sábado, 31 de agosto de 2013

O impossível é sobrenome do medo - Fabricio Carpinejar.


Perdemos mais tempo arrumando desculpas do que vivendo.
Perdemos mais tempo adiando do que aceitando a dificuldade.
Perdemos mais tempo explicando a desistência do que enfrentando o sim.
Eu garanto que a fuga dá mais trabalho do que se encontrar. Porque estaremos longe, mas com saudade. Porque estaremos protegidos, mas vazios. Porque estaremos aliviados, mas entediados.

A vida é simples, milagrosamente simples.
A esperança é firmeza. Consiste em seguir adiante mesmo com pânico, mesmo com receio.

Não há como acalmar o coração senão vivendo.
Parece que nunca conseguiremos fazer, mas vamos fazer, acredite, toda a vida foi feita de sustos bons.
Somente tememos o que é importante. Somente temos dúvidas do que é essencial. Somente entramos em crise por enxergar com clareza a dimensão de nossa escolha.

Os riscos valorizam a recompensa.
Viver não é para solitários.Sempre tem alguém nos chamando para nos acompanhar no perigo.
Eu pensei que nunca percorreria o corredor de minha infância caminhando, mas o vô me esperava do outro lado. Eu caí e ele me levantou com suas mãos de regente.

Eu pensei que nunca me manteria equilibrado em uma bicicleta, mas meu pai fingiu que segurava a minha garupa e pedalei de olhos fechados com o vento me guiando.
Eu pensei que nunca aprenderia a ler e a escrever, mas a letra da minha mãe foi a escada para as histórias.

Eu pensei que nunca teria uma namorada, mas o beijo veio distraído no recreio da segunda série.
Eu pensei que nunca conseguiria nadar, mas os braços foram se revezando até atravessar a piscina.
Eu pensei que nunca passaria no vestibular, mas sacrifiquei noites e pesadelos para um lugar na faculdade.

Eu pensei que nunca teria filhos, eu pensei que nunca dividiria a casa com alguém, eu pensei que nunca seria dependente do olhar de uma mulher, eu pensei que nunca teria dinheiro, eu pensei que nunca seria feliz.
Eu pensei, mas fui fazendo, fazendo, fazendo.

O impossível é apenas o sobrenome do medo.
Você acha que somos impossíveis, mas é do impossível que o amor gosta.
O impossível é inesquecível.
O impossível é o possível repartido. O impossível é o possível a dois.

Escrito por Fabricio Carpinejar, publicado no Jornal Zero Hora em 30 de Julho de 2013.
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domingo, 25 de agosto de 2013

A calmaria da chuva.


Fazem três dias que o sol não aparece na cidade em que moro. Triste isso por si só, não é? E no somar a isso: chuva. E o que mais? Frio.

Achei que o final de semana ia ser pa-ra-do, daqueles em que as horas se arrastam, mas ao  mesmo tempo a vontade de sair de casa é muito pouca. Porém, expectativas foram quebradas. Acordei tarde nos dois dias, tirei todo o sono e cansaço atrasado. Curei a gripe. Ouvi Maná em todos os momentos em que estive no computador - inclusive agora. Fiz os temas, comecei a ler a 28ª obra literária de 2013. Tirei alguns planos que estavam guardados em uma caixinha, por assim dizer, e resolvi que era hora de colocá-los em prática.

Porém o que mais aproveitei nesses dois dias foi a simplicidade da rotina, a normalidade e convencionalismo que esta trás. É verdade, em meio a uma vida louca, inusitada, cheia, a mil-por-hora, é preciso de calmaria também.

E o que é a calmaria? Pode ser um combo: Pipoca de chocolate, chimarrão, fogão-a-lenha, amigos e família reunida.
Pode ser uma overdose de uma banda que admiramos e que gostaríamos de presenciar um show.
A verdade é que cada um de nós tem o próprio jeito de encontrar a calmaria. Feliz daqueles que as vivem!



Já são mais 48 horas de chuva, em mais um domingo que nos convida a começar uma nova semana.
E que todo esse descanso se reflita em energia para lutarmos por o que é nosso por direito e por esforço.

Ótima semana!!

Beijo, C.
Ficou sabendo da novidade? Acesse o site http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/5223072 e confira o meu primeiro livro!
Chegamos às 600 curtidas! Obrigada !!! Continue acessando https://www.facebook.com/doceestranhomundodecarol

Por Onde Andei - O livro.


Boa tarde queridos leitores desse Doce Estranho Mundo! (:

Venho contar a vocês que está disponível - no formato digital - o meu primeiro livro. Ele conta a história de uma garota que ficou alguns dias em um dos países mais ricos culturalmente - o Perú. O preço é R$1,99. Decidi colocar um valor baixo, pois a minha intenção é mesmo divulgar a obra e por meio dela atrair mais leitores para o meu blog!

Segue o link para quem quiser adquirir a obra em formato digital: http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/5223072


Um Beijo, C.
Continuem a curtir a página do blog (;
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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Trechos do livro "Do jeito que nós vivemos" - Moacyr Scliar.


"Meu palpite é de que, na Batalha Final, vencerá quem tem menos colesterol. E menos pressa para as coisas da vida."

"(...) No fundo, domina-o a ansiedade, que é, ao fim e ao cabo, a ansiedade existencial, aquela ansiedade que nós todos temos e que deriva da consciência de nossa finitude."

"De qualquer jeito é sempre bom acreditar na dignidade das pessoas, por mais humilde que seja a tarefa delas."

"Imaginação muda a nossa vida. Se a imaginação transforma um pedaço de madeira com pregos num navio poderosamente armado, então seguramente, estamos prontos para conquistar o mundo."

"Pais e mães são pessoas que compreendem. Compreender significa ver os outros como realmente são, sem lhes conferir poderes que não têm, sem enxergar neles defeitos fictícios e, principalmente, sem projetar neles nossas fantasias."

"O essencial não está na densidade demográfica da casa. O essencial está no relacionamento entre as pessoas."

Trechos retirados do livro Do jeito que nós vivemos, de Moacyr Scliar.
Beijo, C.
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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Comprar livros é uma coisa. Ler é outra - Moacyr Scliar.

"O livro, tal como o conhecemos, é um objeto que tem quinhentos ano e que, nesse período, muito pouco mudou. Entre os best-sellers que vemos nas livrarias e as bíblias que Gutemberg imprimia a diferença é só de grau. Sim, as capas são mais chamativas, a temática e o estilo mudam, assim como os autores; mas o formato básico permanece. Já se previu que o computador substituiria o livro, mas os leitores habituais não trocam a página escrita por uma tela. Mesmo porque, se pensarmos bem, o livro é um objeto prático. Livro não precisa de baterias ou de energia elétrica, livro não enguiça, livro não tem luzinhas, livro não faz barulho, livro pode ser levado para o banheiro. O livro é um triunfo cultural e também tecnológico.

Há um único problema: o livro foi feito para ser lido. E isso é um problema, porque nem todos gostam de ler. Mais: há quem fale mal dos livros. Até mesmo na Bíblia, um termo grego que significa exatamente livros, há um diatribe contra o texto escrito. Diz Eclesiastes: "Escrevem-se livros sem fim e o estudo continuado é a fadiga da carne". O anônimo autor dessa passagem tem muitos seguidores. Ao longo dos séculos, leitores ilustres queixaram-se da quantidade de títulos editados. Quando, em 1781, o historiador Edward Gibbon levou-lhe o segundo volume de sua monumental obra Ascenção e queda do Império Romano, o duque de Gloucester reclamou: Another damned, thick, square book! Always scribble! Eh, Mr. Gibbon? (Outro maldito, grosso, quadrado livro! Sempre escrevinhando, escrevinhando, escrevinhando! Não é, Mr. Gibbon?).

Havia também uma pressão social para a leitura de certos livros. O escritor inglês do século XVII, Samuel Pepys, escreveu em seu diário que havia jogado fora a obra de seu conterrâneo Samuel Butler, Hudibras, demasiado ingênua para ele; mas seus amigos aristocratas falavam tanto a respeito do livro que se vira obrigado a comprá-lo de novo. "Somos obrigados a ler qualquer obra estúpida que a moda transforme em assunto de conversação", queixou-se, um século mais tarde, o também inglês e também escritor Samuel Richardson, e ninguém menos do que Goethe acrescentou: "Um livro do qual todo mundo fala inibe nossa capacidade de julgamento". Nesse princípio, aliás, baseia-se o best-seller.

Livros demais! É o título de uma obra do poeta e ensaísta mexicano Gabriel Zaid (Editora Summus). Ou seja: até um escritor se queixa do excesso de livros.
Não é de admirar que muitos livros não sejam lidos. Comprá-los até que não é difícil; hoje em dia existem edições baratas, acessíveis, e podemos até mesmo recorrer aos sebos. As pesquisas, porém, mostram resultados perturbadores; uma delas, realizada nos EUA, mostra que a maioria das pessoas que compram um best-seller não termina de lê-lo.

Criar um comprador é questão de mercado. Criar um leitor é questão de educação, um processo que começa em casa quando os pais lêem para os filhos pequenos, continua na escola, no círculo de amigos, na universidade. Qual a diferença nos dois processos? A intensidade do vínculo emocional. Quando um pai entusiasmado, ou uma professora entusiasmada, ou um amigo entusiasmado nos garante que a leitura de determinado livro é importante, temos dois tipos de motivação para a leitura: um é o livro propriamente dito, outro é o afeto que temos por esse pai, por essa professora, por esse amigo. Leitores formam uma irmandade, uma afetiva família. É isso o outro mérito do livro. Um mérito que já tem quinhentos anos.

Texto retirado do livro "Do jeito que nós vivemos", escrito por Moacyr Scliar.

Beijo, C.
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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Ainda não sei quem é você.


Converso contigo alguns minutos, e já não tenho mais sono. Paixão é um troço louco.
Ainda não sei quem é você, e após aquele dia, eu jurei de pés juntos que não iria haver depois. Quer dizer... Você mora muito longe, vive em outros lugares... Eu não sei quem é você.

Mas estamos conectados. Nesse papo que a gente levou depois que nos conhecemos, já tirei algumas conclusões. Somos parecidos, você digita exatamente o que eu estava pensando em dizer. Eu te mimo, ganhaste um apelido. As conexões ligaram.

Só que sabe quando a gente sente que 'as coisas não são bem assim'? Pois é, elas não são. Pelo menos não entre você e eu. Acho linda a parte de conhecer alguém, de repente sentir uma emoção diferente por dentro - e que essa acaba fazendo com que a gente queira tal pessoa por perto. Mas não é bem assim. A gente conversa, a ideia liga. Temos muito de igualdade, porém conversamos de menos. Eu acho que naquele dia você se apaixonou - como confesso que também eu me apaixonei.

Mas essa história eu já não conto mais. Posso manter tua paixão acesa quando o meu pensamento é em ti e automaticamente te vejo me chamar no chat. Posso te mimar, continuar sendo desse meu jeito traiçoeiro e te ver encantado. Tu podes continuar me chamando de princesa. Pois eu acho que é isso que tem de sobreviver. Encanto a gente pode ter a qualquer momento por outra pessoa, ninguém sabe quando vai acontecer. E como se sabe: distância gera esquecimento.

Se você estiver lendo este texto, use as dicas para se manter próximo de alguém - seja eu ou um futuro amor que você tenha e se você realmente estiver apaixonado pela garota: Pergunte mais, queira saber quem ela é, lembre dos apelidos mais carinhosos que ela te confessou ter na primeira vez que vocês se encontraram. E quando ela pedir um autógrafo daquela banda que você vai ao show, não responda simplesmente: "Quem sabe/Vou tentar". Diga: "Por ti sim, princesa!". É claro que muito provavelmente você não consiga, mas garota que é garota quer saber se você é "o cara" da vida dela. Enfim, como você mora longe, não fique apenas na promessa de que irá visitá-la. Chegue, e de surpresa. O contato telefônico dela você já tem.

Um beijo, C.

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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Trechos de "O livro de Julieta".

Na foto: Eu e João. Durante pouco mais de um ano trabalhei junto a crianças com Síndrome de Down. Experiência maravilhosa!

"Na vida, não podemos escolher mais do que duas ou três coisas, que não costumam ser as mais importantes. Mas sempre nos resta o consolo de reclamar que não nos deixaram escolher, que alguém nos impôs certas coisas, que não fomos avisados, não tivemos tempo de reagir, não estavamos preparados (e quem está?). Em segredo guardamos a ideia de que nosso futuro é inquietante (temos medo de falar dele), mas gostaria de acrescentar algo a isso: a escolha da nossa atitude diante de circunstâncias que não podemos alterar, a decisão de como seguir em frente com a vida a partir de agora, nossa maneira de encará-la, o tipo de pessoa em que estamos nos transformando, tudo isso são escolhas íntimas e pessoas, que só devemos à nós mesmos."

"Imaginamos nos conhecer bem, mas, quando alguma coisa acontece de repente, quando algo importante surge em nossas vidas, essa presunção cai como um castelo de cartas. E é em momentos assim, de dificuldade, que descobrimos quem realmente é essa pessoa em cujo nome falamos e atuamos."

"Amar Julieta é muito fácil. Quer dizer, é impossível não amá-la. O problema é nossa maldita educação, o que arrastamos desde a infância. Em muitas casas nos educam para a inteligência, e não para o amor. A sociedade também nos leva por esse caminho. Desde que nascemos, não paramos de fazer testes e provas de inteligência para passar a níveis superiores. O sistema educativo e social nos ensina, de várias maneiras, que a habilidade de conseguir dinheiro, respeito e status depende de nossas faculdades intelectuais. Sem falar na ambição que temos incrustada no cérebro e nas carências que projetamos nos filhos."

"Quanto mais tento me esquecer daquela mulher, mais clara sua imagem vem à minha mente: o rosto varonil, as rugas da testa, a rudeza das palavras, o tremor daqueles lábios que pareciam murmurar. Acho que, no fundo de sua cabeça, ardia a brasa de um sonho não realizado."

*** Trechos retirados da obra "O livro de Julieta", da autora Cristina Sánchez-andrade.
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Beijo, C.

domingo, 18 de agosto de 2013

Mais conclusões.


Escrevo esse texto ao som de Nickelback - o que faz com que minhas palavras tenham um toque de romantismo.

No play a música "I'd come for you". Por ser domingo, faço o meu fechamento da semana. Foram durante 4 dos últimos 7 dias que eu tornei mais um sonho, objetivo de 2013, em realidade. A sensação é maravilhosa, e também inquietante. É aquela visualização do céu, estrelas e o pensamento: "Yes!! Consegui, estive lá. Enfim, alcancei". Inquietante é a parte do: "E agora?". Agora é a busca da concretização dos outros sonhos.

Vez por outra a gente chega na conclusão que o passado que vivemos não poderia ser tão errado assim. Quer dizer, no fundo tudo o que já passamos tem um porque para ter nos levado no presente momento em que nos encontramos. Essa foi a semana em que dei-me um parabéns mental por ter dado valor a um garoto que cruzou o meu caminho há um certo tempo atrás. Hoje a vida é outra, claro, os dias e até mesmo anos passaram desde aquele momento, mas fiquei feliz por ter dado uma chance a ele, mesmo que eu não me sentisse atraída/apaixonada por ele. Está certo, também não abri a oportunidade por abrir, eu curtia o estilo dele. E, sim, eu acredito que o cumprimento e tratamento agradável que temos um com o outro hoje é uma consequência da história vivida lá trás.

Todas as conexões e o modo com as estabelecemos no passado é que gerarão suas consequências no futuro. Tudo vai depender o que fomos para saber o que delas irá durar. E quando isso for bom, a sensação que teremos é de que assim tinha de ser. Tão imperfeitas que as coisas são, tal se estabeleceu da forma imperfeita que quase chegou à perfeição.

O tempo anda passando rápido. Essa semana cheguei ao alcance de mais um sonho. Tive a percepção que valorizei um garoto de bom coração, que me reconheceria no futuro e preservaria o nosso lance do passado. Estava com uma vontade de louca de comer chocolate e até o presente momento em que escrevo este texto, achei que tal ia ficar só na vontade, visto que não tenho chocolate em casa. Porém chegou-me a informação que pastéis de chocolate estão saindo do forno.
 É, vai entender... A vida é mesmo essa loucura e desejos. Esta desenfreada busca e realização de sonhos, e essa conclusão de que tanto as vivências boas como as ruins tem a sua importância e consequência. Façamos o melhor de tudo o que não nos for digno de escolha; amemos as consequências daquilo que optamos.

Boa semana!
Beijo, C.
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sábado, 17 de agosto de 2013

Trechos do livro "Perdas necessárias".


"Crescer significa estreitar a distância entre os sonhos e as possibilidades."

"Ora, durante os anos poderosos da latência, a criança tem a ilusão de ter resolvido o problema do quem-sou-eu. Mas, sob ataque da puberdade, o senso do eu, da individualidade, da identidade, como que se derrete, transformando-se em algo confuso e evasivo."

"Cada um de nós é o artista do próprio eu, criando uma colagem - uma obra de arte nova e original - com fragmentos e recortes de identificações."

"(...) As pessoas com quem nos identificamos são sempre, negativa ou positivamente, importantes para nós. Nossos sentimentos para com elas são de certo modo sempre intensos."

"Crescer exige tempo, e pode demorar muito aprender a equilibrar os sonhos com as realidades. Podemos levar muito tempo para aprender que a vida é, na melhor das hipóteses, "um sonho sob controle" - que a realidade é feita de conexões imperfeitas."

"Pois, mesmo quem tem a sorte de conseguir um, ou dois, ou três "melhores amigos", aprende que as amizades são conexões imperfeitas."

"Amigos de gerações diferentes - o mais jovem dá ânimo ao mais velho, o mais velho orienta o mais jovem. Cada papel, de mentor ou de aprendiz, de adulto ou de criança, oferece seu próprio tipo de gratificação (...). As palavras que aconselham são aceitas como sábias, não inoportunas. (...) É possível ter prazer nessas conexões dispares entre gerações diferentes."

"Amigos íntimos contribuem para nosso crescimento pessoal. Contribuem também para nosso prazer pessoal."

"Serão necessários meses, talvez anos, para que a mente e a memória reúnam os detalhes e compreendam a verdadeira extensão da perda."

"Choramos a perda de outras pessoas. Mas vamos chorar também a perda de nós mesmos - das antigas definições das quais nossa imagem dependia. Os fatos da nossa história pessoal nos redefinem. O modo pelo qual os outros nos veêm nos redefinem. E em vários pontos de nossa vida teremos de abandonar a auto imagem antiga para seguir em frente."

"Descobre-se, por exemplo, que é possível conhecer os próprios sentimentos sem automaticamente agir de acordo com eles.
Descobre-se também que sentimentos conhecidos e reconhecidos são mais fáceis de ser controlados do que os sentimentos negados."

"Mas quando ela cresceu, seu sorriso ficou mais largo, com a sugestão de medo e o olhar, mais profundo. Agora ela está consciente de algumas das perdas que sofremos por estarmos aqui - o aluguel extraordinário que se paga durante toda a permanência."

"Pois não se pode amar profundamente alguma coisa sem se tornar vulnerável à perda. E não se pode ser um indivíduo separado, responsável, com conexões, pensante, sem alguma perda, alguma desistência, alguma renúncia."

Trechos retirados do livro Perdas Necessárias, de Judith Viorst.
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Beijo, C.

Trechos do livro "O Centauro no Jardim" - Moacyr Scliar.


"Não é pelo Cooper não, é pelo desafio. Vida sem desafio não vale a pena".

"As primeiras lembranças, naturalmente, não podem ser descritas em palavras convencionais, são coisas viscerais, arcaicas."

"Lê, meu filho, lê que essas coisas que tu aprendes nunca ninguém vai poder te tirar".

"Correr é bom (...) Dizem também que a corrida clareia a mente, que o cérebro, agitado dentro do crânio, libera todas as preocupações, as obsessões."

Trechos transcritos do livro O Centauro no Jardim, Moacyr Scliar.

Beijo, C.
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domingo, 11 de agosto de 2013

Alguns dos R$30,00 mais bem gastos do ano - Show do Humberto Gessinger.


As luzes se apagaram no All Need Master Hall. Arrepiante.

Humberto entrou no palco com o baterista (perdoem-me, não consegui gravar o nome) e com o guitarrista/vocal 2 Esteban Tavares.

Cantou sucessos de toda a carreira musical - a solo, a com o Engenheiros, a em parceria com a banda Pouca Vogal e também uma parceria com o Esteban Tavares.

Para saltitar o coração de todo mundo, 1berto cantou Pra ser sincero, Somos quem podemos ser, Terra de gigantes, Piano bar, O preço, Surfando em Karmas & DNA, Até o fim, Eu que não amo você, parabólica, Outras frequências, Exército de um homem só, entre outras.

Fizeram duas saídas do palco. O público - e eu também - enlouquecido gritava "Mais um, mais um, mais um". Na primeira volta tocaram "Dom Quixote" e "Refrão de um bolero". E na segunda volta além de duas outras músicas, tocaram "Infinita Highway".

Fiquei muito feliz por ter ouvido o Humberto tocar durante duas horas! Sendo que praticamente tocou todas as músicas que eu desejava ouvir. A verdade é que as canções são tão maravilhosas e inteligentes que fazem com que eu ame todas as músicas! Queria que o show durasse 5 horas, então assim, talvez, desse tempo de escutar todas as canções dele - carreira solo - e da época dos Engenheiros.

O público foi fiel. Acompanhou todas as canções e cantou com entrega. Humberto terminou o show dizendo que voltaria novamente para cantar as músicas do novo cd, que será lançado em breve.

Foram os R$30,00 mais bem gastos do ano!

Obrigada Humberto!! Tu é demais.



sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Temos que combinar um café.

Acabei de ler o livro "Perdas Necessárias", de Judith Viorst. Livro este que veio de encontro a quebrar alguns paradigmas que eu possuía, e por consequência modificar alguns pensamentos.

À primeira vista, julguei a obra como um livro de autoajuda, cheio de frases que poderiam me inspirar a saber perder (tal como prevê o título da obra). Porém o livro é muito mais que isso. Não se itera na autoajuda, mas sim na psicologia - nas perdas conscientes e inconscientes que sofremos desde o momento que nascemos. Aliás, nascemos perdendo quando deixamos o conforto e a segurança da barriga de nossas mães.

Pois bem, o livro evidenciou ainda mais a saudade que tenho de algumas pessoas pelas quais possuo enorme admiração e que encontro até com certa frequência, mas que até pouco mais de um ano atrás eu costumava encontrar diariamente.

"Temos que combinar um café", foi o assunto do e-mail que enviei para a minha saudade. "Não precisa ser logo", também anunciei na mensagem, mas breve... Quem sabe setembro! Agosto aqui no sul o tempo frio e chuvoso complica os planos para todo mundo.
"Temos que combinar um café", pois pessoas que nos edificam quando estamos em contato - e mesmo à distância - fazem uma falta danada. E são elas que torcem pela concretização de nossos sonhos, por tudo o que o futuro proporcionou a elas, e agora se tornou a nossa vez.

Livros me lembram pessoas, livros me deixam com saudade de pessoas. Livros me conhecem... Livros me inspiram a convidar saudades para um café.

Bom final de semana! Boas leituras... E aqui no sul: Bom frio!
Beijo, C.
Cuuuurta as frases do livro Perdas Necessárias em: https://www.facebook.com/doceestranhomundodecarol

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Outros trechos de um livro maravilhoso - História do Cerco de Lisboa.


"-Somos diferentes, pertencemos a mundos diferentes. (Raimundo)
- Que é que sabe dessas diferenças todas, nossas e dos mundos? (Sara)
- Imagino, vejo, concluo.
- Essas três operações tanto podem levar à verdade como conduzir ao erro.
- Admito-o, e o erro maior, neste momento, terá sido dizer-lhe que gosto de si.
- Por quê?
- Nada conheço da sua vida particular, se é casada...
- Sim
- ...Ou de qualquer maneira comprometida como antigamente se dizia...
- Sim, imaginemos que sou realmente casada, ou que tenho um compromisso, impedí-lo-ia isso de gostar de mim?
- Não.
- E se eu fosse realmente casada, ou tivesse um outro compromisso, imperdir-me-ia isso gostar de si, se tal tivesse de acontecer.
- Não sei.
- Então tome nota de que gosto de si."

"(...)Por que é que gosta de mim? (Raimundo)
- Não sei, gosto. (Sara)
- E não teme que quando começar a saber, possa começar a não gostar?
- Ás vezes acontece mesmo muito.
- Então?
- Então, nada! O depois só depois é que se conhece."

"A grande prova de sabedoria é ter presente que mesmo os sentimentos devem saber administrar o tempo".

"(...)Impaciente por o tempo ser afinal a mais vagarosa das coisas deste mundo, caprichoso também, ou embirrento."

"Há ocasiões em que tivemos a impressão de que alguém estava lá fora à espera, e quando fomos ver não era ninguém, e há outras em que chegamos apenas um segundo tarde de mais, e tanto fazia, a diferença é que, neste caso, ainda podemos ficar a perguntar-nos: "Quem terá sido?" e levar o resto da vida a sonhar com isso."

"- É esta a primeira vez que lhe falo das coisas particulares da minha vida.
- As coisas que julgamos particulares são quase sempre do conhecimento geral. Não imagina o que é possível ficar a saber em duas ou três conversas aparentemente desinteressadas."

"(...) - Estou cada vez pior, outro no meu lugar saberia como proceder.
- Outro no seu lugar teria aqui outra mulher."

"- Diz-me como vives e eu saberei quem és.
- Pelo contrário, dir-te-ei como não deves viver se me disseres quem és.
- Ando a tentar dizer-lhe quem sou.
- E eu a tentar descobrir como vamos viver."

"Nunca saberemos até que ponto as nossas vidas mudariam se certas frases ouvidas mas não percebidas tivessem sido entendidas."

"(...)Mas há pessoas a quem atrai mais o duvidoso que o certo, menos o objeto do que o vestígio dele, mais a pegada na areia do que o animal que a deixou, são os sonhadores."

"É como tudo: pode ser dita em dez palavras, ou em cem, ou em mil, ou não acabar nunca."

"- Que mundo este, em que tais coisas se acreditavam  e escreviam.
- Eu diria antes: em que tais coisas não se escrevem, mas acreditam ainda hoje.
- Definitivamente estamos loucos!
- Nós dois?
- Referia-me às pessoas em geral.
- Sou daqueles para quem o ser humano é desde sempre um doente mental.
- Para lugar-comum não está mal.
- Talvez lhe soe menos a lugar-comum a minha hipótese de a loucura ter resultado do choque produzido no homem pela sua própria inteligência, ainda não nos repusemos do abalo três milhões de anos depois."

"Muito enganado está quem cuide que é fácil pronunciar um nome, no amor, pela primeira vez."

"Afinal as possibilidade dependem de meios mais ou menos comuns a toda a gente mas falta-lhes evidentemente requinte e imaginação, talento para o movimento sutil, jeito para a suspensão sábia, enfim civilização e cultura."

"Mogueime não sabe se tem medo de morrer. Acha natural que morram outros, nas guerras sempre está a acontecer, ou é para que aconteça que as guerras são feitas, mas se a si mesmo fosse capaz de perguntar que é o que realmente teme nestes dias, responderia talvez que não é tanto a possibilidade da morte, quem sabe se já no próximo assalto, mas outra coisa a que simplesmente chamaríamos perda, não da vida em si, mas do que nela sucede, por exemplo, se podendo Ouroana vir a ser sua depois de amanhã, quisesse o destino ou a vontade de Nosso Senhor que a depois de amanhã ele não chegasse por ter de morrer amanhã mesmo."

"Entreguemo-nos à aparente clareza dos atos, que são os pensamentos traduzidos, ainda que na passagem destes para aqueles sempre algumas coisas se tirem e se acrescentem, o que finalmente virá a significar que sabemos tão pouco do que fazemos como do que pensamos."

"- Porquê? Onde?
- Respondo primeiro à segunda parte da pergunta. Dormi lá dentro, num divã.
- E porquê?
- Porque sou um garoto, um adolescente a quem os cabelos brancos vieram cedo de mais, porque não fui capaz de me deitar aqui sozinho, só isso."

"(...) Porque ninguém sabe o que o beijo é verdadeiramente, talvez a devoração impossível, talvez uma comunhão demoníaca, talvez o princípio da morte."

"- Porque não há saída, vivemos num quarto fechado e pintamos o mundo e o universo nas paredes dele.
- Lembra-te de que já foram homens à lua.
- O seu quartinho fechado foi com eles.
- És pessimista.
- Não chego a tanto, limito-me a ser cética da espécie radical.
- Um cético não ama.
- Pelo contrário, o amor é provavelmente a última coisa em que o cético ainda pode acreditar."

"Maria Sara riu e disse: - Gosto mesmo de ti! E Raimundo Silva: - Estou a fazer o possível para que assim continues!"

"(...) - Tenho-me divertido ou instruído, aos poucos, a descobrir a diferença entre olhar e ver e entre ver e reparar.
- É interessante, isso.
- É elementar, suponho até que o verdadeiro conhecimento estará na consciência que tivermos da mudança de um nível de percepção, para dizê-lo assim, a outro nível."

"Não se deve julgar mal o que bem ainda não teve tempo de provar-se."

"Da complexidade da alma humana tudo deveremos esperar."

"Também do coração se pode esperar tudo, até a harmonia das suas contradições."

"Não cabem mais coisas num ano do que num minuto só por serem minuto e ano, não é o tamanho do vaso que importa, mas sim o que cada um de nós possa pôr nele, ainda que tenha de transbordar e se perca."

" Seis passos. Um homem caminha léguas e léguas durante uma vida e dessas não aproveitou mais do que fadiga e feridas nos pés, quando não na alma, e vem um dia em que dá seis passos apenas e encontra o que buscava."

" - Em verdade, penso que a grande divisão das pessoas está entre as que dizem sim e as que dizem não, tenho bem presente, antes que mo faças notar, que há pobres e ricos, que há fortes e fracos, mas o meu ponto não é esse. Abençoados os que dizem não, porque deles deveria ser o reino da terra.
- (...) O reino da terra é dos que têm o talento de pôr o não ao serviço do sim, ou que, tendo sido autores de um não, rapidamente o liquidam para instaurarem um sim."

"Que nada no futuro seja menos do que isso".

Trechos do livro História do Cerco de Lisboa - José Saramago.
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terça-feira, 6 de agosto de 2013

A saga começa (no imaginário).


Aos 23 anos ela escreveu que queria estar casada aos 28.
E aconteceu. O marido não seria aquele que escolhera aos 23, era outro, mas o amava tanto quanto aquele, à ponto de estar com o casamento marcado. Empacotou os quadros, guardou todos os objetos em uma caixa, providenciou a mudança, porém não iria se casar. Ainda imaginava tal coisa acontecendo no futuro, mas por enquanto estava nos 19 anos.

Imaginava que somente um casamento iria tirá-la de casa de verdade. Por enquanto só via-se em algumas fugas, viajar, ficar fora por um, dois, três anos, e depois voltar ao bom e velho e doce lar! Só que nesse meio tempo de imaginações, o mundo girou. Oportunidades surgiram, velhos sonhos foram resgatados. Ia embora de casa não por que iria se casar, não por que iria morar com algum outro parente. Ia embora de casa para ser alguém para o mundo - para o seu próprio e o dos outros.

Mas não era agora. As caixas nem haviam surgido, tudo continuava na sua devida organização e lugar. Ela iria, sim. Datas ainda não haviam, nem mesmo lugar para ficar. A ansiedade é que comandava o momento, e este texto era a sua forma de desabafar. "Tudo ao seu tempo/ Viver um dia de cada vez".

A saga verdadeira começa em breve. Por enquanto se dispõe nesse texto, e no setor imaginário.

Beijo,C.



domingo, 4 de agosto de 2013

Inconcluso.


Como começo este texto dominical?
Será que confesso que no play está Engenheiros do Hawaii - Ao vivo MTV, e que agora começa a música Dom Quixote?
Ou será que já confesso meus pensamentos de encerramento ou começo de semana?

O tempo passa, mudanças. Mas parece que as coisas continuam iguais, a mesma rotina, a busca infindável pelo nosso espaço e conquistas no mundo. Conquistas exigem riscos, e com o tempo nos tornamos mais "descorajosos".

Esse final de semana comecei a ler "Perdas necessárias" da escritora Judith Viorst. O lance é psicologia. Na contracapa o que lê-se sobre o livro é que ele inspira ao autoconhecimento. Perdas nos fazem crescer. Logo quem tem medo de perder, não cresce? É o que este livro vem a me mostrar. Logo quem quer ser independente, ter, digamos, o seu espaço no mundo tem de saber administrar as suas perdas.

É nesse ponto que me pego pensando que o fato de tantas coisas continuarem iguais é porque existe uma raiz que ali não permite que a vida se renove, que os ares troquem, que o sentido seja outro - talvez aquele que fosse o certo.

É o medo. Será por quanto tempo ele vai tomar a conta de tudo? Dos nossos planos? Do nosso destino? Uma vez uma psicóloga me disse: "Quanto mais velhos ficamos, mais difícil de mudarmos".

Qual o conselho? Atire-se ao mundo cedo. Voltar, você sempre vai poder. Se der errado, recomece. Mas vá, o mundo é louco, bom e ruim, como tudo. E nele aventuras te esperam.

Permita-se!

Boa semana!
Beijo, C.
https://www.facebook.com/doceestranhomundodecarol

+ Trechos de um livro maravilhoso - História do Cerco de Lisboa.


"(...) O que não exclui a hipótese duma coincidência, num mundo onde elas são tão fáceis".

"Um terço das nossas curtas vidas passamo-lo a dormir, não há quem o ignore, e tanto que basta ter olhos para a nossa própria experiência, entre o deitar e o levantar as contas são boas de fazer, descontando as insônias quem delas sofra, e, no geral, o tempo gasto nos exercícios noturnos da arte amatória, ainda e sempre estimados e praticados às horas ditas mortas, apesar da crescente divulgação dos horários flexíveis que, nesse e em outros particulares, parecem encaminhar-nos finalmente para a realização dos dourados, sonhos da anarquia, isto é, aquela idade apetecida em que cada um poderá fazer o que lhe der na real gana, sob a única condição, elementar, de não ferir ou limitar a real gana dos seus próximos."

"Quantas vezes, ao longo da vida, vai uma pessoa à janela, quantos dias, semanas e meses ali passou, e porquê. Geralmente, fazemo-lo para saber como o tempo está, para estudar o céu, para acompanhar as nuvens, para devanear com a lua, para responder a quem chamou, para observar a vizinhança, e também para ocupar as olhos distraindo-os, enquanto o pensamento acompanha as imagens do seu discorrer, nascidas como nascem as palavras, assim. São relances, são momentos, e longas contemplações do que não chega a ser olhado, uma parede lisa e cega, uma cidade, o rio cinzento ou a água que escorre dos beirais".

"Que doce e suave tristeza, e que não nos falte nunca, nem mesmo nas horas de alegria".

"Os homens, no geral, pouco tempo tiveram para ser meninos, e alguns não o foram nunca, como se sabe e escreveu, e outros ficaram assim para sempre mas não se atrevem a dizê-lo".

"Meu Deus, tende piedade dos homens que vivem de imaginar".

"O mau é que muitas vezes o destinatário ouve a frase mas não dá pela intenção".

"Se não há mistério da escrita, tão-pouco o haverá no escritor".

"Isso a que modernamente chamamos conflito de gerações talvez não seja muito mais do que uma questão de diferenças de linguagem".

"De tais bem-aventuranças não posso dizer que tenha grande experiência, pouco mais faço que observar o mundo e aprender de quem sabe, noventa por cento do conhecimento que julgamos ter é daí que nos vem, não do que vivemos, e é lá que está também o apenas pressentido, essa nebulosa informe onde ocasionalmente brilha uma súbita luz que damos o nome de intuição".

Trechos retirados do livro "História do Cerco de Lisboa" - José Saramago.
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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Eu não sei quem é você.

Leia escutando:

Eu não sei quem é você. Tão pouco te dei atenção logo que você começou o papo comigo, mas sinto que compartilhamos algo. Não sei ainda que nome tem isso - e nem mesmo arrisco se é possível nomear. Como tu mesmo me disseste, "Pra que falar, se o olhar diz tanto?". Me senti ao teu encontro.

Comecei com uma brincadeira. É verdade, curti o seu nome e até achei incomum. "Seu nome tem ar de americano! Que chique". E ao mesmo tempo nós dois citamos o nome daquele cara famoso e você concluiu, "É por causa dele né?". Sorrimos. Criamos um elo de simpatia após os primeiros 15 segundos que conversamos.

Confesso que sou observadora, que costumo querer gravar fisionomias, mas particularmente naquela manhã eu estava fechada para o mundo. Era muito cedo, o tempo estava frio demais. Eu não estava pronta para estar lá, nem queria quebrar mais este paradigma. Por que voltar a conviver com pessoas de tantos lugares, em pleno frio? Era o dia mais frio da última década, estava indo bem demais no meu novo emprego, porém topei ainda assim participar daquele evento. A escolha já tinha sido feita, e é feio desistir em cima da hora. Fui, morrendo de frio, cheia de roupas e fechada para o mundo.

Diga, é comum... A gente sempre encontra pessoas para as quais nós chamamos a atenção, e nós, meros mortais, nem nos damos por conta.
Você chegou com um oi gigante, e o meu primeiro pensamento mundo-fechado foi: "Mas que que esse cara quer? Será que conheço? Só pode estar de brincadeira." Sim, eu costumo ser dessas pessoas carinhosas, sentimentais que sorriem, abraçam, gostam de demonstrar, mas justamente aquelas primeiras horas da manhã eu só queria ficar no meu mundo, só, mesmo rodeada por muitas pessoas. E quando digo muitas, me refiro estar no meio de mais de cinco mil pessoas.

Durante a manhã fui refletindo sobre o tal de oi - isso com certeza marca e desarma. A maioria das pessoas não tem essa coragem de ... chegar-chegando, digamos. E pensei comigo mesma: "Bom, então se chegou dessa maneira, vou dar espaço. Vamos ver quem é e o que quer."

Então descobri o seu nome - você já sabia o meu, pois estava no meu crachá. E aí fiz a brincadeira, te chamei de americano e a simpatia/empatia surgiu. Gostei de você. Pela talvez uma hora completa em que pudemos dialogar, acabei te reconhecendo sonhador. Talvez não tenhas percebido, mas você respondeu muito mais do que perguntou. Quem queria descobrir a pessoa que se escondia por trás do nome de americano era eu, apesar do teu interesse em me descobrir ter surgido primeiro.

Te achei atraente, mas logo me peguei a pensar que isso não era difícil de acontecer a cada garota que pra ti olhasse. Não sabes, mas faz um bom tempo que rostinhos bonitos não me conquistam - esse é um sonho juvenil sem nenhum conteúdo.

Fui te descobrindo e a partir do primeiro julgamento que fiz, acabei me descobrindo certa. És um sonhador. E sonhadores, como bens deve saber, se reconhecem. Talvez por isso é que surgiu aquele instante em que nenhum de nós dois nada disse, mas ao meu lado estava e descobri-te muito perto. Algo ligou. Esse é o silêncio que tu tanto falas, para que existem palavras? O silêncio diz tudo.

Depois daqueles dias, por meio dessas redes sociais modernas e tecnológicas, acabei descobrindo tanto mais de ti, e ainda mais surpresa fiquei ao perceber o quanto nos parecemos e os valores que prezamos. As dores "emocionais" que vivemos atraem outras pessoas que as tem. Como posso dizer? Descobri que já sentiu as dores e a tristeza de perder alguém que muito se ama para o contrário da vida. Vendo isto, eu sei que me entendes. É difícil dizer o adeus eterno a alguém que nunca mais poderemos tocar, conversar, interagir. É singular, só quem vive isso, entende.

Apesar de todas as informações que coli entre conversar e encontrar teus perfis na rede, eu ainda não sei quem és, menino brasileiro com nome de americano. Tens uma alma de artista - e bem o sabes.


Torço pelo destino, o nosso - seja juntos ou separado, como aquele o desejar. Mas confesso-te que naquele foi o momento em que senti que merecemos uma chance de saber se tu és aquele que eu nasci a procura, e se eu sou a garota que tu nascestes buscando. Pois sim, nesse mundo atroz eu continuo acreditando em alma-gêmeas.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Ao longo de três anos.


Se pensarmos em um blog como um ser humano, seria visto que aos três anos as coisas por aqui estariam no seu desenvolvimento pleno, descobertas, novos conhecimentos. Quanto a autonomia diria-se já conseguindo caminhar coordenadamente e por motivação própria. Eu vejo este blog desse jeito... Em pleno desenvolvimento.

Confesso que faz um tempinho que já não ando a conseguir atualizar diariamente os posts tal qual eu tinha tempo hábil para isso há um ano atrás. Confesso um relacionamento mais "morno", mas não deixo de postar ao menos uma vez por semana algum texto inédito, que surgiu no calor do momento. Escrevendo desse modo faz com que existam alguns textos maravilhosamente ótimos, e outros que releio uma semana após ter postado e penso: "Que precário". Pois é. 

Aquilo que escrevo está proporcionalmente ligado a aquilo que vivo. Porém, frustração ou benção, eu sinto que muitas vezes não sou inteiramente fiel ao que sinto quando transmito tal para um texto. Espero um dia ter habilidade suficiente para que os textos que escrevo possuam o máximo de congruência.

A melhor parte da vida a gente vive em offline. Sinceramente? Essa é uma das maiores verdades e necessidades humanas. Nos últimos meses aprendi muito sobre permitir-se e estar presente de corpo e mente aos lugares que se vai.
Eu confesso que do começo desse blog - pois sim, passa um filminho pela cabeça - até hoje, três anos depois, me sinto mais completa, feliz com o fato de ter já vivido várias histórias que contarei aos meus netos e feliz por ter sempre observado o status da minha vida. No momento em que me sentia errada vivendo certa situação, parei e pensei o que deveria mudar. Sinceramente, corri o risco e foi a escolha mais bem feita até então na minha vida.

Eu acho que a base para a felicidade é viver em harmônia entre todas as escolhas que fizemos, é amar as consequências daquilo que optamos. E quando já estas consequências se destoarem da nossa harmônia, dar-se por conta que é hora de mudar, rever os planos, refazer os planos.

Teria e tenho muito para falar, porém esse texto não vai confessar toda a minha verdade. Se um dia tivermos a oportunidade, eu e você, querido leitor desse blog, sentaremos em uma confeitaria para tomarmos um café, e lá conversaremos sobre a vida, eu e você, e sobre o quanto ela é desafiadoramente boa de ser vivida!

Muito obrigada por dedicarem minutos dos seus dias para virem ler o que escrevo, obrigada mesmo!

Continuem a visitar o blog e curtir, comentar e compartilhar os textos na page https://www.facebook.com/doceestranhomundodecarol.

Em breve novidades, fiquem ligados!!! 

Um Beijo, C.
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