segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Expectativas off, felicidade on
Felizmente parei de assistir filmes da "Sessão da tarde". Talvez eu tenha parado um pouco tarde, concluo então.
No que me refiro a assistir tais filmes quero dizer romancear, acreditar que o cara perfeito existe.
Lembro de uma sessão de terapia, uma das muitas em que o assunto abordado fora: garotos, relacionamentos. Minha terapeuta me dissera: "- Quanto mais você idealizar, mais difícil de encontrar esse alguém." Demorei a entendê-la.
Acho que é comum, principalmente na vida das garotas, idealizarmos uma pessoa. De fato, acredito que ser uma assídua leitora de romances fez com que eu tivesse essa visão sobre garotos desde muito cedo.
Mais ou menos aos dezessete anos eu ia para a terapia com uma "listinha" mental das características que eu queria que estivessem presentes "nele". O fato é que isso me afastou de muitos amores "imperfeitos". Aliás, recusei o primeiro amor da minha vida porque ele era muito escandaloso e vivia querendo todas as meninas. E eu, aos doze anos, já pensava que o garoto tinha que ser um cavalheiro - opa, isso eu penso até hoje.
Porém, existem muitas formas cavalheirescas. O "B" (letra fictícia) poderia não ter as atitudes mais maduras, convenhamos, ele tinha apenas treze anos. O fato é que eu quis exigir dele algo que ele não estava pronto para ser ou para me oferecer, acreditando que isso impediria que nos déssemos bem. Hoje, quase dez anos mais tarde, o "B" é outro, se tornou o cara cavalheiro que eu queria que fosse aos treze anos.
E quantos "B"s surgem em nosso caminho? Afastamos tantos garotos que poderiam fazer-nos felizes se baixássemos nossas expectativas e idealizações. Recusamos pessoas por elas não terem aquilo que pensamos ser necessário para estarmos felizes ao lado delas. E será que é mesmo? Será que precisamos mesmo daquilo que pedimos? É necessário maturidade pra reconhecer e para estar disposto a desistir de tudo o que a gente pensa que necessita para encontrar a verdadeira pessoa que encherá os nossos dias de afeto e amor genuínos.
Demorou tempo para que eu quebrasse o paradigma de "amor feito filme da sessão da tarde". Eles não existem. Provavelmente a pessoa que vai te fazer feliz é aquela que tem a maioria das coisas que você não estava procurando e aí você vai acabar descobrindo que são justamente elas que te farão se apaixonar e desejar estar cada dia mais com aquele "imperfeito" que surgiu ao teu lado.
Beijo, C.
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