sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A essência dos sonhadores.

Acho que precisamos de mais sonhos do que de sorte. Mas será que aqueles que sempre levaram uma vida mais séria e previsível dão valor a sonhos?

Comecei a sonhar na infância. Aliás, essa condição humana começa na infância de todas as pessoas. Nossos primeiros impulsos sonhadores podem começar na ficção audiovisual - os desenhos animados da tv, os filmes - ou nas ficções literárias. Meninos querem ser super heróis e meninas super stars. Crescemos um pouco e, ao passo que começamos a ter uma compreensão maior sobre aquilo que nos cerca, começamos a ter outros admiradores e inspiradores vindos agora do não-ficcional. Meninos e meninas passam a se inspirar nas estrelas do momento: atores, atrizes, cantores, jogadores de futebol, personagens esportivos e artísticos. Talvez em totalidade possam ser chamados de "famosos", porém na mente infantil passam-se como heróis reais - o que demonstra a possibilidade do "se eles são isso, porque não posso ser também?".

Resgatando meu passado, voltando a pensamentos e ideias dos sete aos doze anos de idade, lembro-me que meus maiores sonhos eram: tornar-me escritora, astronauta, estilista. Pergunto-me hoje o que teria me levado a sonhar com as duas segundas profissões, visto que a vontade de ser escritora eu sei de onde partiu. Costumo chamar de "Megrowling" - junção dos nomes das autoras dos primeiros livros que li na vida.

Enquanto crescemos, os sonhos se transformam. Quando digo que se transformam não quero dizer que mudam, pois quando os sonhos se transformam quer dizer que eles apenas se remodelaram a caminho de tornarem-se reais. Quando transformamos sonhos estamos os lapidando. Já se eles forem mudados significa que tudo o que criamos e sonhamos na infância caiu por terra. Eu lapidei as minhas vontades de ser escritora, astronauta e estilista. A astronomia e o estilismo foram deixados de lado, pois entendo que tais profissões são vértices da curiosidade e criatividade infantil que me acompanham até hoje - na quase vida adulta -, e subentendo que tudo isso se une à escrita. Esta, por sua vez, foi lapidada. Continuo com este sonho criado na infância e, conforme os anos passaram, continuei ostentando essa vontade, desejo, sonho e, determinantemente, objetivo.

Além dos sonhos que carregamos desde a infância, quando crescemos um pouco e ficamos mais cientes do mundo que nos cerca e melhor entendedores do cotidiano, percebemos que objetivos são, na verdade, sonhos. Todo objetivo é um sonho mascarado. Talvez criamos uma condição de que objetivos são em essência menores, ou mais fáceis de alcançar do que sonhos. A palavra sonho pode remeter à grandeza, ao difícil, ao surrealismo. E talvez seja este o sentido da palavra, o que mais certo é que devemos trazer em consciência é que precisamos tê-los, seja pela conotação de sonhos ou objetivos.

Sonhar é estar em contato com a matriz do imaginário, condensar no pensamento uma ideia que, primordialmente, parece louca, incabível, incogitável. Porém para os loucos sonhadores esta é a realidade.

Em essência, todos somos sonhadores, alguma vez nos confrontamos com algo impossível, improvável, e de repente tal loucura se torna um objetivo viável, pois passamos a quebrar as barreiras que tentam mistificar a nossa vontade e desejo. Sonhar tem de ser uma constância, pois sem isso não vivemos, a vida perde o encanto. Saberíamos por que vivemos se não tivéssemos sonhos? Precisamos mais de sonhos do que de sorte, pois são eles que movem o nosso mundo e a nossa vida.

Ser formos loucos teremos sonhos. Se formos loucos o suficiente lutaremos até o fim!

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