domingo, 29 de junho de 2014

Chuva para os "solares"


Sete dias sem sol... E eu me pego a questionar-me como a gente segue em frente, quer dizer, como nós seguimos positivos, mesmo sem a presença desse astro luminoso.

Minha mãe, ex-enfermeira de uma ala psiquiátrica, me contou que na época em que atuava, os psiquiatras e psicólogos do setor sempre diziam que o inverno, a falta de luz e os dias sem sol eram os fatores que mais transiam pessoas ao hospital. Menos luz: Mais internações, mais doenças.

Será que também não é assim que ocorre com a gente? Pesquisas já comprovaram que com o sol sintetizamos serotonina - hormônio da felicidade.
A falta de luz causa enegrecimento, como já diz a palavra... Ficamos escuros, tomados pelo pessimismo. Quer dizer, é uma questão de momento: De repente os sonhos e planos vão se encaminhando e está tudo indo bem, mas a falta de luz escurece aqueles que anseiam em colocá-los em prática.

Bom, mas no começo deste texto eu disse que estou me questionando para descobrir como se segue em frente. - Seguir em frente do que? De um amor que apareceu, mas não veio pra ficar; de mil  planos sorridentes e que só dependem de um super ponta pé meu para serem concretizados.

Longos dias de tanta chuva me fazem pensar demais no futuro, por vezes no passado. Acho que isso atrapalha um pouco - ou bastante - o presente: o foco principal.

Mas voltando ao amor, esse foi apenas mais um que veio com o intuito de balançar algo por dentro, talvez até remexer uma parte que já estava selada - essa parte não gostei: afinal de contas, quando esse tipo de coisa acontece, a gente sempre tende a repensar o passado, escolhas que fez. Não seria mais sensato se a vida sempre nos proporcionasse situações em que voltar não fosse preciso?

A verdade é que nós escolhemos, optamos por aquilo que queremos viver. Com certeza tive uma escolha ao estar com essa pessoa, sabendo que possivelmente revisitaria um passado ao qual já não mais pertenço. Mas a dor chegou, ter vivido momentos ao lado dessa pessoa e agora não mais tê-los. E outra uma vez, com a dor, veio um plus de maturidade - algo que ninguém ensina, aprendemos pela própria conta e risco.

À parte o amor que precisa curar-se e, então, virar algo remoto, provavelmente esquecido quando, então, brotarem as linhas do futuro, aprendemos a seguir em frente e lidar com o presente, a lidar com dias tão seguidos de chuva, nos quais literalmente ficamos com uma "nuvem" nos pensamentos, algo que nos impede ver com clareza que algum dia cada cicatriz vai ter seus poréns e significados.

A chuva não cessa, o sol faz falta, vou realocando e recolando as partezinhas que se deslocaram ou descolaram, pois é isso o que a gente faz, vive fazendo: costurando as cicatrizes e, de todo modo, seguindo em frente - com ou sem a presença do sol.

Beijo, C.
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Um comentário:

  1. Boa noite Caroline.. nem fale né.. mais um pouco viramos sapo aqui no sul.. o sol tem seu poder..
    além da energia curativa que emana sempre pelas manhã.. costumo energizar minha jarra de agua com ele quando ele sai das nuvens..
    sobre o amor que tu citou.. ele sim as vezes faz uma bagunça dentro de nós..
    nos dias de hj temos que estar atentos a esta palavra..
    o que é amor..
    muita gente só fala da boca para fora para se dar bem.. nunca chegará a sentir ele em sua total plenitude..
    tudo que não esta resolvido volta a se apresentar na nossa vida..
    só por remendos naõ resolve pq estes perdem a força..
    melhor que eles se apresentem e se possa dar o melhor..
    abraços e uma linda noite

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