peguei querendo deixar todas essas memórias somente em minha mente: Resolvi desfazer-me dos meus três primeiros diários. Rasguei-os e, com a ajuda da lareira, aproveitei para queimá-los.

Também decidi jogar fora cartas - muito amáveis e sinceras - que ganhei de amigos e amores. Objetos foram junto: Não preciso mais daquela caneta, daquela caixinha de tic-tac vazia para me lembrar do que vivi. Está fresco na memória: Era um sábado à noite, era frio, era no cinema, estava com ele.

Ter tomado tal atitude é um décimo do que posso fazer... Afinal de contas, quantos "eus" a gente guarda? E será que guardando esses eus nos tornaremos quem sempre desejamos ser? Carrego comigo a ideia de que passado é bom, mas deve ser esquecido. Ao longo da vida sempre teremos momentos bons e ruins para recordar, e por incrível que pareça, no fim das contas, eles se equivalem, então mais sábio que olhar para trás ou para os lados, é continuar a olhar para frente. Agradecer tudo o que deu certo e tudo o que deu errado e ir, seguir. "Saber" deixar para trás, pois assim como nos acostumamos com o lado das notificações do facebook, nos acostumamos com outras tantas coisas. E sempre, sempre, sempre seremos os únicos capazes a alterar esse status quo.

Beijo, C.
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