sábado, 20 de dezembro de 2014

Redação modelo puc - Autoria: Caroline Ferri


Constância da vida: mudanças. Como lidar?

    A vida não é estática. Segundo Heráclito, "Toda permanência é ilusória, vivemos um fluxo de incessantes transformações." Pelo fato desta condição estar atrelada ao nosso dia a dia, aprender a lidar com as mudanças é um grande desafio. Por um lado temos que encarar o medo do novo e inesperado, e por outro temos que nos adaptarmos com aquilo que, até então, não fazia parte das nossas vidas.
    Pesquisas demonstram que a maioria das pessoas sentem medo do novo - algo que pode gerar até mesmo fobias. A verdade é que não nascemos prontos para lidar com o inesperado, ou para lidar com o fato que, uma vez colocados no mundo, estamos à deriva de numerosos fatores e eventos possíveis. Ninguém sabe o que acontecerá com total precisão no amanhã, nem mesmo daqui a uma hora. Podemos ter planos, contudo saber se eles, de fato, darão certo é uma questão que envolve vários fatores. Não existem garantias.
    Entretanto, como cita Niebuhr, "Devemos ter serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos mudar e coragem para modificar aquelas que podemos." Ou seja, atrelados às inúmeras possibilidades dos eventos que podem nos ocorrer, temos de buscar autoconhecimento, pensar nas variáveis de um plano, pois dessa maneira começamos aprender a lidar com o inesperado. Por exemplo, ao executar uma "estratégia de marketing", o referido setor de uma empresa sempre possuirá ao menos um plano "b" e "c", caso o "a" dê errado. É desta forma que também devemos lidar com os eventos das nossas vidas, pensando e criando estratégias para erros previsíveis, pois também temos que considerar o imprevisto.
    As mudanças e os imprevistos são constâncias da vida, portanto, aprender a lidar com tais eventos é um dos maiores desafios que temos de enfrentar ao longo da vida. Devemos, assim, encarar a realidade absoluta de que estamos em contante transformação, bem como o fato de que temos pouco controle sobre as nossas vidas. É necessário que tenhamos sempre em mente estratégias adquiridas através do ato de pensar para aquilo que sair errado em nossos planos.


Tema: Mudanças
Modelo: PUC - Dissertação
Nota: 9.2
Correção feita por: Unificado
28 linhas no papel

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

The couples of Instagram


Desde que comecei a namorar ando procurando por histórias tão inspiradoras quanto a que estou vivendo. E, sem muitas demoras, já encontrei vários textos, relatos com os quais me identifiquei.

Recentemente, procurando tags no aplicativo de fotos "Instagram", encontrei um perfil que se chama "The couples of Instagram" - o qual, em uma tradução livre, significa "Os casais do Instagram".
Tal perfil é uma junção de todas as fotos postadas por casais do mundo inteiro com a respectiva tag.

Logo, passei a seguir o perfil para começar a "taguear" as fotos com o meu namorado e, hora dessas, ver a história de nós dois exposta em tal página.

Já a algum tempo ando encantada com as fotos que por lá vi. Porém, visualizando ontem as atualizações, chamou-me a atenção um casal com as seguintes características: ela uma garota loira, ele vestido com uniforme de algum órgão oficial - marinha, força aérea/militar - do governo de algum país. Então fui acessar o perfil da garota e por lá visualizei mais fotos dos dois. Uma linda história contada em poucas fotos: Eles vivem um namoro à distância, a garota chega a montar gráficos para calcular quantos dias restam para que ela reencontre o namorado, pois este faz missões em nome do governo em vários países do mundo.

Em uma foto específica é mostrada a chegada dele no aeroporto e a recepção dela segurando uma placa com os dizeres: "Nos esperamos 362 dias por esse momento". Fiquei pensando sobre a foto, a mensagem e admirando essa sensação, esse sentimento que é tão forte, capaz de fazer com que continuemos em sintonia com alguém, mesmo na distância de quinze, trinta, sessenta dias... Um ano. Céticos dirão que isso é impossível, mas as provas que o amor dura mesmo na distância são concretas.

Enfim, percebi através do perfil "The couples of Instagram" que, embora o mundo tantas vezes pareça frio ou que o amor genuíno esteja em extinção, acho que não estamos enxergando a verdade, acho que não estamos sabendo procurar pelas provas de que esse tipo de amor continua existindo. Diariamente pessoas ao redor do mundo inteiro, seja aqui ou na Ásia, se esforçam diariamente para que o amor, uma relação funcione. Não é fácil, nunca vai ser, porém, ao exemplo do casal que demorou 362 dias para se encontrar novamente, quando o sentimento é maior, qualquer barreira, seja geográfica ou emocional, pode ser transposta.



... Feliz Dezembro!
Beijo, C.
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domingo, 23 de novembro de 2014

Primeira pessoa do plural


Ao som de "Every breath you take" componho esse texto que fala sobre isso mesmo... Sobre amor.

Sempre li sobre relacionamentos, sempre fiz as minhas anotações mentais sobre n situações que acompanhei de casais que vi se formando - e, acredite, a maioria deles sobrevive até hoje. Mas observar é diferente de viver, cada casal cria uma receita de "fazer a relação dar certo", é o que ando aprendendo.

Acho que eu e o meu excelentíssimo estamos criando a nossa receita.
Agora, já há alguma contagem de meses ao lado dele, posso dizer que estamos nos ajustando um ao outro. Eu e ele viramos nós. 

Namorar alguém nada mais é que perder o egoísmo - nosso, por natureza -, é entender que, uma vez que aceitamos a presença de outra pessoa em nossa vida, jamais seremos inteiramente o que éramos antes da chegada desse alguém. Talvez seja isso o que assuste, talvez seja isso o que faça com que muitas pessoas sintam dificuldade em encontrar um namorado... Talvez esse tenha sido o meu medo até então. Nossa identidade deve ser preservada, temos que continuar com os objetivos e planos que tínhamos antes da chegada de um amor, porém, é criado um conciliamento: continuo a seguir para onde já estava indo antes de encontrá-lo, mas agora tenho uma companhia em meu caminho e isso faz com que eu não siga somente planejando os meus sonhos individuais, mas os meus sonhos com essa pessoa integrada a eles.
Um amor em nossas vidas pode fazer com que realmente entendamos o sentido daquilo que estamos vivendo e buscando, o que realmente desejamos e por que razão desejamos. Se estamos corretos em nossa conduta e, também, nos valores que pregamos.

Acabamos nos conhecendo melhor, mais profundamente e, por vezes, acabamos encontrando dentro de nós o que nem sabíamos que existia.
Passo a acreditar que todo relacionamento é válido se nos fazem crescer, melhoram-nos como seres humanos e fazem com que descentralizemos o nosso umbigo, ou seja, que nos façam perceber que "o mundo é maior que o nosso quarto".

Beijo, C.
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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Trechos do livro "O tempo é um rio que corre" - Lya Luft


"O tempo pode ser visto como um assassino em série: suas correntezas levam pessoas, esperanças, possibilidades. Mas também é um Papai Noel bondoso: quem vou encontrar naquela esquina, que horizonte depois daquela curva, que visões, que experiências, que esperanças? Indagar é um desafio permanente."

"Cada um de nós precisa (mas ninguém explica isso) escrever o roteiro de sua existência dando-lhe sentido nos espaços brancos e nas entrelinhas das fatalidades e dos acasos (nos quais eu não acredito)."

"Cúmplices de nós mesmos nesse solitário brinquedo de existir, alternamos trabalho duro com euforia cintilante, desejo de se ocultar atrás de fantasmas e o ímpeto de arrancar as máscaras e finalmente ser."

"Se tivéssemos consciência de que estamos em transformação, de que tudo é passageiro e pode acabar em alguns minutos - ou anos, ou décadas, que seja -, não suportaríamos a pressão, não haveria espaço emocional para viver com certa normalidade. (Ou, na ambiguidade que nos caracteriza, daríamos mais valor ao que temos?)

"(...) E ao nosso encalço corre o espectro traiçoeiro de acabarmos sensatos demais: temerosos, quando para viver é preciso uma dose de audácia e fervor. Em que medida? Ninguém tem a resposta."

"Porque somos perversos?
- Porque somos humanos.
Pensar dói."

"Um dia escrevi que com as perdas só há um jeito: perdê-las. Hoje digo que com o tempo só há um jeito: vivê-lo."

"O tempo faz florescer paixões que fenecem logo adiante, ou transfigura um amor intenso na generosa árvore de uma longa boa reflexão. Mais uma vez, as contrações do tempo são as nossas: ele mata, ou eterniza, e para sempre estará conosco aquele cheiro, aquele toque, aquele vazio, aquela plenitude, aquele segredo."

"- O tempo traz soluções que a gente nem imaginava - me disse alguém sábio.
E não é que ele tinha razão?"

"- Ninguém é capaz - me explicaram - a gente aprende na hora."

"Porque o tempo passa é que tudo se torna tão precioso. Porque estamos sempre nos despedindo - dessa luz, dessa paisagem, dessa rua, desse rosto, desse momento, e de nós mesmos nesse momento -, tudo assume uma extraordinária importância. Não é coisa para sentirmos constantemente, mas nas horas em que a alma se expande saímos do fútil para o singular - e vemos como somos especiais."

"Aprendemos eventualmente a gostar de nós. Gente demais se subestima, se desvaloriza, aceita qualquer vida, qualquer pessoa, qualquer roteiro.
Conseguimos até ficar sozinhos nessa pequena liberdade: a de que o tempo é um fato natural, é crescimento e mudança permanente. Que ele não só nega e rouba com uma das mãos, mas, com a outra mão, oferece."

"Todo encontro especial é uma primeira vez."

"Presenças amorosas a gente procura ou nos encontram. Ainda que os afetos perdidos sejam insubstituíveis, existe espaço na alma para novos acolhimentos, desde que a gente queira. Ou possa, me diz alguém, pois algumas pessoas são, por educação e bagagem psíquica, irremediavelmente estreitas e secas."

"- E o sentido da vida?
Cada um tem de inventar o seu com seus talentos e sua própria inevitável incompetência."

"A vida é uma casa que construímos com as próprias mãos, criando calos, esfolando joelhos, respirando poeira. Levantamos alicerces, paredes, abertura e telhado. Podem ser janelas amplas pra enxergar o mundo, ou estreitas para nos isolarmos dele. Pode haver jardins, pátio, por pequenos que sejam, com flores, com balanços, para a alegria, ou só com lajes frias, para melancolia."

"A realidade não existe: cada um de nós inventa a sua."

"A cada dia, mesmo sem saber, e sem querer, estamos nos criando. Ninguém pode nos dizer que será fácil. O fácil pode ser desinteressante, e merecemos ao menos alguma vez fazer, querer, ser, o interessante, o audacioso, apesar dessa incrível sensação de fragilidade que nos acompanha."

"Cada um de nós deve inventar o seu próprio jeito de sobreviver: para alguns isso será deixar as pálpebras bem fechadas, apertar os olhos com os punhos e andar feito cegos como a gente brincava em criança - sempre acabávamos batendo em algum móvel: lágrimas e hematomas."

"Em lugar de reclamar, podemos dialogar; em vez de nos matar, podemos outra vez tentar a vida e desenrolar a alma; em vez de ressecar podemos animar essa criatura singular que somos, com riso, com gemidos de dor, com sussurros no escuro. É preciso enfrentar isso que não controlamos, mas que não precisa nos destruir: a vida inevitavelmente fluindo. Pois nós também somos isso."

"As águas não interrompem seu curso quando dormimos ou comemos, quando amamos ou nos frustamos, quando executamos projetos ou achamos que nossa força acabou. Não param quando comemos o hambúrguer, usamos o computador, tomamos vinho, choramos no escruto, pensamos em nos matar, pagamos dívidas com mais dívidas, traímos ou somos traídos, ou rimos sem motivos porque nos sentimos bem."

*** Frases extraídas do livro "O tempo é um rio que corre" da escritora Lya Luft.

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domingo, 28 de setembro de 2014

O começo


Outra vez me envolvo nos braços dele e, conforme percebo o quanto temos em comum, descubro que passei a identificá-los e a querê-los como um lar. Nós dois estamos no momento inicial do amor, como dizem, somos a novidade um do outro, a cada encontro absorvemos mais informações sobre o outro.

Conhecer alguém é um processo delicado, ainda mais se for uma pessoa com a qual você pretende compartilhar o resto dos dias - da vida, quem sabe? Cada palavra é uma novidade, cada reação. É uma sucessão de testes - estou agradando? Será que disse besteira? Será que peguei pesado demais? Será que ele soube entender as entrelinhas?

Eu nunca estive em um relacionamento sério, porém sempre procurei selecionar conselhos, interpretá-los, ler livros sobre, assistir a filmes também, entretanto, adivinhe! Absorvi muito sobre relacionamentos vendo outros relacionamentos. Sim, olhar por fora é muito mais superficial do que realmente entender o que se passa entre um casal, mas dá para captar vários lances que servirão como molde.

Um conselho sobre namoros veio justamente de um vídeo que não fala sobre amor, e sim sobre relações trabalhistas, amorosas e sociais. A questão em volta do assunto trata sobre conversar com aquele que escolhemos para estar ao nosso lado compartilhando momentos. Como diz o vídeo, "beijos, amassos, carinho.. Tudo isso é ótimo, mas um dia não vai mais bastar, e é nessa hora que na junção dos beijos haverá de existir o diálogo, o compartilhamento de ideias." O amor começa com atração, mas só dura se houver compatibilidade, e esta descobrimos ao longo de conversas.

Ando aprendendo também que, por mais que a gente saiba um montão de coisas sobre se relacionar com alguém, por mais que já tenhamos vivido uns, sei lá, dez relacionamentos, sempre e sempre e sempre estaremos em uma situação completamente nova quando conhecemos uma pessoa  - isso exatamente porque não existe uma fórmula pronta para fazer um namoro funcionar.

"Temos a mesma percepção sobre a vida, essa calma, leveza, simplicidade fazem parte de nós dois, gosto disso", ele me diz. Pois é, talvez isso signifique que estamos no caminho certo.


Beijo, C.
Boa semana!
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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A parabólica de cada um


"Se a TV estiver fora do ar 
quando passarem os melhores momentos da sua vida, 
pela janela alguém estará de olho em você!" (Parabólica - Engenheiros do Hawaii)

Li hoje um texto sobre "relacionamentos" e, pela primeira vez na vida, me identifiquei e compreendi o assunto. Já haviam me dito que nos conhecemos através do olhar do outro. Sozinhos não conseguimos descobrir quais são os nossos piores defeitos, angústias, bem como os nossos pontos fortes. Estar em um relacionamento é basicamente isso.

Faz pouco mais de um mês que um moço passou a agradar o meu coração, e, por consequência, adentrá-lo. Através dessa experiência ainda "breve", eu diria, já passo a conhecer coisas sobre mim que eu ainda não sabia. Também vou concluindo que temedores de relacionamentos são, na verdade, temedores de si mesmos. Lá dentro tem tanta coisa, não é mesmo? Ás vezes é temeroso ter que olhar para dentro e descobrir que somos uma soma de imperfeições.

Vou descobrindo que o amor não tem fórmula - opa, só mesmo Leo Jaime e Leoni para acreditarem que ela existe. Assim como a fórmula do amor não existe, a fórmula para um relacionamento funcionar também não está à venda por aqui. É uma construção, eu diria. Aos poucos os olhares, identificações, compatibilidades e uma troca cúmplice acontecem. É no dia a dia, nada de fantasias. Se fórmulas existissem quebraria-se o encanto de cada descoberta entre os dois.

Aos poucos vou entendendo sobre o amor de uma forma como nunca antes, mas sinto que todos os "rolos" que vivi até então me prepararam para o momento atual, fazendo com que eu estivesse em condições de aproveitá-lo com plenitude, envolvimento... Fazendo com que eu me deixasse levar, apostar, ué, a vida chamou, ela permitiu que duas pessoas integrassem a vida uma da outra, compartilhando o tempo, experiências, pensamentos e muito, muito amor.

Acho que relacionamentos são apostas, conhecer uma pessoa é uma aposta. As variáveis são muitas, tantos desencontros... O que me faz voltar sempre àquele pensamento: Quando as coisas tem de ser, elas são.
O que não é uma "aposta" é conhecer a si mesmo - e isso, mesmo que doa e você não goste daquilo que descobrir, infelizmente só um comentário a fazer: esse é você mesmo.

O amor acontece, e com ele, você acontece também.

Beijo, C.
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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Expectativas off, felicidade on


Felizmente parei de assistir filmes da "Sessão da tarde". Talvez eu tenha parado um pouco tarde, concluo então.
No que me refiro a assistir tais filmes quero dizer romancear, acreditar que o cara perfeito existe.

Lembro de uma sessão de terapia, uma das muitas em que o assunto abordado fora: garotos, relacionamentos. Minha terapeuta me dissera: "- Quanto mais você idealizar, mais difícil de encontrar esse alguém." Demorei a entendê-la.

Acho que é comum, principalmente na vida das garotas, idealizarmos uma pessoa. De fato, acredito que ser uma assídua leitora de romances fez com que eu tivesse essa visão sobre garotos desde muito cedo.
Mais ou menos aos dezessete anos eu ia para a terapia com uma "listinha" mental das características que eu queria que estivessem presentes "nele". O fato é que isso me afastou de muitos amores "imperfeitos". Aliás, recusei o primeiro amor da minha vida porque ele era muito escandaloso e vivia querendo todas as meninas. E eu, aos doze anos, já pensava que o garoto tinha que ser um cavalheiro - opa, isso eu penso até hoje.

Porém, existem muitas formas cavalheirescas. O "B" (letra fictícia) poderia não ter as atitudes mais maduras, convenhamos, ele tinha apenas treze anos. O fato é que eu quis exigir dele algo que ele não estava pronto para ser ou para me oferecer, acreditando que isso impediria que nos déssemos bem. Hoje, quase dez anos mais tarde, o "B" é outro, se tornou o cara cavalheiro que eu queria que fosse aos treze anos.

E quantos "B"s surgem em nosso caminho? Afastamos tantos garotos que poderiam fazer-nos felizes se baixássemos nossas expectativas e idealizações. Recusamos pessoas por elas não terem aquilo que pensamos ser necessário para estarmos felizes ao lado delas. E será que é mesmo? Será que precisamos mesmo daquilo que pedimos? É necessário maturidade pra reconhecer e para estar disposto a desistir de tudo o que a gente pensa que necessita para encontrar a verdadeira pessoa que encherá os nossos dias de afeto e amor genuínos.

Demorou tempo para que eu quebrasse o paradigma de "amor feito filme da sessão da tarde". Eles não existem. Provavelmente a pessoa que vai te fazer feliz é aquela que tem a maioria das coisas que você não estava procurando e aí você vai acabar descobrindo que são justamente elas que te farão se apaixonar e desejar estar cada dia mais com aquele "imperfeito" que surgiu ao teu lado.

Beijo, C.
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domingo, 31 de agosto de 2014

O amor, logo ali


Ao som de "With or without you" do U2 começo este texto em um domingo cinzento, parcialmente frio, final de agosto.

"With or without you" é uma música contraditória, trilha sonora do casal fictício que mais amo: Ross and Rachel da série Friends.
Jennifer Aniston e David Schwimmer incorporam durante dez anos um casal que se ama, mas que não consegue ficar junto. Eles se conheceram ainda na adolescência. Ross automaticamente se apaixonou por Rachel, porém ela só veio a saber disso na vida adulta. A partir de tal momento, eles ficam juntos por um tempo, brigam, voltam por uma noite, casam-se e divorciam-se. Amam-se tanto ao ponto de não se entenderem, ao ponto de quererem muito estar juntos, mas não conseguem consolidar tal relação de uma forma pacífica durante a maior parte do seriado.

Mas "with or without you" não me faz pensar apenas neles dois nesse final de noite. Eu diria que esta é uma canção nostálgica, quem nunca viveu um amor "impossível", "conturbado"? Engraçado, por quê impossível ou conturbado? A minha percepção é de que tudo na vida tem motivo pra ser - e pra não ser. Quem nunca se apaixonou e a convivência, os encontros pareciam tão agradáveis, e de repente não deu certo? Amor conturbado - ao menos pra um dos integrantes desse relacionamento. E sobre ir a um encontro com alguém, com a esperança que houvesse o segundo, terceiro, quarto, e não acontecer? Amor impossível - ao menos pra um dos integrantes desse casal.

Entretanto, a canção-tema desse texto não fala sobre amores que surgem. Amores inexplicáveis? Bom, estou cansada desses termos impactantes. Prefiro usar um sonoro e simples... "Amores".
Virando a esquina, caminhando por uma rua desconhecida... Lá está. No cinema, teatro, no bar. Na balada? Muito provável que não. Ou melhor, talvez sim. Lugar específico é que não há. O mais certo é que saibamos que ele(a) está por perto, tipo assim, ali ó!! Aquela pessoa sentada na mesa da sua direita, do lado daquela planta.. É, quase isso! Ah, não viu nada? Olha melhor! Preste mais atenção, talvez não esteja à direita ou à esquerda, mas na sua frente, exatamente há uns dois palmos.

A verdade sobre amores é que temos de estar prontos para conhecê-los, recebê-los, e, quem sabe, entender que eles chegaram para durar - o que não significa exatamente que irão durar, nem quanto tempo vai ser. Mas eles surgem, nos rondam, e se estivermos prontos para acolhê-los, saberemos reconhecê-los - esta talvez seja a parte mais importante. Um fato que já me ocorreu é que o amor gosta de simplicidades, leveza. A vida já é complicada por si só, não é mesmo? Por quê complicar o amor? Eu digo isso, pois também já fui dessas pessoas que gostava de complicar. Complicar = pensar, certo? Sim, exatamente isso. E o que consegui com isso? Me conscientizar sobre muitas coisas quanto a relacionamentos, mas não vivê-los. Então a dica é: Quando o amor surgir vá sem pensar - O que comprova as palavras do meu professor essa semana: "Se você pensa, não namora".

With or without you.
Com,
ou sem você.
Eis aí outra verdade: Com alguém dá pra viver, sem esse alguém dá pra viver também.
Não corre! O amor só vai te alcançar se você parar para tomar fôlego.

Boa semana geentee! Obrigada por tudo, Agosto! Vem Setembro!!

Beijo, C.
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domingo, 17 de agosto de 2014

A vida começa quando a zona de conforto acaba


Nos últimos dias tive a oportunidade de encontrar-me com duas pessoas do tipo que "a gente estava mesmo  precisando encontrar" pelo simples motivo de ter de ouvir algo que elas tinham a nos dizer. É aquele típico momento: "Caramba! Como eu precisava ouvir isso!".

Acontece que, algumas vezes na vida, mesmo tendo objetivos e estar no esforço para atingi-los, nós tropeçamos, desanimamos, mil perguntas surgem à cabeça - o que será? Como vai ser? Será que vou conseguir? E depois? E agora? E antes? -. Enfim, mil perguntas provindas da nossa ansiedade e que, se analisadas mais a fundo, não são lá tão coerentes.

Eis que passando por um momento assim, acabou que essa semana estive em contato com duas pessoas que me motivaram, e de quebra acabei engrandecendo mais os meus objetivos.

A primeira pessoa se trata do professor titular em Ética do curso de Comunicação Social na, nada menos, nada mais, Universidade de São Paulo - USP. Ele se chama Clóvis de Barros Filho. Eu tive a oportunidade de assistir uma palestra dele em uma convenção em que eu estava trabalhando. Um homem que palestrava com humor sobre muitos assuntos contemporâneos. Ele falou sobre a angústia, nossas escolhas e liberdade. Como somos livres, sempre seremos levados a fazermos escolhas, e sempre que tivermos de escolher entre uma coisa e outra, estaremos em um dilema, ou seja, nos sentiremos angustiados. Em um apanhado geral, ele falou sobre comportamentos éticos e morais, sobre seu papel como professor e sobre a responsabilidade que cada um tem por aquilo que faz ou é. Tudo depende sempre de nós, e para isso ele deu alguns puxões de orelha "verbais", ou seja, que nada daquilo que queremos irá cair do céu. Ah, ele também falou sobre a felicidade, e citou uma frase "A gente percebe que a vida é feliz quando gostaríamos que ela pudesse durar um pouco mais".

A segunda pessoa é um amigo, de longa data este. O conheço há quase dez anos e praticamente mantivemos o contato ao longo de todo este tempo, salvo intervalos de alguns meses.
Ele mora em outra cidade, saiu de casa com 26 anos e decidiu ir morar na capital. Deixou o interior e a família. Hoje, quatro anos depois, a vida é outra. Morando na capital ele diz que conquistou muitas coisas, trabalha na área que sempre quis, abriu uma empresa, conheceu e continua a conhecer muita gente - de vários e vários lugares do Brasil e do mundo - e passou a viver muitas aventuras - festas, viagens. Ele me disse que os primeiros meses não foram fáceis, "estar em casa" (na dos pais) é muito confortável, mas agora, passado o tempo, ele não pretende voltar, já se acostumou com o lugar que tem praticamente tudo o que ele precisa e, o melhor, opções! "Tudo é "ir", sair da zona de conforto, se jogar... Se tu ficar onde tu está, vai continuar no lugar onde está, simples".

Hoje, já domingo, encarei as duas pessoas que tive oportunidade de encontrar como mais um aprendizado, um gás para "ir" também. Quanto ao Professor Clóvis, penso que a vida funcione exatamente desse jeito: Se não irmos em busca, se não lutarmos e nos dedicarmos, nada vem, nada acontece... As coisas não caem do céu. E quanto ao meu amigo, "bora" pra vida. Como diria já a Martha Medeiros: "Entre viver e sobreviver há um precipício, e poucos encaram o salto."

Portanto, fica claro aqui a dica: Mãos à obra! Amanhã é apenas segunda-feira :)

Beijo, C.
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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Afinal de contas, o que é importante?


Acordei no atraso hoje. O relógio despertou, e eu o ignorei.
Dormi, apaguei, zerei total. Parecia coma. Parecia que eu nem havia apertado o "encerrar" do despertador, tamanho sono nesse frio serrano.

O que eram 7h15min, tornaram-se 8h - mas isso só porquê minha mãe chamou, se não, não sei o que seria. Continuaria eu dormindo até sabe-se lá que horas. O fato é que eu tinha um compromisso ás 8 horas e estava atrasada. Levantei, primeira coisa a fazer, ainda que meio dormindo, ligar para avisar sobre o atraso e transferir o compromisso.

Na mesa do café, minha mãe me questionou: "- E se fosse algo importante?"
Sim, o compromisso que eu tinha não era algo urgente... Eu poderia adiá-lo para a semana que vêm, caso não houvesse como retomá-lo ainda hoje.
Fiquei olhando para a minha mãe e devolvi a pergunta: "- Pois é, mas o que seria "importante"?"

Dentista? Remarca. Médico? Remarca - quando haverá consulta, sabe-se lá. Aula? Pega o próximo ônibus, chega no segundo tempo. Trabalho? Compensa as horas depois.

E então, quais compromissos seriam importantes, tais quais se perdermos a hora, estaremos sendo muito prejudicados?
Pensei em alguns: horário do voo, uma entrevista de emprego, a apresentação de uma dissertação, a defesa de uma tese, a entrevista do visto, reuniões, o horário da entrevista do passaporte. Compromissos que, se perdermos, nos gerarão um transtorno sabe-se lá em quais proporções.

Tenho certeza de que muita gente já se pegou nessa saia justa de perder o horário, principalmente por acordar atrasado. Além de despertarmos completamente "bagunçados", temos de ir atrás de recuperar o tempo perdido, torcendo sempre pra que ele possa ser reembolsado sem nenhum ou quase nenhum prejuízo.

O compromisso que perdi hoje consegui recuperar no mesmo dia, pois meu dentista tem horários flexíveis - ufa! Mas eu torço pra que o meu, e o seu, despertador só deixem de nos despertarem somente nesses dias de compromissos com uma relevância baixa, afinal de contas, perder o voo ou a entrevista de emprego ninguém quer, não é?

Bom final de semana gente!
Super abraço
Carol
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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Simples, fácil e comum - por Martha Medeiros

 
"Tenho mergulhado numa questão prosaica, mas é de importância vital para melhor conduzirmos os dias: por que as pessoas rejeitam aquilo que é simples, fácil e comum?

O mundo evolui através de conexões reais: relacionamentos amorosos, relacionamentos profissionais e relacionamentos familiares - basicamente. É através deles que nos enriquecemos, que nossos sonhos são atingidos e que o viver bem é alcançado. No entanto, como nos atrapalhamos com essas relações.
Tornamos tudo mais difícil do que o necessário. Estabelecemos um modo de viver que privilegia o complicado em detrimento do que é simples. Talvez porque o simples pareça frívolo. Quem disse?

Não temos controle sobre o que pode dar errado, e muita coisa dá: a reação negativa diante dos nossos esforços, o cancelamento de projetos, o desamor, as inundações, as doenças, a falta de dinheiro, as limitações da velhice, o que mais? Sempre há mais.

Então, justamente por essa longa lista de adversidades que podem ocorrer, torna-se obrigatório facilitar o que depende de nós. É uma ilusão achar que pareceremos sábios e sedutores se nossa vida for um nó cego. Fala-se muito em inteligência emocional, mas poucos discutem o seu oposto: a burrice emocional, que faz com que tantos façam escolhas estapafúrdias a fim de que pelos menos sua estranheza seja reconhecida.
O simples, o fácil e o comum. Você sabe do que se trata, mas não custa lembrar.

Ser objetivo e dizer a verdade, em vez de fazer misteriozinhos que só travam a comunicação. Investir no básico (a casa, a alimentação, o trabalho, o estudo) em vez de torrar as economias em extravagâncias que não sedimentam nada. Tratar bem as pessoas, dando-lhes crédito, em vez de brigar à toa. Saber pedir desculpas, esclarecer o mal-entendido e limpar o caminho para o convívio, ao invés de morrer abraçado ao próprio orgulho. Não gastar o seu tempo com causas perdidas. Unir-se a pessoas do bem. Informar-se previamente sobre o que o aguarda, seja um novo projeto, uma viagem, um concurso público, uma entrevista - preparar-se não tira o gostinho da aventura, só potencializa sua realização.

Se você sabe que não vai mudar de ideia, diga logo sim ou não, para que enrolar? Cuide do seu amor. Não dê corda para quem você não deseja por perto. E não se envergonhe de gostar do que todos gostam: optar por caminhos espinhentos às vezes serve apenas para forçar uma vitimização. O mundo já é cruel o suficiente para ainda procurarmos confusão e chatice por conta própria. Há outras maneiras de aparecer.

Temos escolha. De todos os tipos. As boas escolhas são alardeadas. As más escolhas são mais secretas e, por isso, confundidas com autenticidade, fica a impressão de que dificultar a própria vida fará com que o cidadão mereça uma medalha de honra ao mérito ao final da jornada. Se você acredita mesmo que o desgaste honra a existência, depois não venha reclamar por ter virado o super-herói de um gibi que ninguém lê."

14 de abril de 2013

Curta> Doce Estranho Mundo de Carol
O meu livro você encontra em http://www.editorapenalux.com.br/loja/product_info.php?products_id=181&osCsid=7f98abd53a6a853feb01f9fec565ca4c

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Eu&Lya

Sabe aquelas pessoas pelas quais sentimos um carinho imenso, mesmo sem nunca tendo as visto pessoalmente?
Sabe quando essas pessoas são destaques no país e no mundo?
Sabe a vontade de poder estar em contato, dar um abraço, pedir um autógrafo, tirar uma foto?

Então, sou uma "fanzissíma" da escritora, professora e colunista Lya Luft. Sempre tive o sonho de poder tirar uma foto ao lado dela, e, adivinha, hoje tive a chance de tornar real este sonho!
Após uma palestra sobre a educação no Brasil, voltada para educadores, aproveitei para ir conhecê-la pessoalmente. A Lya é sensacional! Quanta inteligência e desenvoltura. Certamente sonho um dia chegar aos pés dela.

Aproveitei também a oportunidade para entregar para ela um exemplar do meu livro, "Por onde andei".
Eu: "Lya, sou uma escritora nova, acabei de lançar o meu primeiro livro. Eu gostaria de te entregar um exemplar dele. Ah, e eu sou muito fã sua!!"
Lya: "Sucesso, garota!".

:DDDDDDDD


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

E vai, o tempo.


Fiquei pensando em como o tempo comete dádivas. 

Só através dele curamos amores.
Só através dele as peças do nosso quebra-cabeça - a vida - vão se encaixando.
Só através dele é que vamos amadurecendo.

E crescendo, e enxergando além.
Ele corre.
Voa.
Não raro, percebemos que meio ano passou. Não raro, nossas perdas e nossas conquistas começam a fazer aniversário. "Um ano que ele saiu de casa", "Cinco anos que ela está morando na Austrália", "Quatro meses que não nos falamos mais". E tudo vai ... Indo, correndo, voando, se encaminhando para seus devidos lugares.

E a verdade é que ás vezes o tempo é traiçoeiro, relativo, escandalizado. Ás vezes não falar com uma pessoa durante uma semana, é como ter se passado um mês, pelo tanto que gostamos da companhia da mesma.

O tempo voa. Quando saímos do Ensino Médio parece voar ainda mais. Conforme crescemos, ele vai... Lulu Santos é sábio: "O tempo voa, amor, escorre pelas mãos!".
O tempo voa, e torna-se confuso demais viver sem uma agenda - virtual ou manual mesmo. Ele nunca sobra. Se não estamos em uma atividade, vamos para outra. Sempre o ocupando, pois é assim que vivemos, é assim que vamos escrevendo nas linhas em branco do tempo que ainda não ocupamos.

Bom Final de semana!
Beijos, C.


quinta-feira, 31 de julho de 2014

Amputações - Martha Medeiros


"Quando o filme 127 horas estreou no cinema, resisti à tentação de assisti-lo. Achei que a cena da amputação do braço, filmada com extremo realismo, não faria bem para meu estômago. Mas agora que saiu em DVD, corri para a locadora. Em casa eu estaria livre de dar vexame. Quando a famosa cena iniciasse, bastaria dar um passeio até à cozinha, tomar um copo d'água, conferir as mensagens no celular, e então voltar para a frente da tevê quando a desgraceira estivesse consumada. Foi o que fiz.

O corte, o tão famigerado corte, no entanto, faz parte da solução, não do problema. São cinco minutos de racionalidade, bravura e dor extrema, mas é também um ato de libertação, a verdadeira parte feliz do filme, ainda que tenhamos dificuldade de aceitar que a felicidade pode ser dolorosa. É muito improvável que o que aconteceu com o Aron Ralston da vida real (interpretado no filme por James Franco) aconteça conosco também, e daquele jeito. Mas, metaforicamente, alguns homens e mulheres conhecem a experiência de ficar com um pedaço de si aprisionado, imóvel, apodrecendo, impedindo a continuidade da vida. Muitos tiveram a sua grande rocha para mover, e não conseguindo movê-la, foram obrigados a uma amputação dramática, porém necessária.

Sim, estamos falando de amores paralisantes, mas também de profissões que não deram retorno, de laços familiares que tivemos de romper, de raízes que resolvemos abandonar, cidades que deixamos. De tudo que é nosso, mas teve que deixar de ser, na marra, em troca da nossa sobrevivência emocional. E física, também, já que insatisfação é algo que debilita.

Depois que vi o filme, passei a olhar para pessoas desconhecidas me perguntando: qual será a parte que lhes falta? Não o "pedaço de mim" da música de Chico Buarque, aquela do filho que já partiu, mutilação mais arrasadora que há, mas as mutilações escolhidas, o toco de braço que tiveram que deixar para trás a fim de começar uma nova vida. Se eu juntasse alguns transeuntes, aleatoriamente, duvido que encontrasse um que afirmasse: cheguei até aqui sem nenhuma mutação autoprovocada. Será? Talvez seja um sortudo! Mas é mais provável que tenha faltado coragem.

Ás vezes o músculo está estendido, espichado, no limite: há um único nervo que nos mantém presos a algo que não nos serve mais, porém ainda nos pertence. Fazer o talho machuca. Dói de dar vertigem, de fazer desmaiar. E dói mais ainda porque se sabe que é irreversível. A partir dali, a vida recomeçará com uma ausência.

Mas é isso ou morrer aprisionado por uma pedra que não vai se mover sozinha. O tempo não vai mudar a situação. Ninguém vai aparecer para salvá-lo. 127 horas. 2.300 horas. 6.450 horas. 22.500 horas que se transformam em anos.

Cada um tem um cânion pelo qual se sente atraído. Não raro, é o mesmo cânion do qual é preciso escapar."

31 de Julho de 2011


domingo, 20 de julho de 2014

Um breve texto para amigos breves ou não tão breves


Cresci achando que havia algum problema estranho com as minhas amizades. Achei que meus amigos deveriam ser eternos, que jamais poderiam ser trocados, que a amizade havia de durar até o tempo que eu desejasse - e o tempo que sempre escolhi era aquele: que meus amigos fossem eternos. Porém, conforme fui entendendo melhor sobre a vida, vi que a maioria das amizades iam sendo trocadas. Geralmente me baseava pelos anos da escola: na terceira série eram uns amigos, na quarta já eram outros, na quinta também. Nem todos saiam da minha vida, alguns duraram todo o ensino fundamental, inclusive o médio, e continuo a ter contato até hoje.
Crescendo é que fui descobrindo o mistério da falta de durabilidade em amizades: o fato é que a maioria dos elos que criamos são cíclicos. Embora não tenhamos como definir o tempo exato desses períodos, as amizades possuem um começo, meio e fim. Ás vezes o começo dura 2 anos, e o fim, uma semana; ás vezes o começo dura 1 dia, e o meio, décadas. 
Mas é verdade também que algumas amizades teremos até que se finde a nossa vida. Classificar e avaliar qual(is) será a premiada é difícil. O jeito é ir vivendo, agradecendo pelos que chegam, pelos que vão embora e pelos que ficam, afinal de contas para tudo existe motivo. E eu acredito que aqueles que vão embora tem de ir, muitas vezes, para que outros cheguem, para que nossa existência na Terra alcance o seu melhor - e isso inclui as pessoas que temos de conhecer e conviver.
Uns chegaram, outros partiram, alguns continuam. E cada um deles vem a compartilhar comigo a parte que a meu caminho cabe, e assim reciprocamente sou com eles. Haverá o momento que aqueles que tiverem de ir, sairão, e, logo, novos virão a ter comigo novos momentos. É assim que funciona!
FELIZ DIA DO AMIGO... Como cantava Toquinho: "Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida!!"

Beijo, C.

sábado, 19 de julho de 2014

#rip Rubem Alves

"Um dia um estudante veio à minha casa e me perguntou:
"- Como o senhor planejou/preparou a sua vida para o senhor chegar onde chegou? Qual é o mapa do caminho?"
Eu respondi que cheguei aonde cheguei porque tudo o que planejei deu errado. É a pura verdade.
Então eu sou escritor por acidente."

- Rubem Alves. 15/09/1933 - 19/07/2014.



sexta-feira, 18 de julho de 2014

Como estaremos na próxima Copa do Mundo?

Convido os leitores deste texto a fazerem uma reflexão: Como você estará em 2018?
Eventos que marcam, dividem a história, deveriam ser um marco em nossas vidas também. E eu digo isso, pois foi mais ou menos assim que aconteceu na minha vida - mesmo eu não sabendo se as coisas iriam mesmo se concretizar.

Bom, vamos aos fatos: Sempre fui fã de escrever diários. Comecei este feitio lá nos 12 anos de idade e, confesso, continuo até hoje. Acontece que, lembro bem, estava eu aos 13 anos na sétima série quando a professora nos perguntou para que nos imaginássemos no final de 2008. E por incrível que pareça, na mesma época que ela nos fez tal questionamento, estava acontecendo o sorteio da Fifa para descobrirmos qual seria o país cede da Copa do Mundo de 2014 - o Brasil entre os concorrentes.

Eis que tive a ideia de escrever no meu diário de 2007 sobre como eu gostaria de estar aos 20 anos - 2014, na Copa do Mundo, que, então, poderia acontecer no Brasil.
Guardei o diário, nunca mais o folheei. E a vida foi ... Acontecendo, os dias, meses, anos foram, literalmente, voando, até que o ano de 2014 chegou, a Copa do Mundo no Brasil, de fato, aconteceu. E a maioria das coisas que imaginei acontecendo aos meus 20 anos, aconteceram.


Publiquei o meu primeiro livro, intitulado "Por onde andei", aos exatos 11 dias de Junho de 2014, uma quarta-feira ensolarada e quente - embora estarmos quase no inverno -, um dia antes de começar a Copa do Mundo no Brasil.
Fiquei mesmo embasbacada quando resolvi jogar os meus diários de 2006, 2007 e 2008 fora, e, folheando-os para uma última despedida, encontrei tal folha escrita com alguns dos meus desejos para o ano em que eu completasse 20 anos.

Talvez um fato curioso da vida é que quando a gente deseja muito algo e se visualize realizando tal sonho, as coisas acontecem. Não sei se existe explicação, talvez esteja tudo no pensamento.

Depois que terminou a Copa do Mundo no Brasil, nas redes sociais, e principalmente entre os brasileiros, houve aquele momento da sensação de "perda": Cadê os jogos? Cadê os comentários sobre jogadores de futebol? Cadê os memes e as piadas?
A rotina voltou, não saímos mais cedo do trabalho, pois não há mais jogo do Brasil. Depois de 30 dias, voltamos ao que nos era conhecido. A Copa era a tão deliciosa "quebra" na rotina da maioria das pessoas ao redor do mundo - e ainda mais para os habitantes do país que a sediou.

Copa vem, copa vai, de quatro em quatro anos, este evento de impacto mundial acontece em um país diferente. Em 2018 é a vez da Rússia sediá-lo. Como você e eu estaremos lá? Quais são os desejos e sonhos, ainda vamos querer estar morando no mesmo lugar, conversando e mantendo contato com as mesmas pessoas? Em qual patamar de vida nos imaginamos estando? Tudo vai depender do que estamos querendo agora, 4 anos antes. E para quem acha que isso é muito tempo... Engana-se. Cada ano anda passando mais depressa. E se o exercício de imaginar vale? Por experiência própria eu afirmo que sim. Meu primeiro livro foi publicado exatamente no ano que eu imaginei que isso aconteceria. E, convenhamos, não custa nada né? Imaginar, SONHAR, desejar não arranca mão, braço de ninguém.

E aqui vai a capa do meu livro:


Ou encomendando comigo comentando este post :)

Beijo, C.

sábado, 12 de julho de 2014

Trechos de "A noite das mulheres cantoras" - Lídia Jorge


"Acreditar que cada um devia buscar nas suas próprias forças a única resposta para enfrentar os obstáculos. Semelhante estoicismo costuma criar cínicos ou totalitários."

"Dizem que a lembrança é a mamã da História. É mentira, só o registro é o pai da História, e também o seu filho. De resto, lembrança é lembrança, fica e mora conosco, mais nada. Tão longa e tão curta quanto a nossa vida. A nossa vida, se bem vivida, não é da História, é do seu sentido."

"Está entendido. Moramos na mesma casa, mas cada um de nós vive em seu mundo."

"(...) Mas nada iria passar-se como eu imaginava. Ao lado da expectativa, a realidade criava o seu próprio programa, há muito que eu sabia que assim era. Também sabia que a parte que nos decepciona pode ser recompensada pela parte que nos surpreende."

"A relação que determinadas pessoas mantinham com outras não poderia ser qualificada a partir de um só ato isolado, mas essa relação deveria ser evitada sempre que impedisse a realização do próprio. (...) Pessoas havia que tanto nos amavam quanto nos impediam. Essas, deveríamos evitá-las para nos concentrarmos em exclusivo naquilo que é importante."

"Por essa altura eu percebi como o carisma pode ser um fluxo que ao mesmo tempo ofusque e seduza. Provoque esquecimentos e paragens no tempo, hiatos irrecuperáveis, como se conta das aparições benignas."

"Mas nem tudo o que é inesquecível deve ser descrito. A maior parte da nossa experiência inesquecível pode permanecer para sempre indizível."

"Aprendo com esses dias o que toda a gente aprende, mas nem toda a gente sabe. Que só o nada, e em abstrato, é estático. A vida humana, errante, a relação entre nós todos, errática. Lutar contra essa deriva é o mesmo que tentar parar o vento com um chapéu de palha. O amor é esse chapéu de palha."

"(...) Que só dispondo de uma vida nunca daremos resposta àqueles que exigem que nos separemos em partes que são inseparáveis. Não podemos ser de dois mundos."

"O que há de repulsivo na felicidade é a rapidez com que esse estado transforma a pessoa por ele tocada numa ilha de triunfo."

"As nossas contas pareciam os cálculos da NASA. Mas até os voos do vaivém espacial estão sujeitos aos efeitos da meteorologia. Ainda bem. Quando um dia deixarmos de ter esses imponderáveis ou seremos deuses ou seremos animais, e a tendência inclina-se mais para os segundos do que para os primeiros."

"E como sempre acontece na vida, aquilo que existia disperso e por acaso fechava-se num círculo a que se poderia, com algum discernimento, atribuir um significado."

"O fim natural de todos os episódios coletivos, alegres ou trágicos, são canções."

"- Ela foi dormir durante duzentos milhões de anos, foi dormir para todo o sempre", disse Gisela, "Pois é esse todo o sempre que uma pessoa não consegue aceitar. Se houvesse ao menos alguma coisa que interrompesse essa eternidade, se houvesse..."

"- Vamos por partes. Se pensarmos de forma lúdica, o que poderemos concluir? Que se uma de nós morreu, e todas nós sentimos que morremos um pouco com a sua pessoa, então ela ainda está viva para nós, e por isso em parte ela sente como nós, e logo em parte ela quer o que nós quisermos. Mas nós ainda estamos confundidas, ainda não sabemos o que queremos. Ela, a parte dela em nós não morreu, ela sabe. A perspectiva da nossa companheira desaparecida diz-nos que uma pessoa que foi capaz de se entregar a um sonho da forma tão exclusiva como ela o fez, é porque acreditava em si mesma e em nós, e tinha feito da nossa música a sua própria casa".

"Mas eu compreendo que vocês possam não sentir o mesmo que eu. Somos diferentes, e a diferença vê-se muito mais perante a infelicidade do que na hora da alegria. Eu sei bem."

"Há fanáticos para tudo, estes são fanáticos pelos astros. Quem procura no Espaço é porque não encontra o que deveria desfrutar na Terra."

"Compreende... Não me cabia a mim ensinar o que a ti te compete aprender. Nesse estado de alma ninguém tem o direito de intervir. Tudo conta, nesse estado de alma, minuto a minuto, segundo a segundo. Quanto mais encheres o teu saco, mais terás de onde te alimentar no futuro. Olha que não acontece duas vezes. E a vida só tem interesse enquanto essa aventura existe, ou enquanto esperas pela aventura, ou enquanto te lembrares da aventura."

"A eternidade somos nós. Desaparecer entre os que nos conhecem, assim, como uma bola de sabão, é que não se consegue aceitar. Partirmos sem impressionar ninguém, isso é que é o verdadeiro óbito. Aliás, deveríamos perguntar-nos para que pode prestar aquilo que temos de mais certo, a nossa morte. Acaso uma forma de sermos úteis não seria partilhá-la, de modo a prolongarmos a nossa presença até o fim, oferecendo-a aos outros?"

"Mesmo que mais nada em comum nos viesse a juntar no futuro, bastaria o fato de sabermos que estávamos vivas, e de sermos em parte muito diferentes, e em parte muito parecidas, para não podermos dizer adeus."

"Cada coisa brilhava por si, mas elas não rodopiavam em conjunto segundo uma qualquer ordem legível."

**** Esta obra integra as leituras obrigatórias da UFRGS 2015.
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Você encontra o meu livro em: http://www.editorapenalux.com.br/loja/product_info.php?products_id=181&osCsid=7f98abd53a6a853feb01f9fec565ca4c

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Eu maior

Oi galera!
Hoje posto uma dica de vídeo para inspirar autoconhecimento. Aquelas perguntas "quem sou?", "o que quero?", "o que é felicidade?" vistas pela perspectiva de muitas pessoas - algumas famosas, outras não, porém todas com uma visão interessante e diferente sobre o que estaremos fazendo nós no mundo. São teólogos, engenheiros, cientistas, psicólogos, artistas, escritores brasileiros em um diálogo aberto sobre uma temática que envolve a todos nós: Viver.

Eu me identifiquei com algumas das perspectivas, de outras eu discordei. Acredito que vale a reflexão.

Fica o link - Documentário completo: 89 min.


Beijo, C.

sábado, 5 de julho de 2014

Só mais um


Reviro as minhas memórias, relembro de algumas conversas.
Não mais o mesmo posso dizer sobre os acontecimentos, a troca de carinho, a presença. De repente, tudo o que era "lindo", "fofo", "eterno" é colocado em uma caixa. O amor foi embora, o príncipe quebrou a sua coroa - aliás, será que em algum momento ele fora príncipe mesmo? Agora, depois de passado o "rolo"/"ficadas"/"encontros" (nem sei como intitular isso que vivi), dou-me conta das partes feias, sim, pois elas foram maiores do que as bonitas. Se as partes bonitas tivessem sido maiores, provavelmente o "rolo" continuaria, e este teria se transformado em algo mais sério.

Príncipes que viram sapos - ou será que ele sempre foi um sapo e eu só estava tentando encontrar um príncipe?
Essas confusões acontecem, mas eu acredito que a vida sempre sabe o que faz. Se um relacionamento não deu certo, é porque você ia se magoar mais do que pudesse já ter sido magoada.. É porque algo melhor a espera, nos espera, afinal de contas esse texto é sobre aquilo que não deu certo para mim.

A verdade é que o tempo passa e a gente vai elaborando as perdas, as frustrações. O tempo passa e a gente se torna mais forte ao passo que vai entendendo todos esses erros e aprendendo com eles.

E também é verdade que a gente aposta nas pessoas... Aposta em um primeiro encontro, aposta no segundo, terceiro, quarto encontros. E vai querendo descobrir mais sobre aquele ao qual está dedicando seus sábados à noite, suas sextas-feiras, seu horário durante a semana. Afinal de contas, se a gente não dá espaço, nunca vai sair do próprio casulo, nunca vai ter uma noção da realidade que é dividir a vida com alguém. Infelizmente, muitas vezes darão erradas até que a pessoa certa e as coisas certas aconteçam. O erro também é importante, aliás, talvez mais importante que o acerto. Errar é lapidar-se, resgatar as partes velhas e melhorá-las. Invariavelmente, sofreremos. Doerá. Dói, pois toda frustração é dolorosa - não somente aquelas provindas do amor.

Elaboradas as perdas e frustrações, seguimos mais fortes no jogo. Afinal de contas, ninguém morre de amor.

Beijo, C.
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segunda-feira, 30 de junho de 2014

O jogo da vida - por Yonatan Shani


"Talvez um dos grandes questionamentos que o homem sempre fez e sempre fará é sobre o sentido da vida e o que, de fato, buscamos. Independentemente da cultura à qual pertencemos, da língua que falamos, de nossa condição social ou da profissão que escolhemos, todos nós estamos sempre nos movendo em busca de algo.

E o que é esse "algo" que buscamos? (...) Não importando o que temos como meta - uma brilhante carreira, relacionamento, dinheiro, saúde - muita gente vive com um vazio que nem sabe o que é ou como preenchê-lo.

Se pensarmos em saúde como um exemplo, podemos dizer que hoje temos mais conhecimento sobre o corpo humano, remédios e tratamentos do que em qualquer outro momento da história. Mas, mesmo com toda a tecnologia e conhecimento sobre este tema, ainda sentimentos que precisamos de mais. Mas quanto mais? Qual é a meta final da área da saúde? Provavelmente, quando ninguém mais ficar doente e quando a medicina for completamente preventiva. Quando não houver mais mortes. Se ninguém mais morrer, estaremos, finalmente, todos felizes, satisfeitos e não buscaremos nada mais? Sem dúvida, ainda buscaremos. Mas como seria possível, então, nós ainda estarmos insatisfeitos, mesmo se o que quiséssemos fosse ilimitado?

(...) Buscamos o infinito em todas as áreas da nossa vida. Algo dentro de nós nunca vai parar ou se satisfazer como nada menos do que o infinito porque nós viemos do infinito. Como diz Sting, "nós somos almas dentro de um mundo material."

Como almas, já tivemos o gosto de ter todo, todo o amor, todo o conhecimento, todo... Só que faltava uma pequena coisinha, faltava a sensação de merecimento, faltava a forma de compartilhar, reciprocar de tal maneira que pudéssemos nos sentir bem recebendo.

Muita gente está em busca do amor, da sua outra metade, só que quando questiono as pessoas sobre isso, a resposta é sempre que estão buscando alguém bem mais rico, saudável e inteligente que eles. A minha pergunta é: como você vai se sentir ao lado de alguém que é muito mais que você em tudo? A resposta é: muito pequeno.

Os kabbalistas sempre nos ensinaram que o universo nos oferece muito mais do que podemos imaginar. Porém, recebemos exatamente o quanto estamos preparados para compartilhar. (...) Nós criamos nossa própria realidade. A realidade manifestada ao nosso redor é fruto do quanto estamos dispostos a nos tornar donos, responsáveis pela nossa realidade.

O ser humano não terminará sua busca constante por "receber" se conseguir o carro, ou todo o dinheiro ou toda a felicidade junto à sua família. Ele só estará preenchido quando conseguir manisfestar seu verdadeiro propósito aqui na terra e vencer nesse jogo chamado "o jogo da vida."

Texto retirado da Revista Avianca, edição JUNHO / 2014 - escrito por Yonatan Shani.

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domingo, 29 de junho de 2014

Chuva para os "solares"


Sete dias sem sol... E eu me pego a questionar-me como a gente segue em frente, quer dizer, como nós seguimos positivos, mesmo sem a presença desse astro luminoso.

Minha mãe, ex-enfermeira de uma ala psiquiátrica, me contou que na época em que atuava, os psiquiatras e psicólogos do setor sempre diziam que o inverno, a falta de luz e os dias sem sol eram os fatores que mais transiam pessoas ao hospital. Menos luz: Mais internações, mais doenças.

Será que também não é assim que ocorre com a gente? Pesquisas já comprovaram que com o sol sintetizamos serotonina - hormônio da felicidade.
A falta de luz causa enegrecimento, como já diz a palavra... Ficamos escuros, tomados pelo pessimismo. Quer dizer, é uma questão de momento: De repente os sonhos e planos vão se encaminhando e está tudo indo bem, mas a falta de luz escurece aqueles que anseiam em colocá-los em prática.

Bom, mas no começo deste texto eu disse que estou me questionando para descobrir como se segue em frente. - Seguir em frente do que? De um amor que apareceu, mas não veio pra ficar; de mil  planos sorridentes e que só dependem de um super ponta pé meu para serem concretizados.

Longos dias de tanta chuva me fazem pensar demais no futuro, por vezes no passado. Acho que isso atrapalha um pouco - ou bastante - o presente: o foco principal.

Mas voltando ao amor, esse foi apenas mais um que veio com o intuito de balançar algo por dentro, talvez até remexer uma parte que já estava selada - essa parte não gostei: afinal de contas, quando esse tipo de coisa acontece, a gente sempre tende a repensar o passado, escolhas que fez. Não seria mais sensato se a vida sempre nos proporcionasse situações em que voltar não fosse preciso?

A verdade é que nós escolhemos, optamos por aquilo que queremos viver. Com certeza tive uma escolha ao estar com essa pessoa, sabendo que possivelmente revisitaria um passado ao qual já não mais pertenço. Mas a dor chegou, ter vivido momentos ao lado dessa pessoa e agora não mais tê-los. E outra uma vez, com a dor, veio um plus de maturidade - algo que ninguém ensina, aprendemos pela própria conta e risco.

À parte o amor que precisa curar-se e, então, virar algo remoto, provavelmente esquecido quando, então, brotarem as linhas do futuro, aprendemos a seguir em frente e lidar com o presente, a lidar com dias tão seguidos de chuva, nos quais literalmente ficamos com uma "nuvem" nos pensamentos, algo que nos impede ver com clareza que algum dia cada cicatriz vai ter seus poréns e significados.

A chuva não cessa, o sol faz falta, vou realocando e recolando as partezinhas que se deslocaram ou descolaram, pois é isso o que a gente faz, vive fazendo: costurando as cicatrizes e, de todo modo, seguindo em frente - com ou sem a presença do sol.

Beijo, C.
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sábado, 21 de junho de 2014

Mudar não é preciso... É essencial!!


"Pra ser quem sempre sonhou, deixe pra trás quem você sempre foi."

Poucas frases tem um sentido tão abrangente no que diz respeito a mudanças: se você tem um sonho, quer conquistar algo grandioso, ou apenas quer se tornar uma pessoa melhor... Invariavelmente precisa deixar quem você atualmente é para trás.

Como um ato inconsciente, nosso cérebro vai se acostumando a rotinas, a pessoas, a lugares, a hábitos. Começamos a ter no "conhecido" uma segurança íntima, um lugar onde não seremos perturbados e nem o novo nos incomodará.
Já parou para pensar em como tudo o que é "diferente" nos causa percalços? A novidade, a alteração.. Uma simples mudança no layout do facebook já nos deixa atônitos: "Por qual motivo as notificações agora estão do lado oposto? Era tão bom como estava antes!", e assim sucessivamente e em uma escala mais grandiosa em nossas vidas.

Já assisti a vários vídeos, vi algumas palestras, frequentei terapia... E em todos esses âmbitos o prenúncio foi o mesmo: Mude. Se um dia escolher o lado direito para caminhar na rua, no outro escolha o esquerdo. Escove os dentes com a mão oposta a qual você costuma escovar. Cada hábito modificado faz com que alterações cerebrais ocorram em uma escala grandiosa.

Pensando nessas frases de "efeito" que citei acima, essa semana resolvi tomar uma atitude mais radical: Eu escrevo diários desde os 12 anos de idade, sempre me senti a vontade em contar a um papel meus dilemas e vez ou outra pegar eles para ler e lembrar de quem eu era e, conforme fui crescendo como a maturidade fora surgindo em minha vida. Eis que me peguei querendo deixar todas essas memórias somente em minha mente: Resolvi desfazer-me dos meus três primeiros diários. Rasguei-os e, com a ajuda da lareira, aproveitei para queimá-los.

Também decidi jogar fora cartas - muito amáveis e sinceras - que ganhei de amigos e amores. Objetos foram junto: Não preciso mais daquela caneta, daquela caixinha de tic-tac vazia para me lembrar do que vivi. Está fresco na memória: Era um sábado à noite, era frio, era no cinema, estava com ele.

Ter tomado tal atitude é um décimo do que posso fazer... Afinal de contas, quantos "eus" a gente guarda? E será que guardando esses eus nos tornaremos quem sempre desejamos ser? Carrego comigo a ideia de que passado é bom, mas deve ser esquecido. Ao longo da vida sempre teremos momentos bons e ruins para recordar, e por incrível que pareça, no fim das contas, eles se equivalem, então mais sábio que olhar para trás ou para os lados, é continuar a olhar para frente. Agradecer tudo o que deu certo e tudo o que deu errado e ir, seguir. "Saber" deixar para trás, pois assim como nos acostumamos com o lado das notificações do facebook, nos acostumamos com outras tantas coisas. E sempre, sempre, sempre seremos os únicos capazes a alterar esse status quo.

Beijo, C.
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Você encontra o meu primeiro livro em: http://www.editorapenalux.com.br/loja/product_info.php?products_id=181&osCsid=7f98abd53a6a853feb01f9fec565ca4c

sábado, 31 de maio de 2014

Goodbye adolescência


Muito embora já tenha tentado muitas vezes, continuo a ter esse hábito feio que é roer as unhas. Talvez um dia isso mude, ou quem sabe talvez eu esteja lá com os meus 60 anos, netos me bajulando, e as minhas unhas continuem sendo o meu ponto fraco. Hábito infantil que talvez se estenda até a minha velhice. Esse texto é sobre aquilo que a gente já foi, ainda é, não é mais, e sempre vai ser.

Encontro-me em um dilema: Acho que a maior parte da minha adolescência está se eternizando no passado. Já não acho graça de tantas coisas banais, perdi o interesse em tanta ansiedade e em pensar que ainda posso ser um centro. Adolescência egoísta? Pois é, a gente descobre que o mundo é maior do que o nosso próprio quarto.

Muito embora algumas lembranças e talvez até alguns fantasmas adolescentes ainda me cerquem, digo a eles que não posso ficar, que a vida esteve me programando para algo mais grandioso durante esse tempo todo. É como se eu dissesse para esses amores, dissabores ou sei lá o que, que, embora eu ainda não tenha chegado aos 20 anos, sempre estive lutando para ser alguém e a vida nem sempre foi doce, feliz, saborosa e alegre. Tenho um coração que dói de saudade, e é um tipo de saudade que nunca vai ir embora.

Tudo o que sinto é um amadurecimento provido por conta de dor. Dói, a gente cresce. Descobre que as flores murcham, que as pessoas são boas e ruins, mas algumas fazem questão de só revelarem sua parte má. Descobre que tudo vai depender do alvo que a gente mirar e do modo como o mirarmos. Mas tudo isso poderia se tratar de clichê. Quem não sabe que a vida muda, que concretização de objetivos só dependem de nós, que o tempo está passando, que a adolescência vai ir embora em algum momento?

É preciso se despedir. Algumas terapias, bem como alguns livros, me fizeram entender que a gente perde algo todos os dias. Perdemos contatos, oportunidades, objetos, "dinheiro", tempo. Só que na correria do dia-a-dia a gente nem se dá por conta disso, mas é natural. A vida não faria sentido sem perdas - existem seus ganhos equivalentes, mas este texto não trata disso.

Se despedir da adolescência não quer dizer "dias menos felizes, risos menos alegres"... A vida continua sendo sorridente, as brincadeiras sempre vão existir, afinal de contas, a vida não deve ser levada tão a sério. Mas a responsabilidade sim, essa aumenta tão mais, tanto mais, pois esse é o sentido da independência, da conquista de objetivos, de encarar o precipício. De ser alguém.

Não existe data para sabermos que a adolescência deu espaço à maturidade e a responsabilidade. Isso vem da nossa criação, das experiências que vivemos e da nossa vontade de encarar os desafios e novidades que surgem através disso. Mas eu confesso: mais do que a gente querer, a vida é que parece nos chamar e avisar que esse momento chegou.

Eu pinto as unhas como voto de não roê-las, entretanto, minha vontade não se concretiza. Esse resquício de ansiedade, bem como outras manias estão incrustados no meu ser e definem a minha identidade: irão me acompanhar pela vida inteira.

Beijo,C

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Erramos o tom


"Algumas coisas só começam para terminar."

Não sei se durante a minha vida inteira - quase 20 anos - já pronunciei frase tão triste como essa. A verdade é que tenho os meus motivos: um coração arrependido.
Era sábado, você ligou, disse que tínhamos de nos ver. - Sabe quando nós sentimos que algo é um erro, e mesmo assim vamos lá tirar a prova?-.

Pois é, o problema é que nós nos modelamos um ao outro. Teu sorriso buscava o meu, assim como teus lábios lutavam por grudarem-se aos meus outra e mais outra vez. Um erro. Como não pude prever?

Te conheci muito cedo. Lá pelos 12 anos de idade, se bem me lembro. Você era tímido, nunca foi muito atrativo, mas nunca me importei com isso. Sua amizade me bastava, ríamos juntos e parecia que o mundo iria parar para ver-nos amigos sempre.

Ao longo do caminho eu mudei, você também. Crescemos, o tom da voz modificou-se, porém o meu endereço e o seu não. Mesmo assim, a amizade prevaleceu por esses tão rápidos oito anos.

O problema é que naquela noite a gente se gostou tanto e foi utópico, químico, não sei definir. Só que ai você disse que tem uma vida inteira pela frente, e que não curtiu tudo o que precisava pra me levar a sério. Esse deveria ser o meu discurso, ao menos a parte do "ter uma vida inteira pela frente". Mas a verdade é que com esses meus planos você nunca se importou.

Desejar a felicidade a um amigo é algo próprio de amizades... Mas é complicado agora querer o bem de alguém que veio só para ir embora, como tantos outros por aí. Acho que isso deveria ser proibido por decreto, lei. Como assim sumir depois de um beijo ou dois?

Era um erro. Eu sentia e sabia, algo na mente me dizia: Não vá!
E assim mesmo fui, e assim mesmo a gente vai... A gente vai, pois pensa que poderia ser diferente. Mas fica a lição: Passado só serve pra isso: Ser passado.

Mas aí veio outro amigo e me disse: Para com isso garota! Você vai ser mais feliz do que imagina. Deixa o tempo passar, a ferida fecha.

Beijo, C.
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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Era Diego ou Diogo


Nunca vou lembrar, talvez fosse mesmo para esquecer.
Não faço deste texto algo sobre amor. Ainda estou a descobrir do que se trata essa palavra tão pequena, mas com uma abrangência tão extensa.
Poderia ser Pedro, ou Paulo. Pensando bem acho que era Augusto. Não vou lembrar.


Quantas pessoas passam, não é mesmo? Isso, elas passam. Vieram Lucas, Ricardos, talvez Joãos, e alguns tinham nomes tão estranhos e criativos... Acho que de cada um levo uma lembrança. Alguns nunca mais vi, sumiram. Alguns talvez um dia eu ainda encontre, outros sei que não voltam mais. É a dinâmica da vida, sem a qual seria impossível viver, e acho que todo mundo vem e vai por motivos que ás vezes conhecemos, mas que tantas outras desconhecemos.

Talvez fosse Igor, ou Bruno. Quem sabe Matheus, ou então Leonardo.
Para falar a verdade, todos esses já me surgiram. E repetidos: não um Bruno, não um Matheus, mais de um Leonardo.
Ainda que disfarçadamente, dispensei alguns, bem como fui dispensada também. Ei, como funciona mesmo esse tal de amor?

Alguns vieram só pra brincar, mas confesso que eu brinquei também. Alguns queriam pra sempre, aí eu queria só por um momento. E o contrário também aconteceu. Ei, como funciona mesmo esse tal de amor? Pois me perco, não existe fórmula, nem poção... Vai-se vivendo. É por isso que apareceram Giovanis, Andrés, Cristians, Wagners, Douglas, Mauricios, pois são esses amores traiçoeiros, amores inacabados, amores que talvez não aconteceram, que me fazem lapidar o conceito de amor na minha vida, que tentam dar uma noção e dimensão da palavra. Mas ainda sei muito pouco, e é só vivendo que irei aprender.

Pensando bem acho que sempre vou lembrar: Era Diego, mas também encontrei um Diogo.

Beijo, C.
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sábado, 26 de abril de 2014

E seguimos


Eu estive por aí este tempo todo vivendo, jogando pique-esconde com a vida.
E sei que o tempo não passou apenas para mim.

Andei vivendo ao mesmo tempo em que vou recordando. Já não somos mais aquelas crianças. O passado começa a existir dentro de nós. Sim, estou mesmo enlouquecida com a ideia de que em poucas semanas vou completar duas décadas de vida. Por outro lado, toda essa loucura se desfaz em emoção: Estive, durante esses quase vinte anos, vivendo. Acho que quando digo a palavra "vivendo" quero dizer que estive sempre lutando para concretizar os meus objetivos, e aproveitando para viver situações inusitadas. Estive me engrandecendo, se assim possa ser dito.

O passado é um passeio, uma vertente. Amadurecimento é uma constante.
Confesso que, algumas vezes, talvez necessárias, arranjei desculpas no pique-esconde que, constantemente, me coloco a jogar com a vida, porém acredito que até mesmo essas desculpas tenham uma ligação com as outras partes do meu presente, futuro, e foram elas que me levaram a viver tantas situações desejadas por mim.

Estivemos por aí, vivendo. E nos momentos em que não estivemos por aí, vivendo, estivemos aqui, relatando e refletindo sobre tudo aquilo que vivemos. E certos estamos que essa corrente chamada "tempo" continua a passar rapidamente, enquanto nós vamos indo, vivendo, estando por aí esse tempo inteiro desvendando o que precisa ser desvendado ao mesmo passo que inventamos o que precisa ser inventado.

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Beijo, C.

domingo, 20 de abril de 2014

Sozinhos somos uma legião


Costumo reparar nos meus semelhantes: Entenda isso por: Quando estou a vivenciar uma situação sozinha, procuro reparar pessoas que se encontram vivendo o mesmo. Ir ao mercado, correr, praticar um cooper, ler, ficar na praça - aproveitar o sol. Por vezes atividades que faço comigo e eu mesma.

Quando caminho ou corro muita gente está a fazer o mesmo. Nós, que vamos na nossa própria companhia ou na companhia do Ipod/Mp4 (se você estiver tão tecnologicamente defasado neste sentido tal como eu), nos identificamos. "Estou caminhando sozinha. Veja! Ela(e) também está!". Sozinhos formamos uma legião.

Quantas vezes sentei na praça, com desculpa de aproveitar o sol - particularmente no inverno -, mas o que eu precisava mesmo era matar tempo para um compromisso. Mas estar sozinho nunca é estar só de verdade. Sempre olhei para os lados e vi pessoas na mesma situação que eu: matando tempo para um compromisso ou que estavam ali na espera de alguém.

Como se sabe, seres humanos foram feitos para socializarem-se, e não serei eu a pessoa a discordar disso. Afinal de contas, tendo uma companhia podemos jogar papo fora, mudar de ideia, adquirir um novo ponto de vista, obter novos conhecimentos. Mas ficar na companhia de si mesmo também trás vantagens. Outro dia vi uma reportagem que falava que crianças que não brincam sozinhas nunca serão adultos leitores. Ler é a atividade mais "solitária" que conheço e isso por si só já ensina bastante coisa. É incontestável os benefícios de uma leitura, porém esta foi feita para pessoas que não se incomodam em estar à sós consigo mesmas.

Passarmos momentos sozinhos, na companhia somente do nosso eu, faz com que pensemos e reflitamos sobre vários assuntos que, muitas vezes, no meio do tumulto não somos capazes de elaborar com clareza. É claro, devemos ficar na nossa própria companhia por um tempo saudável, e não fazer disso um isolamento social. Deve haver um equilíbrio entre nossos momentos "solitários" e nossos momentos de convivência em grupo, comunidade. Mas enquanto sós em certas atividades, saibamos que sozinhos formamos uma legião.

Beijo, C.
Ótima semana!
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