quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Untitled.

(Aconteceu a alguns finais de semana atrás; eu fiquei até de escrever um texto sobre o ocorrido logo após o mesmo ter acontecido ou no dia seguinte, mas perdi a ideia. Resolvi retomá-lo hoje. Sei lá porquê, mas eu sabia que cedo ou tarde falaria sobre.)

Não sei realmente se minha expressão facial, minha maneira de falar, o tom que uso na voz e o jeito como me visto são convidativos para as pessoas se interessarem em falar comigo ou me conhecer. Pelo menos eu tento passar uma imagem convidativa mesmo, pois gosto de conversar, conhecer novas pessoas; que quero ser seu amigo. Mas, noite dessas, minha mãe conversava com uma mulher que nunca havia falado na vida; apenas a conhecia de vista, pois ela era a nova esposa de um amigo do meu pai e se, tão pouco, minha mãe não conhecia a mulher, muitooo menos eu! Mesmo assim, resolvi entrar no assunto. Sei lá! Isso - falar com pessoas que jamais vi na vida - é o que mais faço ultimamente... E adorei a ideia, mas isso não vem ao caso agora.
A mulher que minha mãe acabava de conhecer estava se apresentando, contando como era sua vida. Eu entrei no assunto e comecei a realmente prestar atenção, correspondi o olhar quando a mulher olhava para mim, fiz perguntas também. Então ela entrou em um assunto mais doloroso.
Com um pesar na voz, a mulher contou sobre a filha que recentemente havia perdido por uma doença muito degenerativa: toxoplasmose.
Nos contou como havia sido, como era tudo agora que aquela mulher tinha uma neta de doze anos e um netinho de apenas seis anos sem mãe. História muito deprimente.
E no fim ela focalizou-me e disse: Seus cabelos são lindos. Eu amo cabelos assim cacheados, coisa mais linda. A minha filha tinha cabelos assim.
Achei muito sincero o elogio dela e agradeci, mas a saudade que deveria estar tomando conta daquela mulher ao ver algo que lembrasse sua filha deveria ser dilacerante.
Me senti lisonjeada por ter recebido um elogio tão sincero de alguém que acabara de conhecer e senti uma enorme compaixão por aquela mulher.
É dolorosa a sensação de ver algo e lembrar de alguém que já não está mais aqui.

C.

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