quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ponto de paz.


O meu pedacinho do mundo. Um lugar localizado em Bento Gonçalves (Rio Grande do Sul), minha casa, quarta porta à esquerda.
O que eu devo dizer sobre o meu próprio quarto? Devo dizer que é um lugar comum? Não penso que seja.
Meu quarto não é muito grande, devo afirmar, possui mais ou menos oito metros quadrados, mas para mim, é como se o mundo inteiro coubesse ali dentro.
Lá construo meus sonhos futurísticos, o que gostaria de me tornar um dia e construo também o que sei que é mera imaginação minha. Em meu quarto já viajei para qualquer lugar com o maior conforto absoluto e segurança, meu próprio aconchego. Já conheci o mundo todo por meio dele, desvendei mistérios, conheci todas as pessoas que habitam o mundo. Formulo em meu quarto meus planos, minha trajetória de vida.
Mas devo confessar que meu quarto nem sempre é o melhor lugar do mundo para se estar. Os choros a noite inteira por dores infindáveis, os pesadelos que pareciam tão reais e me fizeram acordar assustada. Noites que o sono tardava a chegar. E meu quarto se tornava um inimigo no escuro.
Por outro lado, devo dizer, que houveram noites e até mesmo tardes em que adormecer foi tão fácil. Tive sonhos perfeitos aos quais jamais quis me tirassem e me levassem para a realidade novamente. Dias em meu quarto que a felicidade foi extrema, que pulos em meu colchão dei, e a música tocara alto.
Meu quarto! Ah, meu quarto! Meu lugar, meu abrigo. Aonde compartilho minha vida sem cortes, minhas emoções ao acordar, ao chegar da escola, algumas vezes durante a tarde, algumas vezes durante a noite e enquanto estou inconsciente sonhando também.
Meu refúgio para qualquer hora, aonde, talvez, eu realmente me encontre e a confusão evapore.

(Texto escrito para o Projeto de português "O lugar onde vivo")

C.

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