sábado, 5 de novembro de 2011

365 dias até aqui.

 Eu não sei retratar como foi o dia há exatamente um ano atrás, até porquê muitos instantes daquele dia se tornaram um vazio, um borrão em branco. Lembro que meu grito de dor exultou no silêncio que se propagava em toda casa, na cabeça nada se passou, apenas um "Isso não está acontecendo! Não comigo, não na minha vida e não com o meu pai."

Não foi fácil chegar até aqui, enfrentar os dias, recomeçar a vida. Como diria a crônica da Martha Medeiros, tive que aprender tudo de novo, cada mínimo detalhe dos dias teve que ser reaprendido. Desde o momento de ir para a escola até o momento de adormecer. Tudo precisando ser feito como se fosse a primeira vez.

A dor, durante muito tempo, teve momentos insuportáveis. E a pergunta mais desgastante durante muito tempo foi "Por quê?". Mas este mesmo - o tempo -, felizmente, ajudou em tantas coisas. Com certeza ele foi o melhor remédio pra tudo isso.

365 dias depois, a dor não se extinguiu, eu continuo lembrando do meu pai todos os dias e sinto saudades dele todos os dias, mas me acostumei com a dor e também tive que torná-la ao meu favor. Ela me ensinou lições que não podem ser ensinadas de outra maneira. A partir da dor, aprendi a dar muito mais valor à minha vida e para as pessoas que amo, viver cada dia intensamente, pois nunca saberei qual será o último, que as pessoas que amamos são tiradas de nossas vidas muito mais cedo do que imaginamos e a dor não me ensinou somente a ter sonhos mas a fielmente lutar por eles.

No começo não conseguia entender aonde estaria o "tudo bem" dessa situação, mas eu sabia que um dia tudo ficaria bem, afinal de contas era sempre o que o meu pai me dizia e me fazia acreditar que aconteceria.

365 dias se passaram e, felizmente, posso dizer que hoje me sinto mais forte, que guardo junto comigo saudades dos momentos felizes que passei junto com ele e que continuo transmitindo e sendo a Carol que ele me ensinou a ser.

Eu te amo, por toda a eternidade, meu querido pai. (F)

Totalmente pra você, pai.
Beijo, C.

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