(...) Eu quero compartilhar a história de todos eles e o momento aonde a história deles e a minha se encontram.
Talvez eu deva partir do princípio que não foi o acaso que me levou a estar compartilhando a minha vida com a deles - ou a vida deles com a minha.
Após ter vivido tal experiência, constatei que nunca mais fui a mesma. Talvez isso seja parte integrante de vivências marcantes, e raras, por assim dizer. Como conselho para uma vida mais humana e sem escrúpulos e de simplicidade, eu diria que conviver com pessoas com tal deficiência é um aprendizado incomum e todos deveriam passar por isso. A vida engrandece, e o sentido desta também.
Então que,
O mais próximo que cheguei em ter a experiência de estar cega foi naquela brincadeira de criança, sabe? A "Cabra cega". E também houve um dia na faculdade em que uma professora de gestão de equipes nos passou uma técnica em que eram formadas duplas e um integrante da dupla tinha que colocar uma venda preta para tapar 100% a visão e assim era guiado por outro. Mas e quando você é cego e não tem alguém para te guiar? Eis a dúvida.
Hoje um dos associados fazia-me companhia enquanto eu realizava algumas tarefas administrativas. A frase foi "Todo cego tem uma história".
"Me chamam de Morgan Freeman. Vou nas lojas e dizem que eu sou parecido com ele! Quando era mais novo eu era locutor em uma rádio de Porto Alegre.
Nos últimos anos, eu virei encanador e um dia desceu ácido da pia direto nos meus olhos. Fiquei cego. Sabe, filha, acho que nada é por acaso. Se tais coisas não tivessem acontecido, não estaria conhecendo a Carol hoje."
Beijo, C.
https://www.facebook.com/doceestranhomundodecarol
Nenhum comentário:
Postar um comentário