sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Trechos de O jogo do anjo.


"A justiça é uma questão de perspectiva, não um valor universal."
"O silêncio faz com que até os idiotas pareçam sábios por um minuto."
"Verá como, passada a indigestão, perceberá que as verdadeiras respostas vão chegar até você. Não há nada no caminho da vida que já não saibamos antes de começar. Não aprendemos nada de importante na vida, apenas recordamos."

"O talento natural é como a força de um atleta. Alguém pode nascer com maior ou menor capacidade, mas ninguém chega a ser um atleta simplesmente porque nasceu alto, forte ou rápido. O que faz o atleta, ou o atletista, é o trabalho, o domínio do ofício e a técnica. A inteligência inata é simplesmente munição. Para chegar a fazer alguma coisa com ela é necessário transformar sua mente numa arma de precisão."

"Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita algumas moedas ou um elogio em troca de uma história."
"Onde meus colegas viam manchas de tinta em páginas incompreensíveis, eu via luz, ruas, gente. As palavras e o mistério de sua ciência oculta me fascinavam e, para mim, eram a chave que abria um mundo sem fim e a salvo daquele caos, daquelas ruas e daqueles dias turvos em que até eu podia intuir que uma sorte minguada me esperava."
" - Haverá uma próxima vez? - perguntei.
- Sempre há. - ele respondeu."

"Para chegar a qualquer lugar que deseje alcançar é preciso primeiro a ambição, depois o talento, o conhecimento e, finalmente, a oportunidade."
"O aluno faz o professor, e não o contrário."
"Nada é justo. O máximo que se pode desejar é que seja lógico. A justiça é uma enfermidade rara num mundo que, de resto, é saudável como um carvalho."
"A literatura, pelo menos a boa, é uma ciência com sangue de arte. Como a arquitetura ou a música."

"Sempre senti, a vida inteira, que as páginas que ia deixando à minha passagem eram parte de mim."
"A única maneira de conhecer realmente um escritor é através do rastro de tinta que ele vai deixando: a pessoa que a gente pensa que vê nada mais é que um personagem oco, e a verdade se esconde sempre na ficção."
"-Meu pai costumava dizer que a vida não nos dá segundas oportunidades.
- Dá, mas somente para aqueles a quem não deu uma primeira. Na realidade, são oportunidades de segunda mão que alguém não soube aproveitar, mas são melhores que nada."

"Acreditava que Deus, ou que quer que seja que nos trouxe para esse mundo, vivia em cada uma de nossas ações, em cada uma de nossas palavras e se manifestava em tudo o que nos fazia ser algo além de simples figuras de barro. Acreditava que Deus vivia um pouco, ou muito, nos livros e por isso dedicou sua vida a partilhá-los, protegê-los e a garantir que suas páginas, como nossas lembranças e nossos desejos, não se perdessem jamais, pois acreditava, e me fez acreditar também, que, enquanto restar uma só pessoa no mundo capaz de lê-los e vivê-los, haverá um pedaço de Deus ou de vida."

Trechos retirados do livro O jogo do anjo - Carlos Ruiz Zafón.

Beijo, C.

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