terça-feira, 1 de abril de 2014

Lira dos 20 anos?


Não sei bem se é por que estou prestes a completar duas décadas de vida, mas como se já não enxergasse a vida de uma perspectiva diferente, agora os momentos pelos quais passo parecem mais importantes e mais acentuados. Se sei explicar isso?

Não sei se a adolescência termina aos 20. (Conheço tanta gente com 25 anos e ainda é moleque/moleca). Não tenho certeza de como procede ao resto das garotas de 20 anos. Talvez seja uma questão de interpretação de acontecimentos, o que aproveitamos deles, o que queremos aproveitar - principalmente das perdas que vivemos e de como as encaramos.

Mais de três anos me separam da última vez que vi meu pai em vida. Um tempo que passou tão rápido... Ainda recordo a última frase que disse a ele. De lá pra cá, depois da girada em 360º, sábio como o tempo é, fez muita coisa mudar e eu passei a viver situações que só havia visto em filmes e presenciado através da leitura livros. Gosto de pensar naquela, por vezes irônica, frase: "A vida imita a arte".

Muito embora o giro inesperado, descobri que os meus sonhos não seriam alterados e que, de uma maneira sábia, eu seria ainda mais impulsionada a realizá-los pelo fato acontecido. Sempre que me sentia desanimar, lembrava da perda do meu pai como um lembrete de que a vida é rápida e a gente, infelizmente, não pode prever seu fim. Desde lá até hoje vivi em prol de meus sonhos e projetos. Tropeços nunca foram páreo - e olha que eles foram vários.

Essa super mudança gerou várias outras mudanças. Talvez a gente não se dê por conta, mas cada detalhe gera uma reação em cadeia. Quase aos 20 anos, faltando menos de 3 meses para completá-los, posso dizer que fui me adaptando às circunstâncias e reaprendendo sobre a vida dia após dia. Quando perdi meu pai, senti que a maturidade em minha vida deu o ar de suas graças mais cedo. Aos 16 anos eu já tinha uma consciência maior sobre o mundo, pessoas, situações e consequências, algo estranho para as pessoas que tinham a mesma idade que eu. Na época minha psicóloga dizia que eu estava vendo o mundo por uma lente diferente das demais pessoas que conviviam comigo (naqueles anos: o colégio), mas que, conforme os dias passassem, aprenderia a lidar com a minha nova configuração.

Sinto que esses, diga-se de passagem, "fantasmas" ficaram para trás. Beiro duas décadas de vida colecionando maturidades, essas, porém, surgidas de novas perdas - afinal de contas, ignorá-las seria deixar de conhecer um pouco mais sobre quem eu sou e o que quero de verdade.

Vivemos de momentos. Somos capazes de avaliar, com o passar dos dias, o que ainda serve e precisa ser zelado daquilo que pode ser jogado fora e, suddenly, pode ser substituído por algo que mais nos apeteça.

Não sei o que é a Lira dos Vinte Anos. Sim, é um livro e escrito por Álvares de Azevedo. Mas eu nunca o li, não sei que tema aborda... Mas, quem sabe, seja uma obra que enfoque as dúvidas e a maturidade da chegada dos 20 anos, afinal de contas, parece que a adolescência começa a passar o seu lugar para a juventude.

---------> Em breve será lançado o meu primeiro livro "Por Onde Andei" pela editora Penalux. Aguardem!!!

Beijo, C.
Feliz ABRIL!
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