terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Borboletas.


Tirei o esmalte de todas as unhas e não foi o suficiente. Meu nervosismo chegou na fase do roer. Odeio isso, chamado até de vício, mas sei o significado. Estou extravasando algo, é a minha forma de demostrar. Escrever ou roer unhas: das duas uma. Ou então correr. Formas de descarregamento de energia. Porém o último item ainda não estou apta a voltar. Então escrevo, ou roo unhas.

De repente senti saudade, em um misto de esquecimento e mudança de sentimentos. O tal do "seguir em frente". Quando ouvi o telefone tocar, ou mais precisamente vi o número no identificador de chamada, senti-me reconfortada, lembrada. Abraçada mentalmente, quem sabe.

Quando atendi a chamada, fui a mesma de sempre, talvez ouvindo do outro lado da linha a mesma pessoa de sempre. Não confessei minhas dúvidas, nem minha saudade e desconforto. Quer dizer, nessas horas quando a gente sabe que nossas interrogações são pequenas, acabamos dando um jeito sozinhos, sem confessar para não preocupar. Mas a verdade é que as dúvidas não são a parte mais pesada. Na verdade é a confusão que não me sinto confortável em confessar. Talvez porque só diga respeito à mim e aos meus sentimentos singulares. Decisões que reformularão meu futuro, decisões que me farão chegar mais perto de sonhos que tão ativamente cultivo.

Cada mudança sugere que nós abandonemos algo para que exista um novo começo. Isso ás vezes pode ser doloroso, porém é exatamente nessa dor, na compreensão de estar deixando algo para trás para encontrar algo novo, que percebemos o quanto valeu a pena aquilo que vivemos. E se for a saudade que restar de tudo isso - tanto para nós que vamos embora quanto para aqueles que ficam -, apesar de alguns momentos que não foram bons, significa que cumprimos nossa parte, que acabamos de deixar uma marca pelo lugar onde passamos e demos razões para as pessoas novas que conhecemos lembrarem de nosso nome.

Dias atrás conheci essa música, e não sei bem porque, mas enquanto escrevia esse texto, escutava e identificava esse texto com ela:

Beijo, C.
www.facebook.com/doceestranhomundodecarol

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