quinta-feira, 4 de julho de 2013

Curiosidade construtiva


Quando mais nova vi uma palestra na televisão em que o apresentador dizia que nós deveríamos ter em nossa essência humana a mesma essência dos cães: Sempre estarmos prontos para um novo passeio. Ou seja, que deveríamos despertar a curiosidade, a vontade de conhecer o novo.

Porém a curiosidade pode possuir as suas vertentes. Falo primeiro sobre a "curiosidade destrutiva": Há aquele que queira se beneficiar, tirar proveito de má fé naquilo que ouve, descobre e fica "cheretando". Aqui se encontram as pessoas que querem saber da vida do outro pra saber se está melhor que a sua, se ganha mais, se casou com quem e porque. Enfim, curiosidade vazia, apenas para ostentar ego e inveja.

Por outro lado, existe a curiosidade construtiva. Nessa todos os "curiosos" são como os cães: Estão prontos para a novidade, para apreciar novas perspectivas, para abandonar velhos paradigmas e se inserir em um contexto diferente. Claro, esse também se beneficia daquilo que passa a conhecer, mas a sua curiosidade não é para ver se alguém está melhor de vida, de finanças, de relações conjugais e estabelecer uma comparação. Esse interesse por novidades é de boa índole, ouve um pouco de tudo e só guarda para si o que realmente faz diferença e engrandece. Quando um curioso-construtivo vê algo novo, sabe qual a pergunta que internamente se faz? "O que/Como isso pode melhorar/mudar a minha vida?".

Existe também a curiosidade do "Como seria se eu...". Aqui entra a questão da empatia - a nossa capacidade de nos colocarmos no lugar do outro.
Confesso que a minha curiosidade em saber como é viver sem ver sempre foi grande, e já que agora tenho a oportunidade de tentar entender como isso funciona, hoje arrisquei uma pergunta à um dos deficientes visuais que trabalha comigo:

"Faz diferença a luz desligada ou acesa?"

A resposta foi não. Sabe porque perguntei isso? É que tentei saber se a cegueira funciona como o "escuro" habitual. Se você fechar os olhos e deixar a luz acesa ainda haverá claridade acima das pálpebras. Se desligar a luz, a claridade some e você sabe disso. Faça a experiência. Para quem é cego não existe mais dia ou noite, luz do sol ou o brilho da lua. É um blackout total.

Para mim tal curiosidade foi construtiva. Muito embora isso não se aplique à minha vida neste momento, ao menos passo a dar-me por conta que me colocar no lugar deles é muito mais difícil que pensei. Engrandeço-me a saber que apesar de não haver mais a definição do dia e noite por meio da luz, assim mesmo é possível sobreviver e levar uma vida quase comum.

"Sejamos como cães", foi o que ouvi aquela noite, "estejamos sempre prontos para um novo passeio. Estejamos sempre prontos para conhecer coisas novas e fazer com que estas nos engradeçam como ser humano."

Beijo, C.
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