Até há alguns meses atrás eu não sabia, e tão pouco podia compreender a real importância do dia 21 de março no calendário das pessoas que convivem com a Síndrome de Down.
Não sou uma protagonista quando se trata deste assunto. Me sinto como uma espectadora, fazendo parte do contexto em que se enquadra a plateia. Porém, mesmo na posição de estar assistindo a algo, sem interagir com o programa - que é caso dos espectadores -, me sinto muito próxima das estrelas e protagonistas reais desse dia. Acho melhor considerar-me uma assistente da produção, já que indiretamente faço parte também do dia-a-dia dos protagonistas desse show.
Eu observo profissionais festejando com cada avanço que percebem naqueles que a associação frequentam
Eu vejo os pais que frequentam a associação onde trabalho, é visível a enorme dedicação e compaixão que sentem pelos seus filhos. São guerreiros, que conseguiram aceitar o ritmo que possuem seus filhos sem culpar algum Deus ou ser supremo por terem originado criaturas maravilhosas, mas que ainda aos olhos de alguns seres humanos são vistos como inferiores ou tratados com preconceito.
Eu assisto aos filhos esforçados, contentes e entusiasmados de verdade com a vida que tem - por mais simples que esta seja.
(Aliás, que ideia mesquinha essa de ainda haver preconceito. As pessoas que tem preconceito na verdade não possuem nem uma dimensão maior sobre aquilo que desprezam. É uma opinião sem conceito.)
Vejo brilho no olhar, das pessoas que aqui frequentam, diariamente.
O amor é um sentimento constante que invade o ambiente onde trabalho. E também estou adquirindo valores diferentes - eu diria que mais humanos - pelas situações que presencio na AIDD.
Eu sempre acreditei no amor, no poder que ele tem, mas sei que existem pessoas que somente ouvem falar dele sem acreditar que existe. Pois bem, aqui no meu relato como uma espectadora-assistente da produção , eu digo o seguinte: toda a compaixão que você lê em livros ou vê/observa em filmes e que você só acha que existe em um plano surreal, eu encontro aqui, na AIDD. E é tão gratificante, você não faria ideia.
Deixo a associação todos os dias com mil relatos novos para contar em textos feitos à mão - alguns eu mostro, outros prefiro guardar só para mim.
Acho que eu só agradeço por todas as situações incrivelmente singulares que a Associação Integrada ao Desenvolvimento do Down está me proporcionando, agradeço por ser a "assistente da produção" do show lindo que é esta instituição.
Parabéns à todos os protagonistas deste dia. Vocês merecem todo o carinho do mundo!
Feliz Dia Internacional da Síndrome de Down!
Acesse: www.aidd.org.br
Beijo, C.
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